A Federal Trade Comission (FTC), instituição dos Estados Unidos que regulamenta práticas do mercado para prevenir ações anticompetitivas, se declarou contra a compra da Activision Blizzard pela Microsoft. O acordo, anunciado no início deste ano, poderia trazer danos na competitividade entre consoles de jogos eletrônicos e entre serviços de assinatura, de acordo com a agência.
O órgão afirma que, possuindo os direitos das franquias da Activision, a Microsoft poderia prejudicar consumidores, manipulando preços de jogos da empresa, alterando a qualidade dos games em outras plataformas, mudando os termos de acesso a conteúdos da Activision, ou mesmo proibindo que competidores recebam títulos em suas máquinas.
"A Microsoft já mostrou que pode e irá reter conteúdos de seus rivais de games. Hoje, pretendemos parar a Microsoft de ganhar controle em cima de um estúdio de jogos líder e independente e usá-lo para prejudicar a competição em múltiplos mercados de jogos dinâmicos e de rápido crescimento."
Em uma declaração ao portal The Verge, Brad Smith, presidente da Microsoft, disse que a compra irá criar oportunidades para o mercado e que a empresa está pronta para defender esse ponto de vista nos tribunais.
"Nós continuamos a acreditar que esse negócio irá expandir a competição e criar mais oportunidades para os gamers e desenvolvedores de jogos. Estamos comprometidos desde o primeiro dia em abordar as questões de concorrência, inclusive oferecendo, no início desta semana, concessões propostas à FTC. Embora acreditemos em dar uma chance à paz, temos total confiança em nosso caso e acolhemos a oportunidade de apresentar nosso caso no tribunal."
A manifestação da FTC não é uma proibição final à aquisição. Com a emissão dessa declaração, começará um processo em que todas as alegações serão julgadas em audiências formais, lideradas por um juiz de direito administrativo.
Em meio a esse caso, a Microsoft anunciou, nesta quarta-feira (07), que chegou a um acordo com a Nintendo e com a Valve para publicar Call of Duty nos consoles da Big N e na Steam pelos próximos dez anos. Tal proposta não foi aceita pela Sony até o momento.