Como Corpse Party se tornou uma obra cult de terror

Conheça mais sobre a franquia que se firmou como uma das principais referências no gênero survival horror.

em 06/11/2021
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Quando um ritual de amizade eterna se transforma em uma verdadeira danse macabre, nove pessoas se veem enclausuradas em uma escola assombrada pelos espíritos de crianças brutalmente assassinadas no passado. Ao mesmo tempo em que elas não veem outra saída a não ser tentar escapar com vida do local, elas tentam descobrir o motivo pelo qual foram parar nesse local atormentado e que lentamente deteriora a sanidade de qualquer ser vivo. 


Essa é a história de Corpse Party, franquia mundialmente conhecida no gênero de survival horror e que, recentemente, foi relançada sob o nome Corpse Party (2021), uma versão definitiva do jogo originalmente lançado para PC, Corpse Party: BloodCovered, de 2008. A despeito do sucesso tardio, as origens da série remontam desde 1996, quando ela nasceu no extinto PC-98, mas só ganhou notoriedade ao chegar ao Windows.

CORPSE-PARTY, como era chamado então, não contava com os elementos da versão que fez tanto sucesso quase quinze anos depois. No começo, existiam apenas cinco personagens jogáveis — Satoshi Mochida, Naomi Nakashima, Ayumi Shinozaki e Yuka Mochida —, além de uma garota misteriosa chamada Shinozaki; esta, mais tarde, passaria a ser conhecida como Sachiko.

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CORPSE-PARTY (PC-98)
A história também era diferente da qual conhecemos, com menos elementos na trama e pouquíssimas coisas em comum. Contudo, CORPSE-PARTY foi o segundo colocado na segunda competição anual promovida pela ASCII ENTERTAINMENT, desenvolvedora da ferramenta RPG Maker (cuja versão original se chamava RPG Tsukūru Dante98), conferindo a Makoto “Kedwin” Kedouin — criador da história e à época um estudante universitário de 22 anos —, cinco milhões de ienes em 1997.

A franquia só retornou em 2006, quando a publicadora independente Team GrisGris decidiu criar uma releitura do jogo original para dispositivos móveis. No entanto, o projeto foi descontinuado após o capítulo 4, resultando em uma história inacabada que, em 2008, foi continuada na versão de Windows e se firmou nos PCs. A partir de então, o jogo, agora grafado Corpse Party, ganhou o mundo.

A nova trama manteve Sachiko como a principal antagonista, mas adicionou mais detalhes a respeito de seu passado conturbado, justificando o motivo de sua vingança. A escola onde os protagonistas — agora nove ao todo — ficam presos também ganhou uma história, recebendo o nome de Heavenly Host Elementary School e se tornando palco de um massacre nos anos 70 envolvendo um professor e quatro estudantes.
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Edição brasileira de Corpse Party: Another Child; crédito: Thi Toldo
A recepção foi tamanha, que o título logo ganhou ports para PSP, iOS e 3DS. Devido ao sucesso da franquia, Corpse Party: Blood Covered ganhou três outros jogos oficiais — Book of Shadows; Sweet Sachiko's Hysteric Birthday Bash (um spin-off focado no aniversário de Sachiko, com uma narrativa mais leve e cômica); e Blood Drive — e diversos fangames, mas seu legado não se prendeu apenas aos jogos.

Além dos jogos, Corpse Party ganhou oito títulos publicados em mangá, alguns sendo adaptações dos jogos (Blood Covered e Shadow of Books, por exemplo), enquanto outros se atreveram a explorar outras facetas da franquia, como Corpse Party Cemetery 0: Kaibyaku no Ars Moriendi, que conta a história da médium Naho Saenoki, personagem recorrente nos demais jogos.

Corpse Party também ganhou as telinhas com dois animes, sendo um deles uma OVA (original video animation, animação de vídeo original) promocional, e dois live actions. Mesmo com algumas divergências em relação aos jogos, essas produções ajudaram a popularizar ainda mais a franquia.
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Corpse Party: Tortured Souls (2013)

Atualmente, Corpse Party conta com uma fanbase sólida e diversos produtos oficiais e feitos por fãs, consolidando a franquia como uma das principais referências não apenas para seu gênero, o survival horror, como também servindo de inspiração para outros jogos do gênero. Em suma, um prato cheio para fãs de terror e suspense sobrenatural.

Revisão: João Pedro Boaventura
Capa: Juliana Paiva Zapparoli
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Também conhecida como Lilac, é jornalista e atualmente trabalha com assessoria de imprensa. Fã de jogos de plataforma no geral, especialmente os da era 16-bits, com gosto adquirido por RPGs e visual novels ao longo dos anos. Fora os games, não dispensa livros e quadrinhos. Prefere ser chamada por Ju e não consegue viver sem música. Sempre de olho nas redes sociais, mas raramente postando nelas.
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