E se Fire Emblem tivesse as mesmas mecânicas de Shining Force?

Consoles diferentes e muito em comum: confira a seguir como seria Fire Emblem nos moldes de Shining Force.

em 08/01/2023

Em 2021, levantei a hipótese de como seria Fire Emblem: Three Houses se o RPG tático da Intelligent Systems seguisse os moldes de Valkyria Chronicles 4. Desta vez, decidi comparar Fire Emblem com Shining Force: The Legacy of Great Intention (ou simplesmente Shining Force), lançado originalmente para Mega Drive em 1993.


Shining Force, ao contrário dos jogos mais antigos da franquia Fire Emblem, dá ao jogador a possibilidade de explorar mapas e cidades. Desse modo, é muito mais fácil não apenas salvar o progresso, adquirir itens e equipamentos e recrutar novos aliados, como também interagir com NPCs e entender melhor o que vem a seguir na história.

Nesse quesito, Fire Emblem Gaiden foi o primeiro jogo da Intelligent Systems a introduzir esse sistema de exploração de mapas, mas de uma maneira ainda “travada” se comparada à de Shining Force. A mecânica chegou a ser explorada em jogos posteriores, como The Sacred Stones e até mesmo Awakening, mas, no fim das contas, ficou estabelecido que Fire Emblem seguiria o padrão de capítulos fechados e lineares.


Outra característica de Shining Force, que faz com que o jogo não seja tão difícil quanto aparenta ser — apesar de ainda exigir uma boa dose de raciocínio durante as batalhas —, é a presença de grinding. Max, o protagonista do TRPG do Mega Drive, possui uma habilidade chamada Egress, que permite que ele retorne ao último ponto de salvamento.

Diferentemente de Fire Emblem, recuar da batalha em Shining Force não acarreta perda de pontos de experiência e Gold recebidos, fazendo com que seja muito mais simples restocar itens, recuperar HP/MP e ressuscitar e promover unidades. Basta repetir a estratégia quantas vezes for necessário — ou até quando a paciência lhe permitir — para que os personagens estejam aptos a enfrentar as forças inimigas.


Por falar em grinding, o que aconteceria se os Fire Emblem antigos tivessem um modo casual? Shining Force nos permite, desde que tenhamos Gold necessário, ressuscitar unidades caídas em combate sem qualquer tipo de penalidade. Claro, podemos adotar a ideia de que um personagem morto está perdido para sempre, mas a possibilidade de ter a equipe sempre pronta para o combate deixa a campanha muito mais simples.

Com as gerações, Fire Emblem passou a incluir diversas habilidades para os personagens, como Canto para unidades de montaria e o tradicional triângulo de armas. Em Shining Force, isso não existe: cada turno é único e não há vantagem de arqueiros sobre oponentes voadores e montarias não recebem movimentação extra após o combate ou uso de item.


Além disso, com exceção de Max, apenas magos e curandeiros têm acesso aos magic points (MP), sendo que magias são aprendidas e melhoradas conforme os personagens sobem de nível; no caso de Fire Emblem, elas são atreladas a equipamentos ou classes e, por vezes, acompanhadas de um custo em HP (como no caso de Gaiden/Shadows of Valentia) ou durabilidade da arma (Three Houses), uma característica que não agrada a muitos fãs da franquia da Intelligent Systems.

Em Shining Force, também não há a opção de contra-atacar ou follow-up: raramente um personagem, inimigo ou aliado, atacará duas vezes em combate; o máximo que pode acontecer, caso assim o RNG o queira, é errar um ataque ou causar um dano crítico. Ainda a respeito das batalhas, os turnos não são separados em fase do jogador e fase do inimigo: a vez é definida pela agilidade (AG) das unidades em questão, então é sempre bom ficar atento aos seus parâmetros.


Dadas as características de Shining Force apresentadas neste texto, você consegue imaginar como seria jogar Fire Emblem com elas?

Revisão: Thais Santos
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Também conhecida como Lilac, é jornalista e atualmente trabalha com assessoria de imprensa. Fã de jogos de plataforma no geral, especialmente os da era 16-bits, com gosto adquirido por RPGs e visual novels ao longo dos anos. Fora os games, não dispensa livros e quadrinhos. Prefere ser chamada por Ju e não consegue viver sem música. Sempre de olho nas redes sociais, mas raramente postando nelas.
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