Relembrando a franquia Zero Escape - Parte 1: Nine Hours, Nine Persons, Nine Doors (DS)

Relembre uma das melhores franquias de escape-the-room de todos os tempos.

em 29/10/2022

Criada pela Spike Chunsoft, a franquia Zero Escape conquistou uma legião de fãs ao longo dos anos. Misturando diversos gêneros, como escape-the-room, aventura textual e terror psicológico, a série ficou conhecida por sua complexidade, colocando o jogador como a peça central para definir o futuro de nove personagens confinados em um local isolado, sem chance aparente de escapar de lá.


O primeiro jogo da franquia, Nine Hours, Nine Persons, Nine Doors, abreviado como 999, foi originalmente lançado em 2009 para DS. Curiosamente, embora tenha tido uma boa recepção à época, o sucesso do game não veio do público japonês; pelo contrário, foi a comunidade ocidental, sobretudo a norte-americana, que alavancou a popularidade de 999, tornando-o a primeira parte de uma trilogia.

Nove horas restantes

Em 999, assumimos o papel do adolescente Junpei que, assim como os outros oito personagens do jogo, foi sequestrado e isolado em um cruzeiro por uma entidade chamada Zero. Não demora muito para as nove pessoas descobrirem que foram forçadas a participar de um jogo chamado Nonary Game, mas não é só isso: elas têm que achar a porta de número 9 em até nove horas; passado o tempo-limite, o cruzeiro — que muito lembra o RMS TItanic — afundará.


Além dos elementos de escape-the-room, o jogo traz diversas escolhas durante a porção narrativa, podendo impactar no final obtido. Ao todo, 999 tem seis possíveis desfechos, sendo um deles o verdadeiro; para obtê-lo, é necessário que o jogador reviva a trama várias vezes, fazendo escolhas diferentes e torcendo para que nenhum personagem morra no meio do caminho.

O ponto alto da trama de 999 é a relação entre os personagens, que é descoberta aos poucos com as escolhas feitas pelo jogador; no entanto, a história apresenta diversos conceitos filosóficos, científicos e matemáticos que também funcionam como pistas e até mesmo solução dos puzzles, podendo deixar a jogabilidade entediante e densa. Em 999 especificamente, o pivô é a soma repetida dos dígitos (também conhecida como raiz digital), já que as portas numeradas só podem ser abertas quando um grupo de três a cinco pessoas possuir o número indicado a partir da soma dos dígitos em seus braceletes, numerados de 1 a 9.


De todo modo, 999 traz uma escrita concisa, apesar de corrida e demasiadamente cômica em alguns pontos, capaz de atiçar a curiosidade de maneira ímpar, sobretudo a respeito dos personagens envolvidos; a história é imersiva o suficiente a ponto de fazer com que o jogador se questione em vários momentos — a decisão a ser tomada é realmente a correta?


Em suma, Nine Hours, Nine Persons, Nine Doors é um dos melhores jogos do gênero escape-the-room no DS. Na segunda parte do nosso especial sobre a franquia Zero Escape, relembraremos Virtue’s Last Reward.

Revisão: Thais Santos
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Também conhecida como Lilac, é jornalista e atualmente trabalha com assessoria de imprensa. Fã de jogos de plataforma no geral, especialmente os da era 16-bits, com gosto adquirido por RPGs e visual novels ao longo dos anos. Fora os games, não dispensa livros e quadrinhos. Prefere ser chamada por Ju e não consegue viver sem música. Sempre de olho nas redes sociais, mas raramente postando nelas.
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