A equipe tem bastante experiência com jogos de aventura com foco em texto e visual novels, mas isso acaba levando a uma grande disparidade em World’s End Club. Por um lado, a narrativa é bastante interessante e bem conduzida, chocando com suas reviravoltas. Por outro, os elementos de ação e plataforma do jogo deixam a desejar.
Uma história exótica, como esperado
Tudo começa com um grupo de crianças em uma excursão da escola. Conhecidos como Go-Getters Club, eles são uma espécie de classe especial formada por crianças que foram consideradas problemáticas. No entanto, essa viagem acaba de forma inesperada.
As crianças acordam em um parque subaquático e são forçadas a participar de um jogo de eliminação. Cada um deles tem um bracelete com a tarefa de outro personagem. Quem conseguir realizar sua tarefa primeiro vence e todos os outros serão engolidos pelo gosmobô.
No entanto, isso é apenas o início da história, sendo possível ver esse trecho na íntegra na demo do jogo. Depois de várias reviravoltas, o Go-Getters Club acaba escapando do lugar, mas descobre uma dura realidade do lado de fora. Agora eles terão que se esforçar para descobrir o que aconteceu com o mundo e retornar a seu lar em Tóquio.
Sem dar spoilers, gostaria de destacar que a história é bem interessante. Trata-se de uma obra com tom infantil, mas as reviravoltas são bem chocantes, consistentes e instigantes. Em alguns momentos importantes, o jogador conta com duas escolhas, vendo lados diferentes da história. Após obter um dos finais, é possível fazer as outras escolhas e assim chegar ao final verdadeiro e à resolução de todos os pontos da história.
Ativar o poder dos personagens leva a animações bem bonitas. |
Simples demais
Infelizmente, quando o assunto é a jogabilidade, World’s End Club acaba deixando a desejar. Entre os trechos de história, é necessário explorar pequenas áreas de plataforma. Além de pular, o jogador conta com poderes especiais que são liberados ao longo da história.
Esses poderes variam de acordo com o personagem, incluindo arremessar objetos, atirar raios, ataques com um bastão de baseball, etc. As áreas a serem exploradas possuem criaturas, algumas que devem ser derrotadas, outras que o jogador precisa evitar.
Infelizmente, esses trechos são curtos demais, não havendo muito progresso nos desafios e na liberdade que o jogador tem para resolver as fases. Há uns dois chefes interessantes, mas, no geral, as áreas são curtas e a resolução é simples e fácil demais. Infelizmente, essa falta de evolução de gameplay acaba tornando a experiência geral muito fraca, não explorando adequadamente as possibilidades dos poderes dos personagens nem oferecendo muita margem de exploração para o jogador.
Até mesmo os stickers colecionáveis que estão disponíveis pelas fases são posicionados em locais muito óbvios e de fácil alcance. No fim das contas, infelizmente vale mais aproveitar o jogo pelos personagens e pela história.
Gostaria de ressaltar apenas que o jogo conta com uma tradução em português do Brasil, mas a qualidade do texto traduzido é questionável. Apesar de usar algumas expressões coloquiais e ter algumas escolhas bastante adequadas, há muitos momentos com falas sem sentido ou que invertem o que realmente está sendo falado. De forma geral, a qualidade oscila muito, mas os erros acabam se sobressaindo.
Prós
- Personagens carismáticos com designs que chamam atenção;
- Uma história que parece combinar bem os estilos de Kodaka e Uchikoshi.
Contras
- Fases de plataforma são simples demais;
- Tradução em português brasileiro cuja qualidade oscila muito.
World’s End Club – Switch/iOS – Nota: 6.5
Versão utilizada para análise: Switch
Análise produzida com cópia digital cedida pela NIS America