Chocobo GP (Switch): a versão Lite e o modo Online que deixa Mario Kart para trás

Novo spin-off derivado da franquia Final Fantasy tenta, escorrega e chega lá; só que não em primeiro lugar

em 30/03/2022
Com o lançamento recente de Chocobo GP no híbrido nintendista e a recepção um tanto quanto controversa do título, há, além da história, várias outras modalidades no game que merecem uma atenção maior. Em especial quando se trata do modo online, o título desempenha um papel que, não unanimemente, consegue deixar a franquia do bigodudo para trás, dadas as suas devidas proporções.

Mais charme do que conteúdo próprio

Em Chocobo GP, você escolhe entre heróis, criaturas e monstros tipicamente conhecidos da série Final Fantasy para competir em corridas malucas, como Gilgamesh, Cloud ou o próprio Chocobo, no estilo kart racer que remonta do título original Chocobo Racing, da quinta geração de consoles.


O jogo oferece alguns modos recorrentes do gênero como Time Attack, Corrida Solo ou até mesmo Multiplayer local — este limitado a dois jogadores na mesma tela. O Grand Prix, como sugere o GP do título, é, no entanto, o coração do jogo e, a longo prazo, provavelmente o modo com a mais alta capacidade de replay. 

Nele, você compete online em um sistema de torneio eliminatório contra 64 jogadores de todo o mundo, em corridas de no máximo 8 jogadores. Os quatro primeiros lugares em cada corrida avançam para o próximo round, até sobrarem os últimos 8 vencedores que disputarão o título de campeão. 

A tal versão Lite

Em um possível esforço para expandir e popularizar o modo Grand Prix com jogadores, oferecendo uma solução gratuita de um gênero consagrado em plataformas nintendistas, a Square-Enix lançou uma versão gratuita de Chocobo GP, chamada Chocobo GP Lite. 


Este movimento faz muito sentido, considerando o torneio de corridas de carros com 64 jogadores no total, número esse que tem sido facilmente alcançado desde o lançamento do game, graças a essa versão gratuita. 

Mas podemos dizer que as semelhanças e também as diferenças entre as duas versões são muito mais complicadas do que você poderia esperar.

Quando se trata de single player, a versão Lite de Chocobo GP parece bastante completa e semelhante à paga. Os jogadores ainda têm acesso ao cenário da história, ao modo Time Attack e às corridas personalizadas que compõem o mínimo para jogos do gênero. Entretanto, a escolha de diferentes corredores, assim como suas opções de personalização e carros, são limitadas nesta versão.

Todavia, o multiplayer é onde as coisas começam a mudar de fato. Isso ocorre já que, caso queira se divertir com mais de um jogador localmente, você precisará de uma versão completa de Chocobo GP.


O jogo funciona semelhante ao Final Fantasy Crystal Chronicles, recentemente lançado para o Switch: se um jogador tiver comprado a versão principal do título, os amigos só poderão participar de suas partidas com a versão Lite. Assim, o máximo que se interpõe no caminho de um modo local de 8 jogadores, é possuir um Nintendo Switch, numa maneira piorada do “Download Play” — modo esse que saúda tantos jogadores nintendistas mais velhos.

Logo, jogadores da versão Lite podem se juntar às salas de multiplayer local em Chocobo GP, mas apenas os jogadores da versão completa podem criá-las. Justo ou não, é uma feature bacana e que pode ser desfrutada sem delay algum, mesmo com a versão gratuita.

Grand Prix de verdade

Os modos de multiplayer online da versão Lite são limitados a “apenas” o modo Grand Prix, mas isso definitivamente não é muito para lamentar. Claro, você não poderá convidar amigos para jogar uma partida online com você, limitando-se a aleatoriedades, mas ainda assim a proposta do modo GP se mantém como a melhor disponível no pacote.

Nos títulos da franquia Mario Kart, sempre senti que o modo online era totalmente sem propósito, uma vez que trata-se justamente de um simples lobby, com sugestões de pistas indo e vindo e o máximo que aconteceria seria somar à sua pontuação, ou ganhar uma coroa no seu Mii, o que a maioria das pessoas apenas ignora e se divertem nas pistas que estão afim.


Uma grande característica do modo Grand Prix, então, é adicionar esse sistema de “mata-mata”, classificação e eliminação. Não apenas a competitividade aumenta e a vontade de terminar entre os quatro primeiros se torna viciante, como valoriza toda a jornada desde início ao fim da jogatina online.

Finalizar a competição em primeiro lugar, após outras três corridas, oferece uma ótima sensação de que o feito foi extremamente importante, em especial porque você passa a competir apenas com outros que anteriormente também haviam sido campeões de corridas menores, acirrando o desafio, aumentando o ego e reduzindo qualquer jogador desinteressado ou ainda muito iniciante.

A própria Nintendo admite a superioridade desse método, uma vez que o mesmo está sendo implementado quase que de forma idêntica no sucessor dos esportes da Big N: Nintendo Switch Sports. 

O jogo de boliche possui a mesma lógica do modo online de Chocobo GP

Potencial grande, realização pequena

Muito potencial foi desperdiçado em Chocobo GP. Em particular, a falta de um modo local de 4 jogadores, a grande dependência no grinding para o desbloqueio de personagens e a extrema punição ao ser atingido por qualquer item me impedem de colocar o game em qualquer posição mais alta.

Da mesma forma, as várias opções de compras dentro do jogo — incluindo itens cosméticos aos montes que nem mesmo os que adquiriram o jogo completo são poupados —, também fazem dele uma opção quase que unicamente caça-níquel e desinteressante para a opção de compra.


É inegável, no entanto, a diversão proporcionada pelo modo online em Chocobo GP e, caso a punição por dano de itens e o balanceamento de personagens for melhorado, novas pistas forem adicionadas e o grinding excessivo se reduza, teremos aí um ótimo passatempo, que pode fazer frente ao modo online tão sem objetivos da turma do Mario por ainda mais tempo e de maneira gratuita.

E você, já deu uma conferida no jogo? Se divertiu com essas características do modo online? Acha melhor que Mario Kart? Deixe abaixo um comentário!
Revisão: Janderson Silva
Fonte: GameInformer, GamersDe, PlanetSwitch
Siga o Blast nas Redes Sociais

Curioso, empolgado e positivo: os ingredientes ideais para criar o Felipe perfeito...ou quase! Estudante de Engenharia no crachá, programador aos fins de semana e designer às quintas-feiras. Na dúvida, viajar pelos mundos de Kingdom Hearts ou caçar monstros em Hyrule são sem dúvidas uma boa aposta! Conheçam-me! @felipe_lemos12
Este texto não representa a opinião do Nintendo Blast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Você pode compartilhar este conteúdo creditando o autor e veículo original (BY-SA 3.0).