Crônica

Switch OLED: vale a pena comprar?

O que deve ser considerado durante a decisão de adquirir o novo console?

em 03/10/2022

Anunciado discretamente em 6 de julho de 2021 pela Nintendo, finalmente o Nintendo Switch OLED chega de forma oficial ao Brasil. Com as vantagens da distribuição em território nacional, muitas pessoas podem ficar em dúvida se o novo aparelho é uma boa compra ou não. Saiba quais são as vantagens e desvantagens do console em relação aos outros modelos e se ele se encaixa às suas necessidades.

Ouça também nosso podcast sobre o lançamento do Switch OLED no Brasil.

Sobre a tela

A principal e mais chamativa diferença do Switch OLED já é destacada em seu próprio nome. A tela de OLED usa uma tecnologia sofisticada em que cada ponto é formado por LEDs orgânicos muito pequenos, que acendem individualmente gerando sua própria luz, dispensando uma iluminação de fundo. Isso resulta em cores mais vibrantes, uma reprodução mais profunda da cor preta e contraste muito maior que a tela de LCD, além de um menor consumo de energia.

Telas de LCD convencionais, como as que equipam o Switch original e o Lite, usam uma matriz de cristal líquido para formar os pontos da imagem a ser exibida. Como essa matriz não gera luz ela requer uma iluminação de fundo (backlight).
Comparativo de imagem nas telas do Switch OLED (esquerda) e modelo padrão (direita), com os aparelhos lado a lado em ambiente escuro

Na foto acima, em que escolhi uma cena com grandes áreas escuras, é possível perceber o “vazamento de luz” do backlight no modelo padrão, comparado ao OLED. Esse efeito é bastante perceptível ao visualizar os aparelhos em ambientes pouco iluminados, como a situação que fotografei.

A tela do OLED possui 7 polegadas, enquanto o modelo clássico tem 6,2 polegadas. Esse aumento é possível pois o Switch OLED faz um aproveitamento melhor da área útil do console, com molduras mais finas. A resolução é exatamente a mesma do modelo padrão: 720p no modo portátil e 1080p quando conectado a uma TV.

Colocando os aparelhos lado a lado, a imagem apresentada no modelo OLED é claramente melhor e ligeiramente maior que a do aparelho convencional. Porém, a minha opinião sincera de quem usa os dois aparelhos na prática é que quando você está concentrado na jogatina, essas diferenças não impactam tanto na experiência de jogo.
A imagem apresentada no OLED é ligeiramente maior, embora o corpo dos aparelhos tenha praticamente o mesmo tamanho
O contraste maior da nova tela também faz diferença quando jogamos ao ar livre, sob a luz do Sol, situação em que as imagens do novo aparelho ficam bem mais visíveis que as dos outros modelos. Se você pretende jogar em acampamentos, pescarias ou outras situações a céu aberto, o novo aparelho é uma boa opção a se considerar.

Em termos de desempenho, tempos de carregamento, taxa de quadros, resolução ou performance, o Switch OLED é idêntico ao modelo padrão.

Outras vantagens do Switch OLED

O aparelho mais recente possui 64 GB de memória interna, contra 32 GB dos modelos anteriores. Embora mais memória sempre seja algo bom, essa diferença pode ser sanada com o uso de um bom cartão de memória.

O suporte de apoio do OLED para jogar em modo tabletop é muito superior à do modelo padrão, que é muito ruim. O novo apoio tem a mesma largura do corpo do aparelho, deixando-o firme mesmo em superfícies instáveis, como em cima de uma cama ou na bandeja do assento de um avião em movimento. Ela também pode ser ajustada para abrir em diversos ângulos, oferecendo muito mais versatilidade. Porém, essa é outra vantagem discreta, que pode ser sanada através de um suporte para celulares ou qualquer improviso que deixe seu aparelho apoiado.
O suporte do novo aparelho é muito melhor
A base do Switch OLED destaca-se por sua cor branca e pela presença de um conector para cabo de rede integrado, algo que não existia no modelo anterior. Os Joy-Con e a base do Switch OLED são totalmente compatíveis com os acessórios do modelo padrão e vice-versa. O Switch Lite não é compatível com nenhuma das bases.

Por fim, o áudio embarcado do OLED é ligeiramente superior à dos outros modelos. Essa diferença não existe quando você joga através da televisão ou usando fones de ouvido.

As desvantagens do modelo OLED

A maior desvantagem do modelo OLED é o preço, 50 dólares mais elevado que o Switch padrão e 150 a mais que o Lite. Essa diferença é suficiente para comprar um jogo AAA ou diversos jogos menores. No Brasil só é vendido oficialmente o Switch OLED com base e Joy-Con brancos, o que pode desagradar aqueles que não apreciam essa estética.

O novo aparelho é 23g mais pesado que o modelo padrão. Embora a diferença não seja muito grande, ao usá-lo deitado na cama ele passa a sensação de ser mais pesado e um pouco mais incômodo para longas jogatinas, talvez porque sua traseira seja toda de metal, enquanto o modelo tradicional é de plástico. Isso transmite a sensação de maior peso, mas por outro lado também passa maior robustez.

O Switch OLED é cerca de 0,3 cm mais largo que o original. Embora a maioria dos acessórios destinados ao modelo padrão possam ser usados no aparelho mais novo, a pequena diferença é suficiente para que algumas capas, películas e adesivos não sejam compatíveis. O jogo Nintendo Labo VR Kit (Switch) também não funciona no OLED.
Nintendo Labo VR Kit

Para quem o Switch OLED é indicado?

Agora que vimos as vantagens e desvantagens do novo aparelho, listarei os perfis para os quais o novo aparelho pode ser uma recomendação interessante:
  • Entusiastas de tecnologia, aqueles que fazem questão de ter o melhor hardware disponível da Nintendo, ou que façam questão de uma tela OLED que apresente a melhor qualidade de imagem possível;
  • Colecionadores, que consideram o OLED um modelo interessante para possuir em seu acervo;
  • Para jogar ao ar livre, pessoas que queiram levar seus consoles para pescarias, acampamentos ou outras atividades a céu aberto;
  • Para quem usa o aparelho de forma equilibrada entre o modo TV e portátil, unindo a capacidade de conectar à TV que o Lite não tem com uma magnífica tela OLED para jogar em modo portátil, que o modelo padrão não tem;
  • Para quem não se importa com a diferença de preço; se custo mais alto é irrelevante para você, por que não desfrutar do melhor aparelho disponível?
  • Ostentação, para aqueles que vêem o modelo OLED como símbolo de status e prestígio.

Para quem o Switch OLED não é o mais indicado:

  • Para quem não faz questão de uma tela de OLED e considera a experiência da tela convencional suficientemente satisfatória;
  • Pessoas que desejam jogar o Nintendo Labo VR Kit, que não é compatível com o modelo OLED;
  • Para quem vai jogar exclusivamente em modo portátil, já que o modelo Lite é mais indicado para esse perfil por ser mais leve, portátil, ergonômico e barato;
  • Para quem vai jogar exclusivamente em modo TV, já que nesse modo a tela de OLED não faz diferença;
  • Para quem precisa economizar dinheiro, nesse caso a diferença de preços entre os modelos importa.

É para você?

As opiniões acima foram escritas com base em minha experiência pessoal de seis meses de uso diário com o Switch OLED como console principal. Não há como negar que a qualidade de imagem do novo aparelho é de encher os olhos, mas cabe a você ponderar suas necessidades e disponibilidade financeira. Espero que esse artigo lhe ajude a tomar uma decisão adequada que vá de encontro ao seu estilo de vida.

Revisão: Juliana Paiva Zapparoli

é engenheiro eletrônico e tem uma filha fofinha que tenta morder os controles do papai. Curte jogos de luta, corrida e ação.
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