Enquanto 2022 trouxe alguns bons jogos ao Switch, outros, infelizmente, deixam muito a desejar. Tasomachi: Behind the Twilight é mais um que entra nessa categoria, mas não por sua por sua proposta; pelo contrário, sua classificação errônea como um "jogo de plataforma" induz as pessoas ao erro, como aconteceu no meu caso.
Um mundo coberto por névoa
A história de Tasomachi gira em torno da jovem Yukumo, que, depois de uma pane em seu dirigível, se vê presa em um vilarejo vazio envolto por um nevoeiro. Logo nossa protagonista encontra um gato, um dos habitantes locais, que explica ser necessário encontrar as Sources of the Light para reparar sua aeronave e, por tabela, purificar o mundo de Tasomachi e trazer seus moradores de volta.
Para tal, Yukumo precisa encontrar os templos de cada uma das áreas, superar os desafios das Sacred Trees de cada um deles e coletar as Sources of the Light. Embora simples, essa ideia de ser “largado no vazio” faz completo sentido no jogo, já que a ideia por volta da trama é, justamente, desbravar esse mundo enevoado.
Contudo, para um jogo que se vende como um platformer, pouco se vê desse elemento durante a jogatina. As ditas plataformas só aparecem durante os desafios nos templos e, mesmo assim, não trazem muita complexidade — inclusive, pode-se, por 20 moedas, ativar um portal e ignorar as plataformas. A parte da “ação” também se perde em Tasomachi, uma vez que todas as habilidades aprendidas por Yukumo são pouco utilizadas durante a aventura em si.
O título é, na verdade, um grande simulador de exploração. Enquanto nos perdemos aqui e ali nos vilarejos que compõem esse mundo vazio em busca das Sources of the Light, já que nem ao menos uma bússola ou um mapa nos é oferecido, também encontramos algumas moedinhas aqui e acolá que podem ser trocadas por itens posteriormente. Mesmo assim, a maioria deles é cosmética, como roupas diferentes para Yukumo ou mobílias para sua “base” em Silent Village.
Um conceito bonito e bem-planejado, mas pouco desenvolvido
Em termos de apresentação audiovisual e performance, Tasomachi tem seus pontos fortes. A começar por seus gráficos, com a ressalva de ficarem um pouco “borrados” no modo portátil, nota-se o cuidado dos desenvolvedores em oferecer um jogo esteticamente bonito e que consegue transmitir a sensação da história do jogo. A trilha sonora também se destaca positivamente, e pelo menos no meu caso, achei que ela combinou bastante com a ambientação em si.
Mesmo que a movimentação de Yukumo seja lenta e não exista uma opção de correr, os controles são responsivos e os pulos, precisos, mas senti dificuldade, em alguns momentos, em posicionar a personagem para interagir com alguns objetos no cenário. Felizmente, movimentar a câmera livremente, além de aproximá-la e afastá-la da heroína, facilita na hora de procurar pelas Sources of the Light e completar os desafios dos Sacred Temples.
De resto, é uma pena que a história, por mais simples que seja, não tenha tido um cuidado maior. Quero ressaltar que senti muita falta de mais conteúdo interativo, pois fiquei com grandes pontos de interrogação sobre a minha cabeça nas poucas horas em que consegui, de certa forma, ter alguma diversão com Tasomachi. Mesmo depois de purificar os vilarejos, tudo continua a passar uma sensação de abandono, mas agora sem a presença da névoa.
Por fim, também deixo aqui minha insatisfação com o tamanho da fonte usada no jogo. Ler os textos é outro desafio, de tão pequenos que são, mesmo no modo TV, sendo prejudicial até mesmo para a navegação no menu.
Potencial desperdiçado — ou simplesmente pouco explorado
Tasomachi: Behind the Twilight, enquanto um jogo de ação em plataforma, deixa a desejar. Tivesse sido anunciado como um simulador de exploração, ou até mesmo como um “projeto em andamento”, o título até cumpre com seu papel. Em termos de visual, música e jogabilidade, a aventura de Yukumo denota grande potencial; por outro lado, esses pontos positivos não são o bastante para fazer com que Tasomachi escape da névoa do esquecimento.
Conclusão: quando a expectativa não condiz com a realidade, encontrar disposição para continuar a campanha — e, mais ainda, recomendar o jogo — é uma tarefa árdua. Infelizmente, não me senti motivada para continuar investindo no jogo, dado o grande vazio que ele é.
Prós
- Excelente apresentação audiovisual;
- Controles responsivos.
Contras
- Visual borrado no modo portátil do Switch;
- Falta de bússola ou mapa funcional durante a exploração;
- Poucos momentos de ação ou plataforma;
- História com sensação de abandono;
- Fonte usada no texto demasiadamente pequena.
Tasomachi: Behind the Twilight — PS5/PS4/PC/Switch — Nota: 5.0Versão utilizada para análise: Switch
Revisão: Janderson Silva
Análise produzida com cópia digital cedida pela Playism