Nesta terceira parte, cinco jogos tiveram passagem pelo DS e 3DS: Shadow Dragon, New Mystery of the Emblem, Awakening, Fates e Shadows of Valentia. Vamos relembrá-los?
Retrospectiva Fire Emblem
Fire Emblem: Shadow Dragon (DS)
À época, Shadow Dragon foi a única maneira que muitos fãs ocidentais tiveram para finalmente jogar o primeiro título da franquia. A 11ª entrada é um remake de Shadow Dragon and the Blade of Light e, embora tenha mantido muitas características do jogo original, também adicionou algumas funções extras.
A primeira grande mudança em relação ao jogo original foi a implementação do triângulo de armas à jogabilidade, que não existia em Shadow Dragon and the Blade of Light. Além disso, o número de classes existentes aumentou e os jogadores também tiveram contato com a função de Class Swap, permitindo que muitas das classes pudessem trocar para outra "árvore evolutiva", por assim dizer.
Por fim, Shadow Dragon também trouxe a função de Save Point, que permitia que jogadores salvassem o jogo antes de um momento crucial durante os mapas, como uma luta contra um chefe. Essa mecânica não substituiu a clássica suspensão de combate (Suspend), mas deixou a jogabilidade um pouco mais fácil se comparada às dos títulos anteriores.
Fire Emblem: New Mystery of the Emblem (DS)
O remake de Mystery of the Emblem (SNES) foi o pioneiro no sistema de avatar, elemento que seria então adicionado aos próximos jogos da franquia. Junto à introdução de Kris, outros elementos da jogabilidade sofreram significativas mudanças, sobretudo a possibilidade de jogar no modo casual, opondo-se ao já consolidado sistema de permadeath da franquia ao permitir que unidades derrotadas em combate retornassem no próximo capítulo.
Além disso, muitos personagens passaram a ser recrutáveis, como Michalis, que em Shadow Dragon and the Blade of Light e Mystery of the Emblem morriam durante o combate para dar prosseguimento à trama. New Mystery of the Emblem acabou por ser um divisor de águas entre os fãs, muitos considerando o 12º jogo da franquia um "insulto" a Fire Emblem como um todo, pois a introdução desse modo acabou com a "essência" de jogar Fire Emblem.
Fire Emblem Awakening (3DS)
Awakening foi uma aposta arriscada da Intelligent Systems: ou o jogo atingia um número considerável de vendas ou a franquia chegaria ao fim definitivamente. Frente a isso, diversas mecânicas foram implementadas no 13º Fire Emblem, como habilidades, suportes entre personagens, árvores de promoções, entre outras.
Contudo, o que fez de Awakening o salvador da franquia foi a introdução dos filhos dos personagens que tivessem atingido suporte S entre si. Essas crianças tiveram um papel importante na história do jogo, fazendo com que sua participação não fosse resumida a apenas "um número a mais" no rol de personagens.
Awakening também foi o primeiro jogo que focou mais na personalidade de seus personagens, fazendo com que os jogadores desenvolvessem apreço (ou desprezo) por eles. A aposta arriscada provou-se certeira e o 13º Fire Emblem arrecadou um grande número de vendas, o maior da franquia até então, e permitiu que mais dois jogos fossem produzidos para o 3DS.
Fire Emblem Fates (3DS)
Embora Fates reunisse todas as características presentes em Awakening, sobretudo o sistema de gerações, a 14ª entrada da série foi a primeira a apresentar uma história segmentada, totalizando três rotas diferentes. Ao fim do capítulo 6, os jogadores precisavam "escolher" (visto que cada uma delas é adquirida separadamente) entre os reinos Nohr, trama continuada em Conquest, e Hoshido, foco de Birthright, mas uma terceira rota, Revelation, podia ser comprada via DLC.
Com isso, Fates se tornou o primeiro Fire Emblem a apresentar pontos de vista diferentes a respeito de um mesmo conflito, mas também dividiu a opinião dos fãs, dada a diferença na jogabilidade entre Birthright, Conquest e Revelation. Mesmo assim, Fates atingiu vendas significativas e ajudou a reestabelecer a franquia no mercado.
Fire Emblem Echoes: Shadows of Valentia (3DS)
O último jogo da franquia para 3DS é um remake de Gaiden (NES) e os jogadores ocidentais finalmente puderam vivenciar os conflitos de Alm e Celica no continente de Valentia. O 15º Fire Emblem foi também o primeiro jogo a apresentar uma dublagem integral.
Em relação a Gaiden, diversas modificações foram feitas, a começar pelo prólogo que introduz o passado de Alm e Celica e um capítulo de pós-jogo. Vilarejos também podiam ser explorados no estilo point-and-click, permitindo que jogadores interagissem com diversos NPCs e tivessem acesso a diferentes conteúdos, como a possibilidade de forjar armas em troca de Gold e Silver Marks.
Personagens também passaram a aprender habilidades por meio dos equipamentos utilizados, em vez de adquiri-las de acordo com suas classes. As dungeons, que agora podiam ser exploradas como em um jogo de aventura 3D em terceira pessoa, reintroduziram o sistema de fadiga de Thracia 776 (SNES), mas com a diferença de que os personagens sofriam penalidades em seus parâmetros em vez de ficarem incapacitados para os combates.
Por fim, além da inclusão do modo casual, Shadows of Valentia trouxe a Mila's Turnwheel, uma mecânica limitada que permitia que os jogadores voltassem turnos no combate para corrigir erros cometidos. A Mila's Turnwheel foi, inclusive, o pivô para o sistema de Time Pulse que seria introduzido posteriormente em Three Houses (Switch).
Na última parte da retrospectiva Fire Emblem, falaremos sobre Three Houses, o único jogo principal da franquia no Switch até agora, e também discutiremos sobre o futuro da série como um todo, bem como suas incursões em outros jogos, como Smash Bros.
Revisão: João Pedro Boaventura
Capa: Juliana Paiva Zapparoli