Meus jogos favoritos de 2021 — Beto Ferreira

Os redatores do Nintendo Blast falam sobre os títulos que mais curtiram neste ano.

em 28/12/2021
Chegamos ao final de mais um ano, época de especiais, comemorações e retrospectivas. Por isso, a equipe do Nintendo Blast preparou uma série de matérias para apresentar os jogos preferidos dos redatores ao longo desse período. É uma oportunidade de comparar listas, expor opiniões e até pegar dicas de algum título que pode ter passado batido. O Switch recebeu diversos lançamentos, fazendo com que cada um possa ter uma experiência própria com o console.


O meu caso pode parecer a você o especial do Roberto Carlos, com a presença de sucessos de outros tempos. Afinal, eu tinha tanto jogo acumulado que minha lista inclui games de vários anos, mas que só pude curtir agora. Isso só mostra como o híbrido da Nintendo tem muita lenha para queimar. Mas também tenho algumas opções menos óbvias aqui. Então, acompanhe os principais títulos que marcaram o meu 2021:

Luigi's Mansion 3


Uma franquia iniciada no GameCube e estrelada pelo irmão do encanador bigodudo mais famoso do mundo. Longe de se apoiar no carisma do Mario, aqui Luigi brilha e, mesmo a contragosto, prova todo seu valor e capacidade de protagonizar sua própria aventura.

O humor da história, a inventividade no gameplay e a qualidade das cutscenes são alguns dos destaques que justificam mergulhar neste hotel durante as férias do pessoal do Reino do Cogumelo. Não à toa, Luigi's Mansion 3 está no top 15 de títulos mais vendidos do Switch até o momento. King Boo e companhia fizeram minha alegria em janeiro.

Mario + Rabbids: Kingdom Battle


Esta inusitada parceria com a Ubisoft está prestes a ganhar uma continuação e frequentemente entra em promoção na eShop. Ainda assim, nem todos deram uma chance a Mario + Rabbids: Kingdom Battle. Eu, por exemplo, tenho certa má vontade com títulos que apresentam o clássico combate por turno e resisti até as férias de julho deste ano.

Agora tenho que dar o braço a torcer: montar estratégias de ataque e defesa com Mario e os coelhos amalucados é sensacional. Por vezes, a personalidade e as possibilidades oferecidas pelos Rabbids inclusive me deram vontade de tirar o encanador do time, tamanho empenho no desenvolvimento do título. A expansão com Donkey Kong também merece destaque, além das batalhas contra os chefes – o cantor de ópera me matou de rir. Se você ainda não conferiu este jogo, não enrole como eu. Aproveite a próxima promoção.

Cuphead


Agora saindo das franquias da Big N. A boa relação entre Nintendo e Microsoft nos possibilita ter acesso a excelentes criações da "concorrência". Cuphead sempre me interessou, com sua estética de desenho animado dos anos 1930 e proposta de ser um game de plataforma desafiador. Adquiri numa promoção e ele ficou ali, sempre no meu radar, aguardando um período em que eu tivesse tempo para mergulhar nesta aventura.

E que aventura! O Studio MDHR fez um trabalho primoroso: a arte é fantástica, a jogabilidade é perfeita e o desafio é enervante. Para quem já conseguiu recolher todos os contratos ao derrotar os chefes, Cuphead e Mugman voltam em 2022 com o DLC The Delicious Last Course, renovando a vitalidade do título.

Dandara: Trials of Fear


Agora é hora de entrar no terreno dos títulos nacionais, começando com dois jogos do ano passado. O primeiro é Dandara: Trials of Fear, uma edição que repaginou este metroidvania a ponto de torná-lo quase um novo game.

Com uma mecânica diferente, os controles limitam a movimentação e enriquecem a experiência ao exigir certa estratégia para decidir onde pisar. Além disso, há várias referências à cultura nacional, como ao movimento musical Clube da Esquina e ao quadro Abaporu da pintora Tarsila do Amaral. Para completar, os desenvolvedores da Long Hat House ainda são gente boa e nos concederam uma entrevista, que teve ainda uma segunda parte.

Sky Racket


O segundo título nacional de 2020 que me conquistou nesse ano foi essa reimaginação do gênero shoot'em up. Em vez da tradicional "navinha", Sky Racket utiliza um tenista que voa pelo cenário rebatendo as bolinhas ou certos tipos de tiros para destruir os inimigos.

Esse pingue-pongue espacial é cativante e viciante, e apresenta uma evolução constante na dificuldade. Os últimos níveis são de arrancar os cabelos, e ver o final verdadeiro é um desafio para poucos. É um excelente trabalho do estúdio Double Dash e pode ser adquirido com algumas moedinhas de ouro.

A Lenda do herói: Edição Definitiva


Finalmente entramos nos títulos lançados em 2021! Essa inusitada criação dos Castro Brothers poderia ser apenas um jogo inspirado no clássico Wonder Boy, que chegou a ser reprogramado e lançado pela Tectoy como Mônica no Castelo do Dragão (Master System). Contudo, A Lenda do Herói: Edição Definitiva vai muito além de ser uma cópia genérica.

O gameplay é acompanhado por um musical, o que confere ao título uma identidade única. As letras das canções estão o tempo todo conduzindo o enredo, conversando com o jogador, referenciando o que está acontecendo em tela ou ainda satirizando as convenções, como o fato de um side-scrolling sempre te conduzir para a direita. Os DLCs inclusos nesta edição definitiva são um show à parte, introduzindo novas temáticas e ritmos. Enfim, um grande acerto da Dumativa para ser jogado com som alto, para não perder piada alguma por causa das risadas.

Horizon Chase Turbo: Senna Sempre


Eu tive o prazer de escrever a análise de Horizon Chase Turbo: Senna Sempre e foi um deleite. O jogo base, por si só, já é um maravilhoso jogo de corrida com forte inspiração em clássicos dos anos 1990, como Top Gear (SNES) – aliás, as trilhas sonoras de ambos os títulos foram compostas por Barry Leitch, que também conversou com a gente esse ano.

O DLC Senna Sempre é praticamente um game à parte, trazendo o prazer e a nostalgia da Fórmula 1 dos anos 1980 e dos jogos do Ayrton para a Sega. Mas sem ficar presa ao passado, a Aquiris traz com muita qualidade essa experiência para o presente e faz uma bela homenagem ao piloto brasileiro que fez história no automobilismo mundial. Foi o meu jogo nota 10 do ano.

Kaze and the Wild Masks


Completando meu top 5 de jogos brazucas, não poderia deixar de falar sobre esse plataforma 2D estrelado por uma coelhinha invocada. Kaze and the Wild Masks possui belas animações, desafiantes batalhas contra chefes e letras escondidas para coletar ao melhor estilo Donkey Kong Country (SNES).

Essa inspiração fica clara também nos trechos com carrinhos de mina e no girar das orelhas de Kaze para planar, emulando a Dixie Kong. Mas o título também possui suas próprias marcas, como as máscaras de animais que conferem uma bem-vinda variedade na jogabilidade. O PixelHive Game Studio também conversou com a gente na época do lançamento deste que é um dos melhores jogos de plataforma disponíveis para o Switch.

Chegamos longe no mapa


Em tantos anos de jogatina, jamais imaginei que um dia faria uma lista com tantos títulos brasileiros entre os meus preferidos do ano. Isso seria impensável em décadas passadas e ainda bem que agora os tempos são outros. Cheguei a fazer uma matéria sobre a produção nacional por conta do movimento Terça Indie, que busca dar visibilidade a essas obras que podem passar despercebidas sem as grandes campanhas de marketing de um AAA.

Aliás, foi um prazer passar a fazer parte da equipe de redatores deste site que eu já acompanhava desde a Lenda da Pedra (entendedores entenderão) e poder contribuir com as entrevistas ou com as discussões sobre a cinetose e a polêmica do fomo. As atribulações da vida me forçaram a diminuir o ritmo das postagens, mas o Nintendo Blast possui uma equipe fantástica que não deixa a peteca cair.

Que em 2022 você possa se cercar de pessoas dispostas a serem suas parceiras, no estudo, no trabalho, na diversão ou onde for. Esse é o maior dos power-ups e faz frente a qualquer Bowser da vida real.
Confira os títulos selecionados pelos outros redatores da nossa equipe:
Revisão: João Gabriel Haddad
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Nascido no mesmo dia que Manoel Bandeira (mas com alguns anos de distância), perdido em Angra dos Reis (dos pobres e dos bobos da corte também), sob a influência da MPB, do rock e de coisas esquisitas como a Björk. Professor de história, acostumado a estar à margem de tudo e de todos por ser fora de moda. Gamer velho de guerra, comecei no Atari e até hoje não largo os mascotes - antes rivais - Mario e Sonic.
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