Desde o início da saga, ainda em 2007, em meados da sexta geração de videogames, a franquia Assassin's Creed rapidamente tornou-se uma das queridinhas da indústria e o principal carro-chefe da popularização da francesa Ubisoft por todo o mundo.
Com a gigantesca e calorosa recepção da primeira entrada da série, não demorou muito para que mais um novo título fosse desenvolvido e Assassin's Creed II (Multi) foi aguardado com um grande fardo: superar o legado de seu antecessor.
Graças a maestria da Ubisoft em acompanhar o bom momento da série, as tendências do mercado e os apelos dos fãs, a francesa conseguiu superar o desempenho do título de estreia em um game que é, ainda hoje, um dos principais pilares da indústria de games ocidentais.
Com grandes jogos já lançados e tanto a crítica quanto o público já convencidos da maestria desenvolvida pela Ubisoft, a história foi se expandindo em títulos que conseguiram somar ainda mais fãs para a série e consolidar a saga como reais eventos de megalançamento da indústria.
Após mais de uma década, três das entradas mais icônicas na franquia estão indo para o Nintendo Switch sob o título de Assassin's Creed: The Ezio Collection, com data de lançamento marcada para 17 de fevereiro de 2022.
Essa não é a primeira vez que a série dá as caras no híbrido, uma vez que a Ubisoft lançou no último ano Assassin's Creed III Remastered e Assassin's Creed: The Rebel Collection no Nintendo Switch, o último no qual inclui Assassin's Creed IV: Black Flag e Assassin's Creed Rogue; todos em ótimos ports que agradaram suficientemente.
The Ezio Collection trará os três títulos principais estrelados pelo assassino italiano: Assassin's Creed II (2009), Assassin's Creed Brotherhood (2010) e Assassin's Creed Revelations (2011), com "gráficos melhorados", de acordo com a Ubi, mas sem os modos multiplayer.
Também estão inclusos no pacote todos os DLCs lançados para os três games, o curta com atores Assassin's Creed Lineage, que conta a história do pai de Ezio, e o curta animado Assassin's Creed Embers, que mostra os últimos dias do italiano.
Entre Parkour e Lâminas ocultas
Nos últimos 15 anos, uma antiga rivalidade tem visto os Assassinos e os Templários lutarem através de vários períodos na franquia Assassin's Creed — seja em games, filmes, quadrinhos ou mesmo livros.
Tudo isso dito, não há dúvida de que a Ubisoft acertou com a série; motivando sequências que conseguiram se superar repetidamente, e reservando um lugar especial na trajetória de muitos jogadores, em especial no ocidente.
A equipe usou as críticas ruins do primeiro jogo para fazer um planejamento completo para um novo assassino chamado Ezio. O novo herói permitiu que os desenvolvedores começassem do zero em um novo mundo, baseado no Renascimento italiano. As aborrecidas missões secundárias do primeiro game foram deixadas de lado, e até mesmo a história de Desmond foi atualizada.
Para aqueles que não estão familiarizados com a história “principal” de Assassin's Creed, o jogo gira em torno de Desmond Miles, um barman que descobre que ele é na verdade descendente de várias gerações de Assassinos, indivíduos bem treinados em torno de um Credo, que viveram ao longo da história.
Usando o Animus — um dispositivo revolucionário que permite a Desmond viajar no tempo e reviver memórias de sua ascendência usando seu DNA, desenvolvido pela controversa Abstergo Industries — os jogadores assumem o controle de alguns dos Assassinos mais mortais e controversos da história, e aprendem segredos testemunhados pela linhagem de Desmond.
Após a Abstergo se revelar como os Assassinos dos tempos modernos, Desmond liberta-se de sua prisão, criando o enredo de longo prazo Assassinos versus Templários que serviu à série durante anos. Além disso, todo esse tempo no Animus permitiu que Desmond aprendesse ele mesmo algumas habilidades que o faziam um real acrobata mortal.
O submundo renascentista
A linha do tempo e a história de Assassin's Creed saltam entre vários personagens. Apropriadamente, porém, em The Ezio Collection todos os três jogos seguem as viagens e aventuras de Ezio Auditore di Firenze através dos anos, detalhando a queda de sua família e a ascensão de um novo grupo de Assassinos na Itália.
Cada Assassino protagonista nos games tem características e peculiaridades diferentes, embora a maioria ostente as mesmas habilidades em furto, parkour e habilidades de combate.
A trilogia segue Ezio enquanto ele se encrenca pela Itália renascentista e Constantinopla, apunhalando, desbravando e conhecendo várias figuras históricas em nome da descoberta de uma vasta conspiração mundial. Essa conspiração se estende em várias sequências que acontecem nos dias de hoje; esse enredo particular estava no seu melhor nestes três jogos.
O nobre florentino descobre que seu pai e tio serviram como Assassinos e, com algum treinamento do tio Mario, ele mesmo se torna um Assassino — embarcando em missões para matar os responsáveis pela morte de sua família.
Além de dezenas de horas de história em um jogo de ação e aventura verdadeiramente excelente, esta coleção também vem com alguns curtas-metragens que dão corpo à história.
O único lado negativo é que ela não incluirá o competitivo multiplayer online que foi introduzido em "Brotherhood" e refinado em "Revelations". É um dos jogos mais divertidos que já tive em um jogo multiplayer, pois exigia que os jogadores agissem como cidadãos comuns e se misturassem em multidões para se esgueirar pelos mapas e assassinar os demais — era realmente fantástico.
Se está na Nintendo, está em casa
Apesar de passar despercebido por muitos, as entradas para o Wii U não foram as primeiras na casa do cogumelo, mas esse posto se deve a um spin off chamado Assassin‘s Creed: Altair 's Chronicles para o Nintendo DS.
O game foi em grande parte apenas ambientado em uma história paralela de Altair e não causou muito impacto, a não ser para preencher um pouco mais da história de fundo e surfar no hype que a franquia levantava de vendas, onde quer que fosse lançada. No entanto, o jogo serviria também como um teste do plano que a Ubisoft seguiu repetidamente nos anos que se seguiram.
O próprio Ezio cortejou as damas e se aventurou também por Assassin's Creed II: Discovery (DS), que não consta na coletânea, mesmo se tratando de um game bastante razoável — mas que também não deixou nenhuma marca ou legado por onde esteve.
Mesmo após os relançamentos no Switch com Assassin's Creed III Remastered e Assassin's Creed: The Rebel Collection, com esta coleção de jogos agora disponível no Nintendo Switch, muitos ficaram curiosos para ver como são os gráficos para o jogo.
Por tudo que já foi mostrado, os desenvolvedores fizeram um ótimo trabalho para torná-lo adequado para o console híbrido e, apesar de mostrar sinais claros de um jogo envelhecido, não faz feio nas telas nintendistas.
Coleção de títulos preciosos
Assassin's Creed II sozinho ganhou vários prêmios de jogo do ano, e a Ubisoft novamente fez planos para mais jogos em um cronograma acelerado, se comprometendo a lançar pelo menos um, senão dois jogos AC em múltiplas plataformas a cada ano.
Dessa premissa que nasceu Brotherhood já em 2010, assombrado pelas expectativas um pouco baixas dado que os líderes criativos anteriores da franquia haviam trocado de projeto e pelo fato de que era o primeiro jogo para consoles que não tinha um título numerado, o que tornava as coisas um pouco confusas e davam um ar de “spin-off” para o game.
Após seu lançamento, no entanto, Brotherhood provou ser tão bom quanto o segundo título, continuando onde a história parou e avançando o enredo de forma muito interessante — o final trágico do jogo é provavelmente a melhor reviravolta da série. O game também foi o primeiro jogo da série a incluir o tal modo multiplayer, que não foi incluído na coletânea.
Já em 2011, Revelations foi um tanto quanto controverso, dado as altas expectativas com a conclusão das histórias de Altair e Ezio, finalizando o ciclo original em círculo completo. O game, apesar de ser bom, já mostrava que a franquia merecia novos ares para continuar se mantendo no topo da indústria, mas não fez feio e concluiu o pedido e ânsias dos fãs.
Dito isto, esta é uma coleção bastante sedutora, mesmo para quem já jogou esses títulos várias vezes, será a primeira vez que poderá fazê-lo em qualquer lugar. Se você nunca jogou um jogo "Assassin's Creed" e não sabe por onde começar, este é definitivamente o caminho a seguir.
E você? Já jogou algum dos games? Tem boas memórias com a série? Ansioso para as aventuras de Ezio no Switch? Deixe abaixo um comentário!
Revisão: João Gabriel Haddad
Fonte: Kotaku, Fandom, TheGamer, GamesRadar