Parte de uma nova geração começa na criação de novos Pokémon que irão compor a Pokédex local. Recentemente, tivemos um número menor de Pokémon adicionados a cada nova geração, tendo a região de Kalos como a que menos introduziu, totalizando 72 monstrinhos.
Em Alola nós tivemos um pouco mais, 86 para ser mais exato. No entanto, essa foi a primeira a adicionar formas regionais e, com isso, podemos considerar, de certa forma 104 novos nomes (86 base + 18 formas regionais). O mesmo para a região de Galar, com 89 espécies nativas e 20 formas regionais.
Percebeu a diferença? Por que investir tempo em criar novos Pokémon quando podem, com algumas diferenças, retornar alguns rostos já conhecidos? A seguir, veja como a criação de formas regionais ajudou a franquia Pokémon a se renovar. Boa leitura!
O que é uma forma regional?
Nas regiões de Alola, Galar, Hisui e mais recentemente, Paldea, certas espécies de Pokémon possuem formas regionais. Um Pokémon nessa condição não é chamado apenas por sua espécie base, mas sim, por sua variante regional, ou seja, um Grimer da região de Alola é conhecido como Alolan Grimer, enquanto sua forma “original” é chamada de Kantonian Grimer, referenciando a região de Kanto como origem.
Em Alola, há um pesquisador dedicado ao tema: Samson Oak, primo de Samuel Oak, ou Professor Carvalho, como conhecemos no Brasil. Por ser nativo da região, Samson investiga as condições que ativam as mudanças genéticas.
Ainda, as pessoas de uma determinada região chamam seus Pokémon como eles os conhecem, mesmo que haja outra forma (considerada “original”) em uma outra região. Isso pode ser notado de forma mais explícita no japonês, pois as combinações estão mais ligadas às diferenças do que os termos ocidentais, veja:
- Vulpix, como conhecemos, é chamado de Rokon, que é a combinação dos termos Roku (número seis em japonês) e Kon (onomatopeia que simboliza o som de uma raposa. Podemos também ter um jogo de palavras com o termo Konro, que significa fogão a gás, indo ao encontro do tipo FIRE;
- Alolan Vulpix, por outro lado, atende por um nome diferente: Keokeo. Esse termo é derivado de Keʻokeʻo, que em havaiano significa branco, e como a região de Alola é baseada no Havaí, vai totalmente ao encontro da ideia do tipo ICE de sua nova forma.
Pokémon com formas regionais tiveram que se adaptar ao novo ambiente em contrapartida de suas espécies base. Essa mudança reflete diretamente em sua forma física, altura, peso e claro, no tipo ou até mesmo tipos, no plural, já que as condições ambientais podem despertar essas características.
Quando levamos este conceito para o processo de breeding, o Pokémon que nascerá a partir do ovo gerado levará em consideração a forma em que os parentes estavam durante a geração do ovo, desta forma, um Cubone evoluirá para um Alolan Marowak caso seu pai/mãe seja de Alola, do contrário, evoluirá para um Kantonian Marowak.
No entanto, há uma pegadinha: o Cubone não possui forma regional, apenas sua evolução. Sendo assim, caso um Cubone filho exclusivamente de Kantonian Marowak evolua em Alola, se tornará um Alolan Marowak, pois segue o padrão da região onde está, e não de seus pais.
Introdução das formas regionais nos jogos
Agora que já sabemos o que é uma forma regional, abriremos essa seção com o primeiro Pokémon que deu origem ao tema, Exeggutor. Inclusive, é o Pokémon favorito de Tsunekazu Ishihara, CEO e presidente da Pokémon Company.Desse modo, houve um desenvolvimento gigantesco (literalmente) do pescoço do Exeggutor, que deixou de ser achatado e passou a ser enorme, construindo uma copa similar a de uma palmeira, espécie de árvore que serviu como base para criação do Pokémon Coco. O tipo DRAGON de sua forma de Alola é uma referência à espécie Dracaena
O impacto das formas regionais na franquia
Mas afinal, como essas formas influenciaram a série nos últimos anos? A resposta é simples: inovação. De fato, um Pokémon totalmente novo também pode ser considerado inovador com base em seu conceito, como Armarouge e Ceruledge. O ponto é que sempre esperamos cada vez mais por novos Pokémon, e isso não é uma tarefa fácil, seja pela quantidade que temos hoje ou também por sua inspiração.As formas regionais vão na contramão desse fluxo ao trazer Pokémon já conhecidos com outro formato e, com isso, as pessoas que nunca jogaram Pokémon na vida ou não estão por dentro dessa diferença se apegam àquele Pokémon específico, e não à sua forma original criada no passado. Um bom exemplo disso é o Galarian Zigzagoon. Lembro de conversar sobre esse tema com um colega há um tempo.
Na época, o Pokémon Guaxinim era a bola da vez no dia comunitário do Pokémon GO. Nesse tipo de evento, um determinado Pokémon pré-estabelecido aparece muito mais do que os outros e serve para celebrar um determinado mês dentro do jogo.
Em suma, alterar a forma de Pokémon famosos da franquia, como Arcanine, chama diferentes tanto do público que lembra do Pokémon canino de fogo da época em que assistia ao desenho quanto daquele mais novo que gostou de seu visual e decidiu procurar saber como é sua forma original, criando assim um vínculo e estimulando os jogadores a iniciar uma jornada nas versões mais antigas.
Há quem diga que o processo de criação de formas regionais é “preguiça” da Game Freak, pois o tempo que gastam “estragando” certos Pokémon poderia ser usado para criar novas entradas na Pokédex. Uma das maiores indignações da comunidade foi quando o Meowth recebeu não uma, mas duas formas regionais. Por que não escolher outro Pokémon para receber essa forma de Galar?
E você treinador, o que pensa sobre as formas regionais? Acha que são viáveis ou caem na ideia de mais do mesmo? Seu Pokémon favorito possui uma forma regional? Se sim, gostou ou poderia ser diferente? Deixe seu comentário e vamos conversar sobre o tema.