Análise: Ord. (Switch): poucas palavras e inúmeros desfechos

Com apenas três palavras por vez, cada uma das narrativas traz vários finais.

em 06/01/2023


Anunciado para Switch há dois anos, Ord. é um daqueles jogos voltados para passar o tempo. Tal qual .cat Milk, o título é perfeito para jogatinas despretensiosas cujo único intuito é entreter.


Composto por coletâneas de pequenas narrativas, Ord. aposta em um conceito minimalista que, interessantemente, entrega resultados positivos. Além disso, os diferentes desfechos e até mesmo um simples sistema de conquistas fazem com que este curioso indie traga certo valor de rejogabilidade.

Contexto. Ação. Reação.

A grande sacada das narrativas de Ord. está em sua simplicidade: cada porção da aventura textual é formada por apenas três palavras. A primeira a aparecer na tela situa o jogador dentro do universo e, logo em seguida, deve-se escolher uma das duas opções disponíveis. Em alguns casos, insistir repetidamente na mesma escolha pode desbloquear um final ou uma conquista; em outros, gera-se um loop, forçando que outra opção seja selecionada.

Apesar de optar por esse minimalismo, a tela preta com texto branco é acompanhada por uma trilha sonora que muda dependendo do rumo que as narrativas seguem. Às vezes, há até efeitos visuais para gerar um pouco de imersão, como pingos de chuva ou palavras distorcidas para simular embriaguez.

Outro ponto positivo é a brevidade das narrativas. Apesar de algumas exigirem um pouco da memória do jogador para evitar os supracitados loops, como é o caso de Dimensions, as historinhas são bastante curtas, podendo ser terminadas em alguns minutos — ou até segundos.


Contudo, justamente por elas serem curtas, uma jogatina casual é a mais recomendada no caso de Ord. Por se basear puramente em texto, mesmo que com poucas palavras, estender-se no jogo pode se provar cansativo, ainda mais quando o sistema de conquistas pode despertar o interesse dos mais assíduos e incentivar uma falsa "urgência" de completar todas as narrativas de uma só vez.

Além desse contra, há dois outros pontos que considero empecilhos neste título minimalista. O primeiro é o jogo não oferecer suporte aos controles de toque, o que, na minha opinião, deixa a jogabilidade um pouco "travada"; se fosse possível usar a touchscreen, Ord. seria muito mais dinâmico, tal qual sua versão para dispositivos móveis.

Outro aspecto negativo — o maior deles, a meu ver — é a falta do português como idioma. Apesar de uma gama de línguas estar disponível, nem todas as pessoas têm contato com uma língua estrangeira. Desse modo, jogadores mais novos, aos quais Ord. pode realmente ser um passatempo, acabam saindo prejudicados.

Simples. Conciso. Recomendado.

Com sua proposta minimalista, Ord. consegue firmar sua existência na biblioteca do Switch como um jogo descontraído, instigante e, acima de tudo, voltado ao passatempo despretensioso e casual. Apesar de algumas pequenas falhas, se experimentada em doses homeopáticas, esta aventura textual é mais do que recomendada para aqueles momentos nos quais nos falta algo para fazer.

Prós

  • Minimalismo que cumpre com sua proposta de entreter;
  • Certo fator de rejogabilidade graças aos diferentes desfechos das histórias e ao sistema de conquistas;
  • Ótimo para jogatinas rápidas, despretensiosas e casuais;
  • Efeitos visuais e sonoros que geram imersão.

Contras

  • Sem suporte à tela de toque do Switch, perdendo em versatilidade se comparado à versão para dispositivos móveis;
  • Sem opção de português como idioma;
  • Cansativo se jogado por longos períodos.
Ord. — PC/PS4/XBO/iOS/Android/Switch — Nota: 8.0
Versão utilizada para análise: Switch
Revisão: Davi Sousa
Análise produzida com cópia digital adquirida pela redatora
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Também conhecida como Lilac, é jornalista e atualmente trabalha com assessoria de imprensa. Fã de jogos de plataforma no geral, especialmente os da era 16-bits, com gosto adquirido por RPGs e visual novels ao longo dos anos. Fora os games, não dispensa livros e quadrinhos. Prefere ser chamada por Ju e não consegue viver sem música. Sempre de olho nas redes sociais, mas raramente postando nelas.
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