Blast from the Past

Relembrando a franquia Zero Escape - Parte 3: Zero Time Dilemma (3DS)

Relembre uma das melhores franquias de escape-the-room de todos os tempos.


Criada pela Spike Chunsoft, a franquia Zero Escape conquistou uma legião de fãs ao longo dos anos. Misturando diversos gêneros, como escape-the-room, aventura textual e terror psicológico, a série ficou conhecida por sua complexidade, colocando o jogador como a peça central para definir o futuro de nove personagens confinados em um local isolado, sem chance aparente de escapar de lá.


O último jogo da franquia, Zero Time Dilemma, abreviado como ZTD, foi originalmente lançado em 2016 para 3DS, PlayStation Vita, PlayStation TV e PC, recebendo, posteriormente, uma versão para PlayStation 4. Em termos de recepção, ZTD foi uma espécie de “ame-o ou odeie-o” dentro da série, sendo não apenas criticado por certas inconsistências no roteiro (em relação a 999 e VLR), como também pelo excesso de violência presente na trama.

Tudo começou com uma lesma

Focando bem mais em aspectos sci-fi que os outros dois jogos, ZTD traz como pano de fundo um experimento chamado Dcom, uma espécie de simulação de como seria a vida em Marte. No entanto, o que era para ser um experimento se torna um show de horrores: mais uma vez, nove pessoas se encontram presas em uma situação de vida ou morte liderada pelo misterioso Zero.

Para escaparem do Jogo da Decisão, ao menos seis X-Passes devem ser obtidos pelos participantes para que a saída — a X-Door — seja aberta. Contudo, uma senha é revelada apenas quando uma pessoa morre; em outras palavras, apenas três “felizardos” poderão sair de Dcom com vida.


Este terceiro jogo Zero Escape traz uma narrativa dividida em quatro linhas do tempo diferentes, sendo que três delas são dedicadas a cada um dos times de ZTD: C-Team, Q-Team e D-Team, e uma extra, considerada a rota verdadeira, na qual todos os nove participantes escapam com vida e confrontam Zero. Ao todo, o jogo possui 32 finais, sendo 23 considerados ruins (game overs), dois adicionais e sete principais, dos quais apenas um é o verdadeiro; inclusive, para ter acesso a ele, o jogador precisa ter tido contato com os outros, já que todos estão relacionados entre si de certa forma, e carregam várias questões morais e de valores.

Em termos de jogabilidade, ZTD mantém a ideia original de resolver quebra-cabeças em porções de escape-the-room da aventura, mas a parte de narrativa textual foi substituída por cinemáticas completas, como se o jogo todo fosse um grande filme à la Jogos Mortais. Outra decisão por parte da Spike Chunsoft foi dar o poder de escolha ao jogador: tomar ou não uma decisão quando necessário pode dar continuidade à história ou acarretar um game over. 


Curiosa e paradoxalmente, o último Zero Escape é o que tem menor duração entre os três jogos, mesmo com a extensa lista de finais. Além disso, ZTD traz personagens de 999 e VLR, a fim de tentar explicar suas origens e desfechos, mesmo que muitos dos conceitos apresentados não passem de ideias de ficção científica — a começar pela teoria de múltiplas linhas do tempo e a possibilidade de “pular” de uma para outra.

Apesar de suas várias inconsistências e um apelo desnecessário para a violência gratuita (o infame gorefest), Zero Time Dilemma trouxe criativos puzzles para as porções de escape-the-room e, de certa forma, conseguiu justificar alguns dos acontecimentos dos outros dois jogos da série Zero Escape


Para fechar este especial de retrospectiva, lanço a pergunta: na sua opinião, qual é o melhor título da franquia e por quê?


Revisão: Thais Santos

Também conhecida como Lilac, é fã de jogos de plataforma no geral, especialmente os da era 16-bits, com gosto adquirido por RPGs e visual novels ao longo dos anos. Fora os games, não dispensa livros e quadrinhos. Prefere ser chamada por Ju e não consegue viver sem música. Sempre de olho nas redes sociais, mas raramente postando nelas. Icon por 0range0ceans
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