Meus jogos favoritos de 2021 — Juliana Paiva Zapparoli

Os redatores do Nintendo Blast falam sobre os títulos que mais curtiram entre os lançamentos deste ano.

em 26/12/2021
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2021 foi um ano maluco em diversos sentidos. Apesar de muitas coisas não terem mudado em relação à pandemia, tenho a impressão de que 2021 passou até rápido demais. Surpreendentemente, este ano, para mim, foi o ano dos indies, com descobertas para lá de surpreendentes e que, de certa forma, mexeram comigo — é até difícil escolher apenas alguns, mas vou tentar. Prometo não dar spoilers!

A YEAR OF SPRINGS

Desde que comecei a escrever para o Nintendo Blast em abril do ano passado, eu nunca dei nota 10 para nenhum jogo que analisei, até ter a oportunidade de conhecer A YEAR OF SPRINGS. Esta coletânea de visual novels, produzida por npckc, trata de temas muitíssimo atuais que dizem respeito à comunidade LGBTQIA+ e que, na minha opinião, deve ser jogada por todos, pelo bem da nossa sociedade.

Além de um conteúdo tocante, as três histórias que compõem A YEAR OF SPRING são bastante didáticas e representam, de maneira verossímil, as dificuldades que pessoas queer enfrentam em um mundo conservador ditado pela heteronormatividade e binaridade. Acima de tudo, a coletânea também é um porto seguro para a comunidade LGBTQIA+, que, mais do que nunca, precisa desse sentimento de pertencimento.

LoveChoice

O que é amor? Cada pessoa tem uma resposta, afinal, diversos tipos de amor existem, não apenas o romântico, e cada pessoa tem sua própria definição para o sentimento. Contudo, uma coisa é certa: o amor é um sentimento agridoce e com diversos altos e baixos.

LoveChoice pode não responder a essa pergunta feita pelo próprio, mas consegue apresentar as diversas facetas deste sentimento tão complexo para todos nós em três pequenas visual novels interativas. A apresentação audiovisual é a cereja do bolo, entregando a imersão necessária para construir situações verossímeis pelas quais com certeza já passamos ao longo de nossas vidas.

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Gnosia

Um surpreendente jogo de impostor single player com uma história única e intrigante narrada em forma de visual novel. Em Gnosia, vivemos diversos loops temporais nos quais precisamos sobreviver aos debates. Conforme o jogo progride, os embates verbais entre os personagens tornam-se mais acirrados e colocam nosso raciocínio lógico ainda mais à prova.

Sem tirar nem por, Gnosia traz uma arte estonteante e uma trilha sonora que fazem jus ao gênero sci-fi e, de sobra, se apoia na teoria do multiverso para compor sua trama sólida. Acima de tudo, os pontos apresentados durante a jogatina podem colocar nossa própria existência em xeque — seriam os loops temporais uma metáfora para a vida?

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Shadowverse: Champion's Battle

Não sou fã de TCGs, mas Shadowverse: Champion's Battle me conquistou logo de cara. Nunca tive contato com o Shadowverse original, mas este spin-off baseado no carismático anime ensina o bê-a-bá do jogo, do mais básico ao mais avançado, de maneira bem newbie friendly.

Acima de tudo, Champion's Battle consegue tirar o foco competitivo dos TCGs ao apresentar um jogo com elementos de RPG, incluindo missões paralelas, que conferem horas e mais horas de rejogabilidade. O bom e velho PVP também existe e pode ser aproveitado de modo local e online, além da possibilidade de trocar cartas e deck codes com as outras pessoas.

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Agatha Christie — Hercule Poirot: The First Cases

Como sou fã de carteirinha da Rainha do Crime, eu não poderia deixar este jogo de fora da minha lista. Com uma história original que segue a fórmula narrativa de Agatha Christie, The First Cases consegue imaginar um Poirot mais novo, no início de sua carreira como detetive particular, que precisa investigar um caso de chantagem envolvendo a família Van den Bosch.

Apesar de ser um jogo melhor aproveitado por fãs da escritora britânica, já acostumados com seu estilo narrativo, apreciadores de romances policiais também se sentirão bem-vindos na trama construída para o título, cujo ponto forte é encarnar Poirot e colocar as células cinzentas para funcionar. De quebra, The First Cases incentiva o raciocínio lógico do jogador e prova que até mesmo o óbvio pode ser uma peça importante para completar o quebra-cabeça.

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Touhou Hyouibana ~ Antinomy of Common Flowers

O primeiro jogo oficial da franquia Touhou ao ser lançado no Switch, Antinomy of Common Flowers é um jogo de luta 2D com sistema tag team que dá continuidade aos acontecimentos de Touhou Shinpiroku ~ Urban Legend in Limbo. Também conhecido como Touhou 15.5, o jogo apresenta diversas histórias independentes em que as duplas pré-estabelecidas estão estudando o fenômeno da Possessão Perfeita por algum motivo.

Com controles simples e customizáveis, personagens marcantes e uma história interessante, Antinomy of Common Flowers é, sem dúvidas, o melhor jogo de luta oficial da franquia até o momento. Por mais que não siga o tradicional estilo de shoot 'em up que fez de Touhou uma franquia conhecida, Antinomy of Common Flowers pode ser, inclusive, a porta de entrada para outros jogos oficiais no Switch — e no Ocidente como um todo.

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Super Mombo Quest

Mesmo com alguns problemas em relação à jogabilidade, este indie nacional me cativou justamente por apresentar o que o Brasil tem de melhor: o jeitinho brasileiro. Com muito bom humor, gírias e memes, Super Mombo Quest é um platformer estilo metroidvania com alguns elementos de roguelite no qual o protagonista, Mombo, precisa proteger as regiões de Subrosa do maligno Rei dos Pesadelos.

Com uma bonita apresentação audiovisual, vale a pena dar uma chance a este jogo 100% verde-e-amarelo. Super Mombo Quest é a prova definitiva de que jogos brasileiros podem ganhar o mundo.

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Valis: The Fantasm Soldier Collection

Meu jogo do ano, sem mais. Desde criança sou fascinada pela série Valis, e Yuuko é, até hoje, uma das minhas protagonistas preferidas. Sou tão fã da franquia, que fiz questão de importar a coletânea do Japão assim que a pré-venda ficou disponível na Amazon japonesa, tamanho o carinho que tenho por Valis.

Esta coletânea traz a aclamada versão de PC Engine dos três jogos principais da série e, além da remasterização de gráficos e áudios, cada um dos jogos possui sua própria galeria audiovisual na qual é possível conferir as músicas, cutscenes e manuais de cada título. A jogabilidade datada dos anos 90 foi remediada com as funções de save/load state, presentes comumente em emuladores, e a possibilidade de remapear os botões, fazendo com que a coletânea seja um belo presente para o 35º aniversário de Valis.

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Menções honrosas

Como será 2022?

Para o ano que vem, estou de olho em mais indies (sobretudo Omori) e Pokémon Legends: Arceus. 2022 promete ser um bom ano para o Switch, com diversos lançamentos incríveis. De resto, o que mais quero fazer é limpar meu backlog para que eu possa aproveitar as novidades que estão por vir.

Deixando o virtual de lado, ainda alimento certa esperança de que as coisas lá fora melhorarão em algum momento, mesmo que de modo gradual. Pelo menos em São Paulo, cidade em que nasci e cresci há exatos 30 anos, a promessa é de retorno à vida normal — tomando as devidas precauções, claro — e, para mim, será bastante positivo voltar a ter contato com o mundo real. 

Por fim, deixo aqui meus sinceros votos de feliz Ano Novo, com muitas realizações e conquistas para todos. Afinal, aqui fora, só temos uma vida e devemos aproveitá-la ao máximo.

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Revisão: João Pedro Boaventura
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Também conhecida como Lilac, é jornalista e atualmente trabalha com assessoria de imprensa. Fã de jogos de plataforma no geral, especialmente os da era 16-bits, com gosto adquirido por RPGs e visual novels ao longo dos anos. Fora os games, não dispensa livros e quadrinhos. Prefere ser chamada por Ju e não consegue viver sem música. Sempre de olho nas redes sociais, mas raramente postando nelas.
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