Os RPGs mais notáveis de GB/GBC que deveriam estar no Nintendo Switch Online

Uma lista de títulos que deveriam ser mais acessíveis para fãs de RPGs.

em 25/02/2023

Após fazermos listas de RPGs notáveis do NES, SNES, Mega Drive, Nintendo 64 e Game Boy Advance que deveriam ser adicionados ao Nintendo Switch Online, estamos de volta para listar os RPGs notáveis de Game Boy (GB) e Game Boy Color (GBC). Esses consoles recentemente foram adicionados ao serviço do Nintendo Switch Online, porém, até o momento desta publicação, eles ainda não contemplam títulos do gênero RPG. Isso é uma pena, pois esses portáteis possuem um legado significativo e não tão conhecido nesse gênero, como veremos neste artigo.


Buscamos identificar títulos de RPG de alta qualidade e/ou importância para a história dos RPGs que poderiam ser adicionados ao serviço online da Nintendo. Nesse contexto, priorizamos jogos que poderiam se tornar mais acessíveis para a comunidade de fãs do gênero, particularmente aqueles que atualmente só podem ser adquiridos por um preço elevado no mercado de usados ou somente através do Virtual Console do 3DS (e que só podem ser comprados até o mês que vem!).

Nesta lista, eu (Vítor) e meu colega de redação (Ivanir) apresentamos RPGs notáveis a serem contemplados na biblioteca de GB/GBC para o serviço da Nintendo. A estrutura da matéria segue aproximadamente as convenções de nossas listas anteriores, mas com algumas alterações especialmente no critério de fonte de crítica, dada a maior antiguidade dos títulos de GB/GBC.


Entendemos por “notável” um jogo que contemple ao menos um dos seguintes critérios: (1) tenha mais de um milhão de cópias vendidas, como evidência de sua alta popularidade; (2) tenha média de nota entre críticos* superior a 84/100** (ou superior a 33/40), como evidência de uma ampla aclamação crítica; (3) tenha sido citado como uma influência importante para um ou mais jogos notáveis que o sucederam, como evidência de sua influência na indústria; (4) seja parte importante da carreira de algum desenvolvedor amplamente reconhecido por grandes contribuições nos videogames, como evidência de sua importância histórica para compreender o legado desse autor.

* As fontes para as notas serão as publicações Electronic Gaming Monthly e Famitsu (pois ambas agrupam 4 críticas independentes em suas análises) e o agregador GameRankings. Originalmente, consideramos apenas uma fonte, mas observamos jogos que não possuem análises em todas as principais fontes de crítica múltipla da época, então optamos por utilizá-las em conjunto para uma cobertura mais ampla dos títulos de GB/GBC.
** Embora o Metacritic defina como “aclamados universalmente” jogos com nota superior a 89/100, optamos por usar valores que fossem superiores a 84/100, usado pelo Open Critic para sua categoria máxima (Mighty), no intuito de sermos mais inclusivos. Também adotamos essa métrica relativa para qualquer nota superior a 33/40 no padrão Famitsu e Electronic Gaming Monthly.

Considerando os critérios acima, esta matéria está dividida em duas partes: a primeira contempla os títulos notáveis que atendam a pelo menos algum dos critérios elencados e também pouco acessíveis. Já a segunda etapa apresenta os RPGs que são também notáveis, mas razoavelmente acessíveis por outros meios, sendo assim adições menos urgentes no Nintendo Switch Online em termos de acessibilidade. Por fim, fizemos uma breve conclusão e algumas menções honrosas de jogos notáveis no Japão ou que são “quase notáveis” em geral, mas que não foram incluídos nesta lista por pouca diferença.

Parte 1: RPGs notáveis e pouco acessíveis que deveriam estar no Nintendo Switch Online


Pokémon Red/Blue/Green/Yellow

Ao falar de Game Boy, era óbvio que Pokémon não poderia ficar de fora. A série é praticamente sinônimo do sistema, com Pokémon Red/Green/Blue vendendo 31,38 milhões de cópias enquanto Pokémon Yellow por si só bateu a marca de 14,64 milhões. Para comparação com outros jogos da série, confira nossa compilação estatística. Desenvolvidos pela Game Freak e publicados pela Nintendo, esses jogos da primeira geração foram o estopim de toda uma cultura que até hoje assusta em sua capacidade de atrair pessoas. 

Lançada em 1996, a dupla Pokémon Red/Blue (GB) exerce uma  influência bastante perceptível também em outros jogos, sendo a principal referência de RPGs de capturar monstrinhos. Além disso, é uma parte importante do legado do produtor Shigeru Miyamoto, e todas as versões, Red (88), Blue (88) e Yellow (85), obtiveram uma nota acima de 84/100 no agregador GameRankings. Com tudo isso posto, este é um dos dois jogos que cumpre todos os critérios que definimos a priori para um RPG notável em nossa lista.

Embora dispense apresentações, a primeira geração de Pokémon se passa na região de Kanto, uma área ficcional baseada na localidade japonesa homônima. Como um jovem garoto, você finalmente está chegando na idade de explorar o mundo e viver suas próprias aventuras. Para enfrentar os perigos do caminho, você recebe uma criaturinha com poderes especiais conhecida como Pokémon ou “monstro de bolso”.

A região de Kanto é lar de várias figuras importantes conhecidas como líderes de ginásio. Para se tornar um “mestre Pokémon”, você deve derrotá-los, coletar suas insígnias e então superar o grande desafio da Elite dos Quatro enquanto se envolve em uma série de disputas contra uma gangue de criminosos conhecida como Equipe Rocket. O resto é história. 

Embora seja possível visitar a região em Let’s Go Pikachu/Eevee! (Switch), ambas são experiências distintas e os fãs definitivamente apreciariam poder mergulhar nos jogos originais novamente no Switch, podendo trocar criaturas e batalhar contra os amigos online. Infelizmente, com a proximidade do fim da eShop do 3DS, em breve perderemos uma forma acessível de adquirir os títulos, restando apenas a compra dos cartuchos antigos que ainda são relativamente fáceis de encontrar graças à quantidade expressiva de cópias vendidas e de Game Boys ainda funcionais.

Pokémon Gold/Silver/Crystal 

Assim como seu antecessor, é óbvio que a segunda geração, iniciada em 1999, também estaria na lista. Pokémon Gold/Silver/Crystal (GBC) são RPGs de alta qualidade e que mostraram caminhos para expandir a fórmula do primeiro jogo. Em relação aos nossos critérios estabelecidos, o GameRankings atribuiu à Gold a nota 89 e à Silver uma nota 91, enquanto Crystal, geralmente considerada pelos fãs a melhor versão dentre as três, infelizmente obteve uma nota 80.

Em relação às vendas, foram 23,7 milhões de cópias de Gold/Silver e 6,3 milhões de Crystal. Em termos de figuras notáveis, além de Shigeru Miyamoto, também tivemos a importante contribuição de Satoru Iwata, que foi responsável por fazer com que Pokémon Gold/Silver/Crystal nos permitisse revisitar Kanto após concluir a jornada por Johto, área inspirada na região japonesa de Kansai.

Além de permitir explorar novas áreas e adicionar 100 novas criaturas, algumas das novidades interessantes do jogo incluíam: um sistema de relógio interno que influencia os encontros, a possibilidade de equipar itens aos Pokémon, a separação de gêneros e o sistema de cruzamento, novas Pokébolas especializadas criadas usando os apricorns, uma rádio que pode ser usada de várias formas e até mesmo as criaturas brilhantes conhecidas como Shiny Pokémon (embora com um método diferente das atuais).

Houve também várias mudanças de balanceamento, como a introdução dos tipos metálico e sombrio, a separação do atributo Special em ataque e defesa especiais, a divisão da bolsa em vários compartimentos, entre outros ajustes. A edição Crystal também trouxe a opção de jogar com uma protagonista feminina pela primeira vez, animações de batalha e alguns ajustes mais pontuais na trama e na progressão da gameplay.

Assim como no caso de Pokémon Red/Blue/Green/Yellow, a única opção de ter o jogo oficialmente em um sistema de gerações recentes é no 3DS. Com a queda da eShop do portátil, resta procurar cópias de Game Boy no mercado de usados, o que ainda deve ser bem mais fácil do que outros jogos mais obscuros do sistema.


Dragon Warrior Monsters

Desenvolvido pela Tose e publicado pela Enix (hoje, Square Enix), com texto, projeto e direção de Yuji Horii (criador de Dragon Quest), Dragon Warrior Monsters (Dragon Quest Monsters) foi lançado em 1998 e vendeu impressionantes 2,35 milhões de cópias só no Japão. Como spin-off de Dragon Quest VI o jogo contou com outras estrelas da série, tendo trilha sonora de Koichi Sugiyama e personagens de Akira Toriyama (também conhecido por ser o mangaká de Dr. Slump e Dragon Ball).

Este foi o primeiro jogo de uma longa subsérie de Dragon Quest e exerceu considerável influência em outros JRPGs com captura de monstros. Tomando um exemplo recente, em dezembro de 2022, foi lançado Dragon Quest Treasures (Switch), um spin-off de Dragon Quest XI que herdou algumas das escolhas de design de Dragon Warrior Monsters, mas com mecânicas de RPG de ação em mundo aberto.

No primeiro Dragon Warrior Monsters, o jogador acompanha Terry, o protagonista de Dragon Quest VI, durante sua infância. A jogabilidade, por sua vez, herda o sistema de domar e evoluir monstros de Dragon Quest V. Nela, o jogador pode usar diferentes criaturas e suas habilidades em sua party em batalhas por turno através de encontros aleatórios. Além disso, todos os monstros podem carregar no máximo oito habilidades e, caso um deles supere esse número, há a opção de substituir as antigas por novas.

Contudo, diferente de Dragon Quest V, em Dragon Warrior Monsters é possível ter dezenas de monstros, guardando-os em uma fazenda, onde também você pode induzir reprodução de suas criaturas através do Breeding System. Ademais, para além do colecionismo e da versatilidade de batalha, há também um sistema de ranking que classifica seu desempenho em combate, o que incentiva o jogador a aperfeiçoar suas habilidades como domador de monstros.

Apesar de seu sucesso no País do Sol Nascente, o jogo se tornou raro no mercado de usados por ter vendido menos de 100 mil unidades no Ocidente. Isso vez com que todas suas edições posteriores ficassem exclusivas ao Japão, incluindo o remake para 3DS, Dragon Quest Monsters: Terry's Wonderland 3D. Assim, dada sua notoriedade e alta raridade, este jogo talvez seja a melhor adição de JRPG para o Nintendo Switch Online.

Dragon Warrior Monsters 2: Cobi’s Journey/Tara's Adventure

Desenvolvido pela Tose e publicado pela Enix, Dragon Warrior Monsters 2 (Dragon Quest Monsters 2) foi lançado em 2001 tendo, como seu antecessor, texto, projeto e direção de Yuji Horii, além de trilha sonora por Sugiyama e design de personagens de Toriyama. Com uma pontuação 34/40 na Famitsu, o jogo vendeu mais de 1,5 milhões de cópias só no Japão.

Provavelmente inspirado pela série concorrente Pokémon, este jogo foi lançado em duas versões: Dragon Warrior Monsters 2: Cobi's Journey e Dragon Warrior Monsters 2: Tara's Adventure. Nessas edições, o jogador controla Cobi ou Tara, respectivamente, mas os títulos são praticamente idênticos em jogabilidade e história. Por outro lado, ambos os jogos possuem coleções únicas de monstros e chaves mágicas, que são utilizadas para abrir mundos dentro do game.

Diferentemente de seu antecessor, Dragon Warrior Monsters 2 não é tão focado em exploração de dungeons com encontros aleatórios (embora ainda existam), mas na resolução de quests específicas. Além disso, o link cable do GB/GBC pode ser utilizado para trocar criaturas entre jogadores ou estabelecer batalhas em multiplayer local, o que também permite a possibilidade de até mesmo roubar criaturas uns dos outros.

Assim como aconteceu com Dragon Warrior Monsters, o segundo jogo da série não teve um desempenho muito bom no mercado ocidental e nunca mais deu as caras por aqui. Sua versão original é bastante rara no mercado de usados e todas suas edições posteriores são exclusivas do Japão, incluindo seu remake para 3DS. Assim, dada sua notoriedade e alta raridade, este jogo seria outra importante adição de JRPG no Nintendo Switch Online.

Parte 2: RPGs razoavelmente acessíveis, mas também notáveis, que seriam boas adições ao Nintendo Switch Online


Final Fantasy Legend I, II e III (trilogia SaGa)

Desenvolvido e publicado pela Square (hoje, Square Enix), sob a direção de Akitoshi Kawazu (cocriador de Final Fantasy), The Final Fantasy Legend (Makai Toushi SaGa) recebeu uma nota 35/40 na Famitsu e foi o primeiro jogo da empresa a vender mais de um milhão de cópias. O título contou com músicas de Nobuo Uematsu (compositor da série Final Fantasy) e arte de Takashi Tokita (diretor de Live A Live e outros JRPGs importantes na Square). Este game foi o primeiro da longa série SaGa de Kawazu e exerceu grande influência na história dos JRPGs, inclusive em Pokémon.

O principal diferencial dessa trilogia (lançada no Japão entre 1989 e 1991; enquanto nos EUA entre 1990 e 1993) está em sua gameplay altamente ousada e complexa para o Game Boy. Além da escolha de gênero, o primeiro jogo combina o conceito de raça com seis tipos de classes: humano, mutante, monstro, enquanto outras três, fera, ciborgue e robô, foram adicionadas na sequência. Nota-se que tais classes são estruturalmente distintas: por exemplo, enquanto os humanos evoluem no clássico sistema de level, os mutantes só ficam mais fortes usando suas habilidades e equipamentos, tal como em Final Fantasy II.

Com uma party customizável e recrutável de até quatro personagens, é possível evoluir suas classes e alternar entre elas de formas inusitadas, como comendo uma parte de seu inimigo. Além disso, o level design do mundo é bastante aberto desde o início e abrange uma boa gama de interações com NPCs. Vale destacar também que os visuais do terceiro game estão entre os mais detalhados do Game Boy. Por outro lado, a narrativa de fantasia científica da série tende a ser seu ponto fraco, embora ela tenha ficado cada vez mais elaborada a cada título.

Atualmente você pode adquirir esses três jogos portados na edição Collection of SaGa Final Fantasy Legend (Switch/PC), lançada em dezembro de 2020. A imagem acima foi capturada dessa versão.

Final Fantasy Adventure (EU: Mystic Quest) “Mana”

Também desenvolvido e publicado pela Square, com direção, arte e conceito de Koichi Ishii (criador dos icônicos moogles e chocobos da série Final Fantasy), Final Fantasy Adventure (Seiken Densetsu: Final Fantasy Gaiden) ou Mystic Quest (na Europa), lançado em 1991, foi o primeiro da longa série Mana de Ishii e foi influente em vários action-JRPGs com elementos de exploração.

O título também contou com músicas de Kenji Ito (célebre compositor das séries SaGa e Mana) e com texto de Yoshinori Kitase (o mais importante nome da série Final Fantasy depois de seu criador, Hironobu Sakaguchi). Graças ao sucesso desse lançamento, a IP veio mais tarde para o SNES, o aclamado e influente Secret of Mana, de 1993, que aprimorou sua proposta de funtir action-JRPG com action-adventure de estilo Zelda-like.

Embora traga um enredo bastante simples de fantasia medieval, o primeiro Mana é especialmente conhecido por seu gameplay ágil e inovador que funde, de forma carismática, elementos de exploração e puzzle à The Legend of Zelda (NES), trazendo também uma visão aérea e mecânicas de RPG em tempo real, incluindo sistema de level, economia etc. Enquanto spin-off de Final Fantasy, possui vários elementos dessa franquia, como os já mencionados chocobos.

Atualmente você pode adquirir esse jogo como parte da Collection of Mana (Switch), lançada em 2021, ou experimentar seu remake 3D, Adventures of Mana (Mobile/Vita), de 2016.

Dragon Warrior I+II e Dragon Warrior III

Desenvolvido pela Spike Chunsoft e publicado pela Enix, Dragon Warrior III (Dragon Quest III) é uma adaptação de Dragon Quest III: The Seeds of Salvation (NES), considerado por muitos o mais influente JRPG de todos os tempos. Essa versão de GBC, de 2000, recebeu média de 87/100 no GameRankings e foi um dos primeiros jogos do console a vender mais de um milhão de cópias. O título contou com os quatro mais importantes nomes de Dragon Quest: Yuji Horii, Koichi Sugiyama e Akira Toriyama, além de Koichi Nakamura na direção.

Além deste título, vale lembrar que também os dois primeiros Dragon Quest foram compilados pela primeira vez em uma versão para Game Boy em Dragon Warrior I+II (Dragon Quest I·II), lançado em 1999 no Japão e no ano seguinte no Ocidente. O primeiro Dragon Quest praticamente fundou o gênero JRPG tal como o conhecemos nos consoles japoneses desde o NES e o segundo título da série tornou sua fórmula mais complexa em todos os sentidos, com história e mundo muito maiores. Ademais, trouxe pela primeira vez um sistema de party para a série. O sistema envolvia três personagens fixos, um de ataque mágico, outro de ataque físico e um terceiro especialmente útil para suporte. Suas escolhas de level design e de sistema de batalha são profundamente influentes até hoje nos JRPGs.

Em particular Dragon Quest III é amplamente lembrado por suas numerosas inovações e aprimoramentos de level design e mecânicas de JRPG, incluindo recrutamento de personagens para party com diferentes classes, a influência do ciclo dia-noite em quests e interações com NPCs, e um rico design de mundo aberto, cujo mapa foi inspirado no mapa-múndi real. Também é lembrado por seu roteiro épico, uma bela trilha sonora em estilo clássico e por vários elementos que se tornaram recorrentes na franquia, como cassino, arena e um monte de criaturas e itens específicos.

É impressionante ver esse jogo enorme convertido para GBC, e esta versão tem um charme único em sua pixel art simples. Possuindo várias outras versões, ele atualmente pode ser adquirido mais facilmente na versão remasterizada de seu remake de SNES adaptado para Mobile e Switch. Um remake HD2D segue em desenvolvimento pelo Team Asano (Square Enix) para o híbrido da Nintendo, mas ainda está sem previsão de lançamento.

Conclusão e Menções Honrosas

Devido aos critérios estabelecidos anteriormente, uma grande quantidade de jogos do sistema ficou para trás. Aplicá-los para encontrar títulos mais obscuros que merecessem destaque no Game Boy foi uma tarefa bastante desafiadora. Especialmente para os jogos lançados apenas no Japão, muitas vezes não foi possível sequer encontrar parâmetros de nota para a sua inclusão. Em algumas ocasiões, também foi complicado até mesmo determinar se alguns se enquadravam como RPGs.

Graças a essas dificuldades, é possível que haja mais alguns títulos que poderiam estar aqui, como Atelier Marie/Elie GB, múltiplos jogos da franquia Medabots, Shin SD Gundam Gaiden, Sakura Wars GB2 ou Legend: Ashita e no Tsubasa, mas que não pudemos conhecer a fundo para a seleção. Ainda assim, destacamos três jogos que ficaram próximos o suficiente para merecer a menção honrosa.

O primeiro deles é Metal Walker, um RPG do Game Boy que recebeu uma média considerada geralmente favorável de 83/100 no GameRankings. Desenvolvido pela Capcom, o título tinha um sistema de combate único que se assemelha a um jogo de bilhar. Nele, cabia ao jogador arremessar a sua criatura metálica e aproveitar suas características físicas para lutar contra os oponentes.


Outro título importante do Game Boy, mas que desta vez não chegou ao Ocidente, foi Star Ocean: Blue Sphere. Dirigido por Yoshiharu Gotanda na Tri-Ace e publicado pela então Enix, o spin-off recebeu a nota 31/40 da Famitsu e é uma parte interessante da franquia de fantasia científica da Square Enix.

A história se passa dois anos antes de Star Ocean: The Second Story e é curioso como o título é um RPG de ação com visão lateral que explora um sistema de partes do corpo para oferecer elementos de decisão estratégica em tempo real. Além disso, em vez de experiência individual, os personagens recebiam pontos de habilidade que podiam ser alocados da forma que o jogador quisesse entre todos os membros da equipe.


Por fim, um jogo curioso do sistema é Azure Dreams, um RPG roguelike em formato Mystery Dungeon que obteve nota 70/100 no GameRankings. O título era uma versão especial do RPG homônimo de PS1 produzido pela Konami, simplificando algumas mecânicas e trazendo conteúdo adicional, a exemplo de uma dungeon com mais de 100 níveis e mais do que o dobro das criaturas originais.

Esperamos que esta lista seja uma boa referência de RPGs de alta qualidade que deveriam estar disponíveis no NSO. Todos os títulos selecionados são bons exemplos de jogos notáveis que ainda demonstram apelo atualmente e valeria a pena que mais jogadores conhecessem.

Revisão: João Pedro Boaventura
Coautor: Ivanir Ignacchitti
Fontes: Serebii, Square Enix, Dragon Quest Sales History, MobyGames, RPGfan, Famitsu, dados do GameRankings e revistas da Electronic Gaming Monthly.

Doutorando em Filosofia que passa seu tempo livre com piano, livros, PC e portáteis. No Twitter, também é conhecido como Vivi. Interessa-se especialmente por narrativas de ficção científica, realismo mágico e alta fantasia política, e aprecia mecânicas de puzzle, stealth, estratégia e RPG. Seu histórico de análises pode ser conferido no OpenCritic e suas reflexões sobre RPG e game design encontram-se na SUPERJUMP (textos em inglês), bem como no Podcast do Vivi e em seu canal no YouTube.
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