Death end re;Quest 2 (Switch): Como os problemas de performance atrapalham o aproveitamento do jogo

Destrinchamos a questão do quão prejudicial é publicar um jogo sem fazer uma quality check antes.

em 13/02/2022
death end request 2 switch
Na análise que escrevi de Death end re;Quest 2, deixei bem claro que não consegui jogar o suficiente para ter uma noção muito profunda a respeito do desenrolar da história, que por sinal é bem interessante, mas experimentei o suficiente para ver como a relação entre as personagens era construída. Contudo, por mais que o JRPG tenha grande foco na narrativa como um todo, os problemas técnicos que presenciei foram motivos mais que suficientes para me desanimar totalmente.


É bem sabido que, no geral, jogos que receberam ports de uma plataforma para outra tendem a sofrer com problemas de compatibilidade ou simplesmente não ser otimizados para o console em questão. Mencionei isso também na análise de Death end re;Quest, lançado originalmente para PS4, que recebeu ports para PC e, por fim, para o Switch.

Com Death end re;Quest 2, o lançamento para PS4 e PC foi praticamente simultâneo, tendo um único port — no caso, para o Switch. Jogadores que se dedicam à jogatina em um PC costumam ter máquinas potentes, com especificações similares ou ainda mais robustas que as de um PS4. Nesse quesito, é de se esperar que ambos os jogos tenham um desempenho proveitoso em ambas as plataformas.

Porém, do outro lado temos o Switch, que conta com um hardware bem mais limitado em relação às outras plataformas citadas. Eu não sou uma pessoa que se importa muito com gráficos desde que seja possível tirar um bom proveito do jogo, mas também não esperava que Death end re;Quest 2 fosse ter problemas também no modo TV do Switch.

Friso o advérbio porque, diferentemente de seu antecessor, que tem uma performance satisfatória quando o console híbrido está conectado à TV, esta sequência continua a apresentar os mesmos problemas já relatados em ambas as análises mencionadas anteriormente. Para resumir, eu já esperava que o desempenho no modo portátil não fosse lá grandes coisas — e realmente não é.

O X da questão gira em torno da má otimização do jogo para o Switch. Os gráficos continuam borrados e serrilhados mesmo no modo TV — algo que, apesar de esteticamente desagradável, é possível relevar de certo modo — e a queda da taxa de quadros é absurdamente incômoda.

É nítida a baixa performance do jogo na parte em que ele precisaria ser minimamente jogável. A exploração de dungeons e os combates, dois pilares de qualquer JRPG que se preze e elementos de suma importância para o desenrolar da história, são simplesmente detestáveis.

A baixa qualidade do port prejudica não só na hora de interagir com objetos, seja um save point ou um baú de itens, mas também na interação com elementos do cenário. Por exemplo, usar a Buggy Skill de Rottie, que necessita de um posicionamento específico dentro de círculos verdes espalhados no chão, se tornou alvo de combates desnecessários porque eu não conseguia posicionar a personagem corretamente no local.

Esse problema de movimentação se estende até mesmo para os combates, nos quais preferi observar as personagens batalhando automaticamente (mesmo contra chefes) a tentar fazer combinações de golpes efetivos e tirar proveito das mecânicas durante as lutas. Como comentei na análise, uma das partes que deveria estar entre as mais proveitosas e dinâmicas do jogo como um todo se tornou a mais arrastada e tediosa.


Por fim, há a questão do lag. Existe um inconveniente extremamente agravante, que é o atraso no command input.; embora mais perceptível depois de telas de carregamento extremamente demoradas, contribui para uma insatisfação generalizada.

Infelizmente, a única parte jogável acaba sendo a interação entre as personagens e as passagens da história, as quais compõem a porção de visual novel 2D do JRPG. Contudo, se precisamos dos combates e explorações para saber o que acontece a seguir, como é possível aproveitar um jogo literalmente bugado?

As minhas expectativas para Death end re;Quest 2 eram muitas e eu realmente estava ansiosa por esta sequência. Eu realmente queria saber o que aconteceu com World's Odyssey, Shina e companhia, e como Mai e as outras garotas entraram em contato com seus Buggies e Glitch Modes.

Porém, de que adianta uma história interessante se não podemos tirar proveito dela devido a impedimentos técnicos?

Revisão: Davi Sousa
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Também conhecida como Lilac, é jornalista e atualmente trabalha com assessoria de imprensa. Fã de jogos de plataforma no geral, especialmente os da era 16-bits, com gosto adquirido por RPGs e visual novels ao longo dos anos. Fora os games, não dispensa livros e quadrinhos. Prefere ser chamada por Ju e não consegue viver sem música. Sempre de olho nas redes sociais, mas raramente postando nelas. Icon por Heru.
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