Assim como muitos outros indies similares no console híbrido, Imp of the Sun é perfeitamente jogável durante sua curta duração, mas falha em realmente impressionar. A tradicional junção de uma boa ideia, um visual competente e algumas escolhas infelizes de game design resultam em uma experiência que pode ser classificada apenas como mediana.
Trazendo a cultura andina para o Switch
O sol foi tomado pela escuridão e o mundo de Imp of The Sun, que é inspirado tematicamente pela cultura andina, se encontra sob as sombras de um eterno eclipse. O astro-rei, utilizando todos os seus esforços e o calor do seu fogo, consegue gerar uma ínfima fagulha de luz em forma de uma pequena criatura destinada a salvar esta realidade. Portando uma arma dourada que age como uma espada e que se assemelha a uma relíquia do tempo dos incas, cabe apenas ao novo herói a missão de derrotar os quatro guardiões lendários e restaurar a ordem.
Para quem não está tão familiarizado, a premissa é que o mundo está totalmente aberto para a exploração desde o começo, o problema é que você não irá possuir os meios para alcançar certas áreas até viajar para outras localidades e destravar as habilidades necessárias para continuar o seu rumo. Dito isso, Imp of the Sun cumpre esse objetivo básico do gênero de forma competente, mas passa longe de realmente surpreender com as possibilidades de interação com o mapa.
Embora o visual dos coloridos personagens desenhados à mão seja bem agradável, assim como os vívidos detalhes do cenário de fundo, o design do mapa em si, os elementos de plataforma e as interações dos seus poderes com o ambiente não se destacam muito.
A movimentação se resume a pular (incluindo pulo duplo) e utilizar um dash, mas as habilidades adquiridas não alteram nem expandem essa parte central do gameplay de forma significativa. As principais formas de progresso pelo cenário também são bastante simples. Basicamente, ativar botões para liberar passagens (um elemento já utilizado demais por maioria dos metroidvanias), passar por alguns momentos leves com foco em plataforma e superar áreas onde o combate é obrigatório para seguir adiante.
Essas três maneiras de progredir pelo jogo também resumem os vários problemas da sua execução. Além do citado level design por vezes simplório demais e que não apresenta grandes surpresas ou interações inovadoras com seu personagem, a movimentação e o combate sofrem com problemas inerentes à sua própria implementação.
De forma similar, o combate nunca encontra um equilíbrio. A movimentação aparenta ser bem fluida de início, o que permite que você ataque na terra e no ar em quatro direções distintas. A questão é que a detecção de golpes também parece estar mal calibrada, tornando difícil atacar e esquivar de forma adequada em diversos momentos. Outro ponto é que não existe nada parecido a uma esquiva destinada apenas para os confrontos, transformando o ineficaz pulo na única opção para um desvio durante os momentos mais tensos.
Estes problemas da jogabilidade geram um senso de dificuldade um tanto artificial para a aventura. O jogo não parece ser tão complicado em si, porém, graças à falta de polidez de suas mecânicas centrais, situações simples se tornam bastante complexas de forma consistente durante a experiência. Infelizmente, até mesmo as batalhas com chefões, com oponentes com visuais imponentes e desafios interessantes, são afetadas por essas questões mecânicas do game.
Em geral, o título roda bem no Switch e conta com animações bem-feitas, mesmo que ainda um tanto amadoras em alguns momentos. A arte sofre com o mesmo problema de possuir um certo toque de imperfeição estética no produto final, deixando algo a desejar mesmo que ainda seja competente. A trilha sonora, por sua vez, com claras influências andinas e de música peruana, pode ser considerada o único aspecto realmente impressionante do jogo, casando muito bem o som ambiente aos cenários de cada área.
Uma boa ideia pode não ser o bastante
Prós
- Estética interessante homenageando a cultura peruana, com personagens coloridos, um mundo vívido e animações expressivas na maior parte do tempo;
- Trilha sonora que também honra suas raízes andinas e sabe casar bem a atmosfera com as músicas.
- Sistema de progressão interessante, com novas habilidades e melhorias para seu personagem.
Contras
- Level design que não aproveita a diversidade estética em suas mecânicas e não sabe interagir de forma criativa com as habilidades do personagem;
- Ação de pular mal calibrada e pouco responsiva, o que afeta grande parte da jogabilidade negativamente;
- Combate esquisito com problemas na detecção de ataques.
Imp of The Sun - Switch/PC - Nota: 6.0
Versão utilizada para análise: Switch
Revisão: Thais Santos
Análise produzida com cópia digital cedida pela Fireshine Games
Análise produzida com cópia digital cedida pela Fireshine Games