Um gigante em busca de amor
Tudo começa com a chegada de um novo kaiju na área: Gigachu, o personagem do jogador. É possível escolher entre vários pronomes para se referir a ele, incluindo tanto opções reais (he/him, she/her e they/them), quanto ficcionais, como chu/chu. Essa escolha brinca com o conceito de que há muitas formas de gênero, especialmente quando se fala de criaturas gigantes de origens variadas.
Além de cada personagem ser carismático, eles representam determinadas perspectivas sociais, fazendo alusão a comportamentos e ideologias da vida real. Tudo que vemos se dá através da perspectiva de um show de TV em que dois repórteres traduzem os comportamentos das criaturas para o inglês. De forma geral, tanto a camada metalinguística quanto o roteiro em si podem ser bastante engraçados.
O estilo artístico fofo e bastante colorido ajuda a fortalecer essa veia cômica. O tom rosa é bem comum, o contraste é bem alto e há vários símbolos de coração, inclusive no design do Gigachu. Além das expressões faciais e corporais, são utilizados alguns balões de emoção para indicar tristeza, felicidade, entre outras reações, tendo em vista que os kaiju não falam.
A destruição romântica
Uma vez selecionado o seu parceiro, cabe a Gigachu escolher uma localidade adequada para o próximo encontro. Porém, em vez de ser um momento realmente romântico, o que se encontra em cada área de Kaichu é basicamente um quiz. Cabe ao jogador escolher a resposta que parece mais apropriada para agradar à companhia escolhida.
Apesar de se tratar basicamente de tentativa e erro, há pistas das respostas corretas nos traços estereotípicos dos personagens e nas breves descrições sobre eles nos diálogos entre os repórteres. Porém, a sensação geral é de superficialidade, com perguntas que parecem mais uma tentativa de horóscopo de romance do que um encontro de fato.
Há também um outro problema, que é a tendência à repetição, especialmente porque grande parte dos diálogos dos jornalistas independe das escolhas do jogador. Com isso, o jogo se torna enjoativo rapidamente, desincentivando o fator replay apesar da possibilidade de namorar outro personagem.
Uma paródia aquém do seu potencial
Kaichu: The Kaiju Dating Sim é uma paródia de dating sim que tenta fazer brincadeiras sobre relacionamentos e o próprio gênero. Porém, a sua superficialidade e a pouca compreensão do que realmente faz um simulador de encontros interessante comprometem consideravelmente a experiência, que acaba não valendo mais do que uma jogada rápida.
Prós
- Visual fofo e colorido que chama a atenção para o tom engraçado da narrativa;
- Algumas referências e piadas engraçadas sobre relacionamentos.
Contras
- A grande repetitividade faz com que não valha a pena realizar múltiplas tentativas;
- Trata o conceito de dating sim com desrespeito, reduzindo o sistema a um quiz raso;
- Reta final com dificuldade artificial.
Kaichu: The Kaiju Dating Sim — Switch/PC/PS4/PS5/XBO/XSX — Nota: 6.0
Versão utilizada para análise: Switch
Revisão: Davi Sousa
Análise produzida com cópia digital cedida pela Top Hat Studios