A série Tales of é um fenômeno no Japão e já conta com 17 jogos principais, sem contar os spin-offs. Um desses títulos é Tales of the Abyss, que chegou ao 3DS seis anos após seu lançamento no PS2 e foi uma das maiores apostas da então Namco Bandai para o portátil da Nintendo. Mesmo que a parte gráfica não seja a melhor qualidade do JRPG, a história e o sólido sistema de batalha compensam quaisquer falhas que Tales of the Abyss possa apresentar — isso sem mencionar que é um dos pouquíssimos jogos 100% dublados disponíveis no 3DS.
Um dos melhores JRPGs no 3DS
Tales of the Abyss surpreende não apenas por sua história cheia de reviravoltas, mas também pelo seu sólido sistema de combate. Podendo ser considerado uma evolução do sistema presente em Tales of Symphonia (GC), o jogador tem total controle sobre o personagem, que pode se movimentar livremente pelo campo de batalha; além disso, os combates são em tempo real, deixando cada batalha ainda mais dinâmica.
O grande destaque desse sistema de combate é a presença do Field of Fonons (FOF), círculos elementais que aparecem no campo de batalha esporadicamente. Quando uma habilidade compatível com certo elemento é utilizada dentro de um FOF, o personagem executa uma nova técnica com a propriedade elemental do círculo, que costuma ser bem mais poderosa que sua contraparte regular. Com esse conhecimento à disposição, o jogador pode explorar o sistema de vantagens e desvantagens dos inimigos e, dependendo do caso, vencer as lutas em míseros segundos.
As novidades de combate não acabam aí. O potencial dos personagens pode ser estendido para além de seus Artes com as AD Skills (habilidades passivas), Capacity Cores e Fon Slot Chambers. Esses dois últimos elementos são os maiores diferenciais de Tales of the Abyss, já que os Cores permitem aumento nos atributos quando os personagens sobem de nível e as Chambers potencializam efeitos dos ataques elementais.
Outro excelente fator no port para 3DS é a dublagem. Por mais que, hoje em dia, seja difícil não encontrar jogos dublados nos consoles atuais, há uma década, era raro portáteis receberem títulos com dublagem integral, como é o caso de Tales of the Abyss. Nesse quesito, a qualidade no áudio consegue superar — e muito — as falhas gráficas gerais, sobretudo o péssimo uso da função 3D do portátil.
Como de praxe na série, Tales of the Abyss também se beneficia de um grande fator de rejogabilidade. Diversos conteúdos só podem ser acessados (ou melhor aproveitados) durante o New Game+, que pode ter suas configurações modificadas em troca do Grade adquirido na campanha principal, como começar um novo save file com todo o dinheiro acumulado, Cores obtidos etc.
Falhas existem, mas o produto final surpreende
Tales of the Abyss segue a receita clássica de um JRPG de sucesso: história complexa e intrigante, personagens carismáticos que demonstram crescimento com o passar da trama, um mundo cheio de oportunidades e, sobretudo, um ótimo sistema de combate. Mesmo não trazendo mudanças significativas em relação ao seu lançamento original no PS2, Tales of the Abyss é, sem dúvidas, um produto espetacular para um portátil da Nintendo e um título para nenhum fã de JRPG colocar defeito.
Revisão: João Pedro Boaventura