Meus jogos favoritos de 2021 — Ivanir Ignacchitti

Os redatores do Nintendo Blast falam sobre os títulos que mais curtiram entre os lançamentos deste ano.

em 27/12/2021
O ano de 2021 não foi fácil em vários aspectos, mas em termos de lançamentos de jogos, tive grandes oportunidades. Cheguei a fazer uma lista similar para o GameBlast, mas aqui falarei especificamente dos meus títulos de Switch favoritos este ano.

Ao contrário de outros anos, em 2021 fiquei focado totalmente nos títulos que recebi para análise. Estava fazendo as contas e cheguei a experimentar 100 jogos deste ano, uma marca que até me assusta um pouco já que durante muitos anos eu nem jogava lançamentos por questões financeiras.

Enfim, sem mais delongas, aqui estão os dez jogos que mais me agradaram este ano dentre os vários que aproveitei no Switch.

Bravely Default II

Lançado no início do ano, Bravely Default II é um jogo que, na minha opinião, consegue demonstrar muito bem o talento e aprendizado do Team Asano. Pessoalmente, considero minha relação com a franquia um tanto conturbada. O jogo original de 3DS foi um tanto decepcionante para mim, apesar de eu considerá-lo um RPG competente. Minha experiência com Bravely Second (3DS) foi bem melhor, mas há uma forte sensação de que a história foi comprometida com algumas escolhas.

Por outro lado, BD II traz uma jornada bastante consistente e empolgante para Seth, Gloria, Elvis e Adelle. O seu gameplay com batalhas em turnos e customização de jobs é excelente, sabendo equilibrar elementos clássicos do gênero com a modernização que ajuda a tornar a experiência mais agradável.

Shin Megami Tensei V

Shin Megami Tensei V é um RPG esperado desde 2017 e valeu a pena a expectativa. O novo título da franquia é um dos melhores do gênero que estão no Switch. Pessoalmente achei Shin Megami Tensei IV mais impactante e alinhado com os meus gostos, mas aprecio bastante as escolhas da Atlus.

Em particular, chama bastante atenção o mundo rico cujo design realmente valoriza a exploração. O gameplay consegue fazer evoluções significativas na fórmula da franquia e é bastante agradável.

The House in Fata Morgana: Dreams of the Revenants Edition

Fata Morgana é um dos grandes representantes das visual novels. Originalmente lançado para PC em 2013 no Japão, o jogo chegou em uma edição mais completa ao Switch. Junto à obra base estão inclusos a prequel, histórias curtas e um epílogo.

Em termos da obra em si, a narrativa é extremamente relevante e atual. Os dramas são apresentados de forma sensível e polida. O estilo visual também é bastante peculiar, assim como a trilha sonora que inclusive conta com músicas em um português um tantinho quebrado.

The Great Ace Attorney Chronicles

Para fãs de visual novels e jogos de aventura textual de forma geral, a franquia Ace Attorney é um grande clássico. Apesar de vários de seus títulos terem sido lançados para outros sistemas, é até natural associar os jogos com os sistemas portáteis da Nintendo, como o DS e o 3DS.

Infelizmente, The Great Ace Attorney (3DS) e The Great Ace Attorney 2 (3DS) foram lançados apenas no Japão originalmente. O relançamento deles como coletânea foi uma oportunidade enorme para os fãs ocidentais, mostrando como as duas obras de Shu Takumi estão no pico do que a franquia tem a oferecer. Vale destacar em particular a forma como a narrativa constrói um grande épico graças à continuidade narrativa entre casos.

The Legend of Tianding

Um dos títulos que me deixou bastante curioso este ano foi The Legend of Tianding. Cheguei a vê-lo nos festivais de demos do Steam, e a sua ambientação e estilo colorido me atraíram bastante. Porém, não consegui tirar um tempo para o jogo nesses períodos.

Como esperava, a representação de Taiwan durante o século XX é bem cativante com um estilo gráfico de quadrinhos locais. Porém, além disso, o gameplay como um plataforma de ação é muito bem feito, com combates fluidos e habilidades especiais de movimentação.

Heaven’s Vault

Uma grande surpresa para mim, Heaven’s Vault é um título de aventura riquíssimo lançado este ano no Switch. Na pele da jovem arqueóloga Aliya, o jogador deve viajar por ruínas espalhadas por vários planetas e luas. Chama a atenção a forma como essa jornada passa uma forte sensação de agência do jogador, deixando por conta dele o quanto irá explorar as localidades.

As descobertas sobre as civilizações antigas são valorizadas também por um sistema de decodificação linguística. Palavras e frases estão talhadas em objetos e o jogador precisa desvendar seus significados escolhendo entre várias possibilidades. Conforme explora mais, o jogador vai descobrir mais sobre a língua, assim como os mistérios relacionados a grandes eventos do passado.

Bustafellows

Visual novels são um dos meus gêneros favoritos, como é provavelmente fácil de reparar pelas minhas análises. Entre elas, tenho um particular apreço pelos otome games, que são obras com protagonistas femininas e múltiplos rapazes como interesses românticos. Este ano curti bastante jogos como Cupid Parasite, Olympia Soirée e Dairoku: Agents of Sakuratani, mas o meu favorito foi Bustafellows.

Publicado no Ocidente pela PQube Games, o jogo conta a história de uma jovem jornalista que tem a habilidade de viajar no tempo assumindo o corpo de outra pessoa. Ela então se envolve com um grupo de rapazes que trabalham juntos em atividades legalmente duvidosas na cidade americana de New Sieg. A protagonista tem a chance de conhecer mais sobre esses personagens. Ofinalzinho em particular é bem impactante e me deixou  bem empolgado para a sequência já anunciada no Japão.

Root Film

Honestamente, se me falassem no ano passado que Root Film seria um dos meus jogos favoritos de 2021 eu provavelmente iria rir e não acreditar. O seu antecessor, Root Letter, é um título que eu absolutamente não gosto por várias razões, incluindo um roteiro que considero majoritariamente tosco e de baixa qualidade.

Root Film conta com sete casos, sendo majoritariamente jogado pela perspectiva do diretor novato Rintaro Yagumo. Também conhecido como “Max”, ele tem a chance de gravar um reboot de uma série de mistério em Shimane. Porém, coisas estranhas começam a acontecer ao seu redor. A obra é mais direta do que sua antecessora, mas bem mais consistente e com reviravoltas interessantes.

Anodyne 2: Return to Dust

Há muitos anos joguei Anodyne, um título indie de ação e aventura 2D bastante curioso, mas não lembro muito sobre ele. Foi inesperado para mim que o título tenha recebido uma sequência, porém, apesar de Anodyne 2 ter sido lançado para PC em 2019, confesso que só fui descobrir sobre o lançamento após o anúncio da versão de consoles.

Alternando entre 3D com gráficos lowpoly e 2D, o título se mostrou bastante charmoso para mim. Ele brinca com a noção de perspectiva para criar um mundo fascinante composto por vários microcosmos. Trata-se de uma experiência bem peculiar que vale a pena.

Shadowverse: Champion’s Battle

Eu sou profundamente apaixonado por jogos de cartas. Gosto bastante de Yu-Gi-Oh!, Magic, Pokémon TCG, Hearthstone e vários outros. Porém, em particular, tenho ainda mais apreço por videogames que combinam esses elementos com história e exploração mais detalhados.

Nesse sentido, Shadowverse: Champion’s Battle consegue explorar muito bem o formato que mais gosto desse estilo de jogo. É o tipo de obra que vale horas e mais horas de diversão para conseguir todas as cartas, derrotar todos os NPCs, fazer quests variadas e até aproveitar partidas pvp. Definitivamente recomendado.

Considerações finais

Além de todos esses jogos mencionados, também me diverti com vários outros. Pelo menos nesse sentido o ano foi bastante produtivo e torço que tenha sido agradável para vocês também. Ainda gostaria de curtir alguns lançamentos que não tive a oportunidade de jogar, como NEO The World Ends With You.

Que 2022 seja melhor em todos os sentidos. Não apenas com mais jogos divertidos, mas também com bastante saúde, dinheiro, amor e alegrias variadas para todos nós.

Revisão: Cristiane Amarante

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é formado em Comunicação Social pela UFMG e costumava trabalhar numa equipe de desenvolvimento de jogos. Obcecado por jogos japoneses, é raro que ele não tenha em mãos um videogame portátil, sua principal paixão desde a infância.
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