Como Luigi deixou de ser o "Mario Verde" e evoluiu ao longo dos anos

Saindo da sombra de seu irmão mais velho, Luigi evoluiu e encontrou sua identidade única dentro da Nintendo.

em 23/08/2021
Apesar do protagonismo e sucesso da figura de seu irmão gêmeo mais velho, Luigi hoje também tem um papel de destaque dentre as IPs da Nintendo, com sua própria série solo de jogos de sucesso. Entretanto, nem sempre foi assim, para quem não se lembra, inicialmente Luigi era apenas uma mudança na paleta de cor do Mario e não esboçava personalidade alguma.

Voltando às origens

Diferente do que alguns acreditam, a primeira aparição oficial de Luigi não foi como um encanador. Em 1983 a linha de portáteis Game & Watch recebeu o título Mario Bros, em que Mario e seu irmão mais novo Luigi preparavam o empacotamento de garrafas em uma fábrica. 

Quatro meses depois era lançado o clássico de arcade também intitulado como Mario Bros (NES), nele os irmãos já tinham a profissão atual de encanadores.

Mario verde

Inicialmente em sua concepção, Luigi era nada mais do que uma sombra de Mario, o personagem servia apenas como a função de segundo jogador, mudando apenas as cores do uniforme da figura do bigodudo mais famoso da Nintendo. Ele mantinha as mesmas características e habilidades de seu irmão, sem nada que o diferenciasse. 

Apenas com a chegada de Super Mario Bros. 2 (NES) que o italiano ganhou uma diferenciação, com um visual mais magro e alto, além de habilidades únicas como um salto maior. Porém, ele voltou a ser uma versão idêntica ao Mario em Super Mario Bros. 3 (NES) e Super Mario World (SNES).


O desaparecimento de Mario e a ascensão de Luigi

O primeiro jogo solo de Luigi foi bem diferente do habitual Luigi's Mansion (GC) que estamos acostumados. Mario is Missing! (SNES) foi lançado em 1993 como parte de uma série de jogos educacionais feitos pela Radical Entertainment e lançados pela The Software Toolworks. 

A recepção da época enfatizou que o projeto de fato era restrito a gamers inexperientes e crianças de pouca idade, sendo uma péssima escolha para quem já era habituado nas aventuras dos encanadores italianos. 

Ao longo das décadas de 90 e 2000, Luigi foi ganhando destaque como papel secundário em diversos spin-offs da série, como em Mario Kart e Super Smash Bros.


Sobre fantasmas, mansões e medo

Em 2001 chegava ao GameCube o título que mudaria para sempre a história do nosso herói, Luigi's Mansion (GC). Trazendo uma aventura completa com Luigi em papel de destaque, o game inovava ao trazer uma atmosfera e game design diferenciados, colocando o jogador para caçar fantasmas em uma mansão mal assombrada enquanto tentava salvar Mario de King Boo. 

O lançamento foi um dos maiores sucessos do GameCube, além de ser aclamado pela crítica e jogadores como um frescor para a famosa franquia da Big N. A entrada também marca a evolução de Luigi como personagem, já que com a falta de falas e identidade própria, até então ele sempre foi visto como a contraparte verde de Mario. 

Diferente de seu irmão, nosso herói medroso mostrava uma humanidade que não era vista até então, para Maria parecia natural os atos heroicos e a determinação para salvar o dia, já com o jogo solo de Luigi, vemos que o caçula traz uma sensibilidade em seus traços de personalidade, tendo medo, dúvidas e dificuldade para enfrentar seus obstáculos, mas sempre o fazendo com muita coragem, já que o medo em si era mais perigoso do que a ameaça que ele enfrentava. 

Isso nos faz se relacionar e aproximar do personagem, que deixa de ser uma figura onipotente pronta para salvar o dia como uma espécie de "superman italiano", e se torna uma pessoa comum como a gente, colocado em uma situação de risco e deve superar suas falhas para salvar quem mais ama.

O ano de Luigi e o que o futuro reserva

Nas décadas seguintes chegaram ao mercado algumas sequências de Luigi's Mansion (GC) e em 2013, considerado pela Nintendo como o "Ano de Luigi", tivemos títulos como Dr. Luigi (Wii U) e uma DLC especial só dele para o game New Super Mario Bros U (Wii U).

Com o terceiro título de sua série mal assombrada, ficou evidente a força que o personagem tem dentro do cânone da Nintendo, conseguindo sozinho sustentar um título primário com um número consolidado de vendas. É inegável que a figura de Luigi hoje tenha tanto apresso quanto a de Mario, e esperamos que cada vez mais a gigante japonesa reconheça e dê valor a uma de suas mais preciosas criações.


Revisão: Diogo Mendes

Redator publicitário em tempo integral e amante de games nas horas vagas. Provavelmente aprendi a segurar um controle mais rápido do que uma mamadeira. Cresci com os maiores clássicos da Big N como Zelda, Mario e Pokémon. Hoje aproveito os pequenos momentos de descanso da vida corrida para me perder em Hyrule, em uma Tóquio pós-apocalíptica ou em um mundo de encanadores e cogumelos.
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