Prévia: Bayonetta 3 (Switch) promete fechar a trilogia da bruxa mais amada dos games com muita ação e estilo

Bayonetta retorna naquele que promete ser o melhor jogo da franquia até agora.

em 22/10/2022
Revelado ao mundo através de um teaser trailer no longínquo The Game Awards de 2017, Bayonetta 3 é o novo jogo da bruxa mais sedutora e perigosa do mundo dos games e um dos títulos mais aguardados de todos os tempos para o Nintendo Switch. Em nossa prévia a seguir, vamos conferir todos os detalhes já divulgados desse lançamento exclusivo, que aparentemente possui todas as qualidades necessárias para integrar o panteão dos melhores títulos de ação da história!

A cronologia do hype

Para entender um pouco do hype em torno de Bayonetta 3, talvez seja necessário voltar um pouco no tempo, mais precisamente para 2009, quando o primeiro jogo da série foi lançado para PlayStation 3 e Xbox 360 como um dos projetos iniciais da recém-formada desenvolvedora PlatinumGames.

Liderada por mentes brilhantes como as dos ex-funcionários da Capcom Shinji Mikami e Hideki Kamiya, idealizadores de obras como Okami (Multi) e Resident Evil 4 (Multi), a PlatinumGames logo ganhou a atenção da crítica especializada com obras criativas como MadWorld, Vanquish e o primeiro Bayonetta, que se destacava por sua bela e voluptuosa protagonista, uma temática risqué e muita ação acelerada com pitadas de Devil May Cry.

De fato, todos os elementos de Bayonetta pareciam descrever a receita perfeita do sucesso, mas o resultado foi um fracasso comercial que não casava com as boas notas recebidas e a larga base instalada dos consoles da Sony e da Microsoft na época. Como os outros jogos lançados pela desenvolvedora tampouco foram bem financeiramente, logo a SEGA (que havia publicado o primeiro título) desistiu de investir em uma sequência da bruxa, colocando em sério risco a existência da franquia como um todo.

Esse cenário negativo permaneceu até meados de 2012, quando Bayonetta 2 foi anunciado como um lançamento exclusivo para o Nintendo Wii U. Com o envolvimento direto da Nintendo, que financiou o desenvolvimento da obra e trabalhou em conjunto com a PlatinumGames, a franquia finalmente alcançou seu potencial, entregando aquele que é possivelmente um dos melhores games de ação e hack and slash de todos os tempos. 

Justamente por isso, o anúncio de Bayonetta 3 foi tão celebrado pelos jogadores. Após anos de espera, temos aqui uma sequência com grande potencial de superar seus antecessores, especialmente se considerarmos o longo tempo de desenvolvimento e a aproximação crescente da Nintendo e da Platinum ao longo dos anos, que gerou o exclusivo Astral Chain (Switch), ports de The Wonderful 101 e da série Bayonetta para Switch e a aparição da bruxa em Super Smash Bros. Alguém falou em química perfeita?

O retorno de Bayonetta e uma nova ameaça

De acordo com todo o material divulgado até agora, Bayonetta 3 promete continuar a tradição da série de entregar o que a PlatinumGames define como Climax Action: momentos de ação caótica em sequência onde o jogador, no controle da protagonista, mal tem tempo de respirar antes que os desenvolvedores apresentem a próxima surpresa.

Após enfrentar tanto anjos quanto demônios de diversos tamanhos ao longo dos dois primeiros jogos, no terceiro somos apresentados a uma nova ameaça conhecida como Homunculi, seres misteriosos aparentemente criados pela humanidade para funcionar como armas biológicas. 

Pouco é sabido sobre a sua verdadeira origem ou principal responsável, mas essas formas de vida estão invadindo diversas partes do mundo e de outras realidades, colocando todo o fundamental equilíbrio existente entre Paradiso, Inferno e o mundo humano em xeque.

É justamente essa ameaça às três realidades que faz com que Bayonetta acabe se envolvendo na luta contra esses seres. Armada com magia, combos e os seus leais Demônios Infernais, a onipotente bruxa retorna à ativa após os eventos do segundo game e os jogadores podem esperar mais da mesma jogabilidade ágil e viciante da série, com combos fáceis de aprender, mas difíceis de dominar, e desafios que precisarão de muita prática até que seja possível obter o cobiçado selo Pure Platinum, símbolo do desempenho perfeito em uma seção.

Novos rostos e recursos

Novos problemas comumente requerem novas soluções, e no caso de Bayonetta 3, há uma série de adições que fazem com que — palavras dos desenvolvedores — a aventura supere a escala de tudo o que foi feito nos seus predecessores.

Para deter os Homunculi, além de habilidades especiais como o Witch Time, que possibilita desacelerar o tempo; e o Torture Attack, que pune os inimigos de forma sensual; a protagonista agora conta com novos recursos. Um deles é o Demon Masquerade, que a permite que ela se funda com um de seus demônios, como Gomorrah, para se movimentar pelo mapa nas seções de plataforma ou ajudar no combate.

Outra novidade é o Demon Slave, por meio do qual Bayonetta consegue invocar e controlar livremente demônios à distância. Considerando que parte dos confrontos ocorrerão em metrópoles do mundo humano em que há Homunculi de grandes proporções, esta habilidade possibilitará confrontos em larga escala nunca antes vistos na série, gerando muita expectativa sobre o que enfrentaremos a partir do dia 28 de outubro.

Além do retorno de rostos conhecidos como Rodin, Jeanne e Luka, também temos a chegada de novos personagens ao universo da saga. Desses, os destaques ficam com Viola, uma jovem bruxa em treinamento que promete desempenhar um papel central na história e na guerra contra os Homunculi; e Sigurd, cientista apontado por Viola como o grande responsável pela criação de tais seres.

Viola, em especial, será uma personagem jogável. Por estar em treinamento, a jovem não possui os mesmos recursos que Bayonetta, o que afetará consideravelmente a gameplay, mas com uma katana, facas e um novo demônio — Cheshire — à disposição, não faltarão modos de enfrentar os inimigos tentando fazer combos cada vez maiores.

Tanto os novos recursos quanto a chegada de mais personagens prometem amplificar toda a experiência da franquia, que sempre se destacou por seu sistema de combate criativo e situações tão cinematográficas quanto absurdas (em um bom sentido). Mesmo que seja perceptível que a maioria das informações ainda esteja guardada a sete chaves com a Nintendo e a Platinum, todos os sinais apontam para que este seja o maior e melhor título da série até então em todos os aspectos.

Mas há ainda uma novidade significativa que precisa ser mencionada: trata-se da inclusão do Naive Angel Mode. Quando este modo for ativado, as cenas e os movimentos mais sensuais de Bayonetta serão contidos e a personagem poderá ganhar algumas peças de roupa a mais, dependendo do que está sendo mostrado na tela.

Sendo sincero, embora a sensualidade seja um dos principais aspectos da franquia, é bom ver os desenvolvedores pensando em agradar a todos os tipos de públicos. No mínimo, ficará bem mais fácil jogar Bayonetta 3 na TV da sala no domingo à tarde.

Motivos para se preocupar?

Feitos todos os elogios, é preciso mencionar dois pontos em que Bayonetta 3 pode causar uma certa preocupação para quem deseja que de fato a obra seja um dos melhores jogos do ano e da biblioteca do Switch.

O primeiro diz respeito à produção da PlatinumGames nos últimos anos. Desde o exclusivo Astral Chain em 2019, o estúdio não emplacou mais nenhum sucesso, recorrendo à plataforma de financiamento coletivo Kickstarter para o lançamento multiplataforma de The Wonderful 101 e tendo que se contentar com as recepções no mínimo mornas de títulos como Sol Cresta (Multi) e World of Demons (iOS).

Além disso, a desenvolvedora ainda teve que enfrentar o cancelamento de Scalebound e talvez o maior fracasso da sua história com Babylon’s Fall (PC/PS4), cujos servidores serão desligados em fevereiro de 2023, tornando o game inacessível até para quem o comprou em março deste ano. 

São situações no mínimo preocupantes, mas seu impacto real — se é que haverá algum, sendo honesto — em Bayonetta 3 é impossível de prever. Ao que tudo indica, a nova aventura da bruxa possui novamente um envolvimento muito grande da Nintendo, o que deve ser o bastante para garantir uma aventura de qualidade em todos os aspectos.

Já o segundo foco de preocupação aborda a performance do jogo no Switch. Nos trailers divulgados até então, é possível perceber algumas quedas na taxa de quadros quando há muitas coisas acontecendo na tela ao mesmo tempo. Finalizando o seu sexto ano no mercado, é sabido que o console da Nintendo está enfrentando dificuldades técnicas em títulos mais “pesados” graficamente, e a obra supervisionada por Hideki Kamiya não é uma exceção, pelo que foi visto até agora.

Com a confirmação recente de que Bayonetta 3 usará uma resolução dinâmica a exemplo de Super Mario Odyssey (Switch) e Xenoblade Chronicles 2 (Switch), fica a esperança de que a Platinum utilize o tempo restante até o lançamento para entregar uma aventura polida e que não sofra com problemas de imagem ou na taxa de quadros. Dada a espera por seu novo título, tanto Bayonetta quanto os jogadores merecem o melhor.

Fechando a trilogia com estilo e ação!

Por tudo o que foi demonstrado até agora e pela qualidade dos jogos anteriores, Bayonetta 3 merece os olhares sobre si. A adição de novos recursos de combate, uma nova personagem jogável e uma ameaça de proporções nucleares promete melhorar ainda mais a já conhecida Climax Action da série, com momentos contínuos de ação capazes de tirar o fôlego de qualquer jogador em busca de combos cada vez melhores e mais estilosos. 

Faltando poucas semanas, o hype não poderia ser maior, pois tudo indica que teremos aqui o retorno triunfal de uma das franquias mais interessantes da indústria e o fechamento de uma trilogia essencial para todo fã do gênero. O resultado é que, do Paradiso ao Inferno, todas as realidades agradecem.
Bayonetta 3 — Switch
Desenvolvimento: Nintendo
Gênero: Ação, Hack and Slash
Lançamento: 28 de outubro de 2022
Expectativa: 5/5

Revisão: Davi Sousa 


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