Mega Man Battle Network 2 (GBA), a continuação da obra que deu um novo estilo ao robô azul, completa 20 anos

O jogo conseguiu melhorar a experiência de seu antecessor, solidificando os alicerces da franquia.

em 10/09/2022
Em 2001, a Capcom lançou Mega Man Battle Network para Game Boy Advance, trazendo outro estilo para o robô azul. De jogos de plataforma e ação, ele passou a fazer parte de uma série de RPGs táticos com elementos de card game, e sua história, que se passava exclusivamente no mundo físico, passou a incluir também o mundo virtual dos programas de computador. Foi uma mudança abrupta, mas que teve uma recepção positiva por grande parte dos jogadores. Desta forma, uma sequência era muito aguardada para confirmar o sucesso da nova franquia. 

Mega Man Battle Network 2 chegou um ano depois, em 2002, com uma missão muito difícil: superar seu antecessor e trazer algo novo para a série. E de fato conseguiu, melhorando alguns pontos da jogabilidade, deixando a gameplay mais dinâmica e expandindo o sistema do jogo com novos itens, combinações de ataques e áreas para exploração. Quanto à história, vimos uma continuação direta, apresentando novos vilões e inimigos ainda mais desafiadores.



De volta ao mundo conectado

Os títulos da série Battle Network se passam em uma realidade alternativa onde a Internet tornou-se o principal meio de comunicação, conectando quase todos os objetos comuns (fogões, mesas, janelas, etc) a computadores e dispositivos pessoais. Neste mundo, as pessoas utilizam avatares de programas chamados NetNavis (Network Navigators) para conectar-se à rede de computadores e aos demais dispositivos, permitindo sua exploração como se fossem locais físicos.

No entanto, existem aqueles que utilizam a rede para cometer crimes e atos terroristas, roubando dados e espalhando vírus. Essas ameaças são combatidas através de um programa chamado Battle Chips, onde literalmente ocorrem os combates entre os NetNavis e os meliantes virtuais. 

Em Mega Man Battle Network 2, voltamos a este mundo e assumimos novamente o controle do jovem estudante Lan Hikari e seu NetNavi MegaMan.EXE, no verão seguinte aos eventos do primeiro game. Depois de derrotar a organização criminosa WWW, a dupla de heróis acaba por enfrentar um novo grupo terrorista chamado Gospel, que mostra uma aparente falta de padrão de ataque, causando problemas e destruições aleatórias, numa suposta disseminação do caos.



Novidades na exploração

O sistema de exploração de Mega Man Battle Network 2 segue como no primeiro jogo, utilizando conceitos básicos de RPG. Continuamos alternando entre mundo real e virtual, mas com melhorias em cada um deles.

No caso do mundo real, novas cidades foram acrescentadas, expandindo a atuação de Lan ao fazer com que ele tenha que conversar com mais pessoas e visitar lugares diferentes. Quanto ao mundo virtual, para acessá-lo ainda é necessário se conectar à Internet por meio de algum dispositivo e através da ação "jack-in", alternando o controle para MegaMan. É neste mundo onde ocorre toda a ação; ou seja, além de explorar grandes áreas e resolver puzzles, é aqui que batalhamos contra os vírus de computador e outros perigos.



Em comparação ao jogo anterior, a aparência foi totalmente reformulada: cada área ganhou seu próprio plano de fundo e um design de base diferente. Elas deixaram de ser um labirinto de caminhos estreitos (o que lembrava os cabos de rede conectando os computadores) para apresentar estradas de tamanhos variáveis, locais de exploração em formas diversas e caminhos com setas de sentido único.

Um bom ponto a destacar é que, para evitar a confusão entre as camadas da rede, cada uma passou a apresentar um esquema de cores e tonalidades diferentes, algo que realmente auxilia na localização, uma vez que não há mapas disponíveis. Também foram acrescentados os NetSquares, lugares por onde os NetNavis podem andar sem ser atacados por vírus. Neles, temos lojas onde podem ser obtidos itens como Battle Chips e Sub Chips. 



Novidades no sistema de combate

Assim como no primeiro Battle Network, as batalhas ocorrem de forma aleatória enquanto caminhamos pelo mundo virtual. Voltados à ação, estratégia e planejamento, os combates acontecem em uma área dividida em 18 espaços, sendo a metade direita reservada para MegaMan movimentar-se em tempo real.

Além do ataque básico (tiro de blaster em linha reta), podemos utilizar os Battle Chips, pequenos chips que permitem a execução de movimentos especiais durante a batalha. Cada um apresenta um efeito diferente, desde golpes mais fortes e recuperação de pontos de energia a até mesmo o auxílio de outros NetNavis. No início de cada combate, podemos escolher até cinco chips do mesmo tipo ou letra e, no decorrer da ação, uma nova seleção fica disponível de tempo em tempo, marcado por uma barra no topo da tela. 



A novidade ficou em torno da preparação dos Battle Chips. Anteriormente era permitido usar até 10 cópias de qualquer chip em uma pasta personalizável. Essa quantidade foi reduzida para 5, forçando o jogador a selecionar uma maior variedade de golpes. Por isso, o número de chips com efeitos diferentes também foi aumentado, além do código “*” ter sido criado, tornando certos chips utilizáveis ​​com outros que possuam qualquer código de letra.

Outra alteração importante foi a substituição do antigo sistema de armadura por um sistema de estilo, trazendo vantagens em combate contra certos tipos de inimigos não somente em relação ao dano recebido, mas também quanto ao dano de ataque, além de mudanças na aparência física. No decorrer do jogo, MegaMan pode assumir um dos cinco estilos (Guts, Team, Custom, Shield e Hub), cada um dos quais também pode ser combinado com um dos quatro elementos (Fogo, Madeira, Eletricidade e Água). 



Abrindo as portas da franquia

À primeira vista, Mega Man Battle Network 2 pode parecer uma continuação sem novidades, muito devido aos gráficos serem bem parecidos com os do seu antecessor. No entanto, quando jogamos e analisamos bem, vemos os benefícios que ele trouxe: dinamizou as batalhas, melhorou o visual dos cenários e adicionou uma maior variedade de habilidades e golpes, além de contar uma história divertida e um final surpreendente.

Seu sucesso na época em que foi lançado mostrou que a franquia tinha muito futuro pela frente, deixando os fãs na expectativa das próximas entradas. Quanto aos dias atuais, o título envelheceu muito bem e, mesmo hoje em dia, jogá-lo é muito divertido e desafiador, como qualquer jogo de Mega Man deve ser. 
Revisão: Davi Sousa
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Gamer desde os anos 90, iniciou sua paixão por videogames jogando Magic Carpet em um Turbo Game. Mas a sua relação com a Nintendo começou mesmo com Super Mario Bros. 3. Quando não esta escrevendo para a Nintendo Blast pode ser encontrado no Instagram (@nalokadora)
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