Prévia: Valis: The Fantasm Soldier Collection II (Switch) busca incluir a nostalgia do Mega Drive à biblioteca do console híbrido

A segunda coletânea traz um apelo maior para os fãs do Mega Drive, mas sem abrir mão de suas raízes.

em 18/09/2022


Anunciada de supetão em março deste ano, com data de lançamento confirmada em maio, Valis: The Fantasm Soldier Collection II reflete o sucesso — e também o carinho dos fãs para com a primeira coletânea — de uma franquia que teve um fim trágico e abrupto. Desta vez, a Edia decidiu por trazer ao Switch quatro títulos da série Valis, mas o apelo maior fica pelas versões de Mega Drive contidas no emulador.

Por que Mega Drive? Valis SD?

Para a maioria dos fãs ocidentais, ter um PC Engine (TurboGrafx-16 na terra do Tio Sam) era sinônimo de luxo, ainda mais quando sua aceitação em território norte-americano não foi muito boa. Mesmo que o console tivesse potência maior que a do Mega Drive (ou Sega Genesis na América do Norte) e do próprio NES, por contar com a capacidade de rodar CD-ROMs, esses dois consoles ainda eram os queridinhos no lado de cá do globo.

Até houve uma tentativa de trazer Valis para o NES, mas acabou sendo um fiasco total e que nunca saiu do Japão. Contudo, esse erro gigantesco da Telenet serviu para que a franquia chegasse ao Mega Drive, seus respectivos hardwares. no início dos anos 90, angariando um bom número de fãs; inclusive, para estes, os ports dos jogos de Valis para o console da Sega são tão bons quanto suas versões de PCE, salvo as devidas capacidades de hardware.


O destaque, contudo, fica para a inusitada inclusão de Valis SD, que foi a única versão — spin-off, vale ressaltar — de Valis II lançada para Mega Drive. O jogo continua sendo um side-scrolling action platformer, mas com elementos das versões de MSX e PC-88/98 de Valis II, como as vestimentas e os power-ups que alteram a performance de Yuuko no decorrer da campanha.

Por aqui, Valis SD foi chamado de SYD of Valis, título que significa Super Yuuko Deformed of Valis, já que o jogo usa artes no estilo super deformed (popularmente conhecido como chibi). Com isso, a aventura tem um estilo mais “fofinho”, deixando os personagens — inimigos inclusos — mais caricatos e expressivos.

O início de tudo

Apesar de os títulos de Mega Drive roubarem a cena na Collection II, a inclusão de Valis: The Fantasm Soldier de MSX, mesmo que tenha sido anunciada “aos 45 do segundo tempo”. Originalmente lançado em 1986, o jogo marca o início das aventuras de Yuuko e, em 1987, figurou na lista dos títulos mais vendidos do ano.

Esta versão de Valis conta com uma jogabilidade mais elevada, mas o que chama mesmo a atenção é sua qualidade audiovisual, sobretudo a presença de cutscenes animadas que narram passagens da história entre um estágio e outro — algo impressionante para a época.

Valis IV

A sequência da trilogia Valis de PCE traz Lena como a nova Guerreira Valis. Yuuko, agora com 30 anos e coroada deusa de Vecanti, é a mentora da jovem heroína, que precisa, mais uma vez, salvar os três mundos da investida de Galgear, príncipe do Mundo das Trevas.

A história se passa logo depois dos acontecimentos de Valis III e, assim como este, o quarto título da franquia retém as mesmas características de jogabilidade: ao todo, temos três personagens jogáveis — Lena, Amu e Asfal — que contam com suas próprias armas, habilidades e feitiços.

O que esperar deste segundo volume?

Todos os quatro jogos presentes na Collection II são suas versões originais, então sua jogabilidade não será alterada. Caso siga a mesma linha do primeiro volume, a coletânea trará a possibilidade de alterar o mapeamento de botões, mas espero que, desta vez, possamos desligar os comandos originais, como comentei na análise do antecessor.

Também espero que a função de “voltar no tempo” seja corrigida, pois a quantidade de quadros rebobinados era, na maioria das vezes, insuficiente para corrigir um erro de movimentação equivocada. De resto, com certeza estarão presentes as funções de save/load state, que são essenciais em todo emulador que se preze.

Por fim, se a Edia aplicar a mesma dedicação na Collection II, teremos uma bela galeria com manuais originais, cutscenes e trilha sonora disponíveis a qualquer momento, para deleite dos fãs.

Na expectativa de chegar ao Ocidente

Por enquanto, Valis: The Fantasm Soldier Collection II foi anunciado como exclusivo em território japonês, mas, se repetir o sucesso da primeira coletânea, existe uma alta probabilidade de a Edia lançar uma versão ocidental — ainda mais devido ao sucesso que o Mega Drive fez por aqui. A única expectativa fica na correção em algumas funcionalidades que não estavam muito de acordo com o que se espera de um emulador.

De todo modo, o compilado promete ser mais um belo agrado aos fãs de Valis, mas entusiastas do Mega Drive também terão em mãos a ressurreição de dois dos melhores jogos da era 16-bits já lançados no console, mas com todo o conforto da portabilidade do Switch.
Valis: The Fantasm Soldier Collection — Switch
Desenvolvedora: Edia
Gênero: side-scrolling action platformer
Data de lançamento: 22 de setembro de 2022 (apenas no Japão)
Expectativa: 5/5
Revisão: Cristiane Amarante
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Também conhecida como Lilac, é jornalista e atualmente trabalha com assessoria de imprensa. Fã de jogos de plataforma no geral, especialmente os da era 16-bits, com gosto adquirido por RPGs e visual novels ao longo dos anos. Fora os games, não dispensa livros e quadrinhos. Prefere ser chamada por Ju e não consegue viver sem música. Sempre de olho nas redes sociais, mas raramente postando nelas.
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