Dez anúncios da Nintendo na E3 que mexeram com nossos corações

Em preparação para a E3 2021, lembramos momentos emocionantes da Big N no evento.

em 31/05/2021
Top 10 Anúncios Nintendo E3

E3. Provavelmente não há outra sigla que traga tanto hype para fãs de videogames. Por mais que empresas tenham descoberto maneiras virtuais de deixar seus fãs engajados durante todo o ano, junho continua no imaginário popular como o mês em que a Electronic Entertainment Expo trará para a superfície uma série de grandes novidades que estavam sendo trabalhadas em máximo segredo pelas desenvolvedoras.


Com a proximidade da feira, ficamos todos ansiosos, especulando o que vamos ver e esperando que algo grandioso seja anunciado. A edição 2021 do evento acontecerá de maneira 100% online a partir do dia 12. Para nos aquecermos, vamos relembrar algumas das maiores revelações da Nintendo nesses mais de 25 anos de E3. Quem sabe esta lista não joga um pouco de boas energias para os anúncios da semana que vem?

10. Super Mario 64 (N64) - E3 1996

Provavelmente, este anúncio é o que causou menos gritos ou choros de felicidade, mas, com certeza, é o que mais tem importância histórica.

Em 1996, os japoneses já tinham visto o Nintendo 64 em primeira mão e conhecido alguns de seus jogos. O mesmo precisava ser feito para o público americano. Portanto, a Nintendo dedicou sua presença na E3 daquele ano para revelar seu console e seus softwares, incluindo seu título principal, Super Mario 64 (N64).

Naquela época, a feira era muito mais dedicada a revendedores e integrantes do mercado, e não ao público em geral. Portanto, quando o designer Ken Lobb iniciou uma demonstração em tempo real da nova aventura do bigodudo na coletiva da Big N, as reações foram muito mais contidas do que aquelas às quais estamos acostumados hoje em dia. Porém, assistindo à apresentação, dá para notar que as pessoas ficaram impressionadas.

A demo explicou como funcionava o inédito direcional analógico, apresentou os diferentes movimentos que Mario podia executar e mostrou o poder gráfico da plataforma. Para um mundo ainda acostumado com títulos 2D, este foi um importante passo para a indústria como um todo.

9. Earthbound Beginnings (NES) - E3 2015

Falar sobre a série Mother no Ocidente é quase como falar sobre uma lenda urbana. Com três jogos lançados no Japão, a franquia ganhou notoriedade deste lado do oceano em 1995 com o lançamento de Earthbound, nome norte-americano de Mother 2, o segundo capítulo da série lançado no SNES.

Porém, dentro da Nintendo of America, existiam planos de trazer a primeira criação de Shigesato Itoi, Mother, ao NES no começo dos anos 1990. Uma localização completa do título foi realizada, mas com o lançamento próximo do SNES, a filial resolveu engavetar o projeto e pular direto para a edição 16-bit da franquia. No entanto, o título não teve a performance de vendas esperada, o que dificultou a continuidade da série nas Américas.

Durante 20 anos, fãs do RPG clamaram para que a NoA trouxesse não só o game original, como também Mother 3 (GBA). Porém, o silêncio da empresa dava a entender que os pedidos seriam à toa. Até que, no show prévio ao Nintendo World Championships 2015, ela soltou a notícia chocante: Earthbound Beginnings seria lançado para o Virtual Console do Wii U naquele mesmo dia.

O jogo é justamente a localização de Mother que estava nos arquivos da Big N durante todos esses anos. O anúncio trouxe esperanças de que a Nintendo realmente estava ouvindo os fãs e que um lançamento de Mother 3 poderia chegar a qualquer momento. Já se passaram seis anos desde então e, até agora, nenhuma confirmação oficial do título de GBA para o Ocidente. Mas é o que dizem: a esperança é a última que morre.

8. Mario + Rabbids Kingdom Battle (Switch) - E3 2017

Vamos todos ser sinceros: quando informações começaram a vazar sobre um jogo que juntaria Mario e os Rabbids em um RPG tático de exploração, muitos de nós achou que seria uma bomba na certa. No início, várias pessoas não queriam nem acreditar. Mas assim que os vazamentos começaram a se tornar mais sérios, incluindo artes, imagens in-game e documentos internos, a realidade da situação começou a tomar conta.

Quando a Ubisoft revelou Mario + Rabbids Kingdom Battle (Switch) oficialmente, ninguém mais estava surpreso com o crossover. Porém, a surpresa veio na quantidade de carinho e dedicação investidos nesse projeto. Em seu primeiro gameplay público, o título apresentou belos gráficos, um mundo interessante, humor na medida certa e um sistema de combate simples, mas profundo.

Porém, o mais marcante nessa revelação foi o brilho nos olhos de todos os envolvidos. De Shigeru Miyamoto, criador de Mario, e Yves Guillemot, CEO da Ubisoft, se divertindo com réplicas das armas presentes no game ao choro leve do diretor Davide Soliani ao ser citado por Miyamoto no palco, tudo mostrou que o jogo era uma ideia desenvolvida com amor.

7. Super Mario Maker (Wii U) - E3 2015

Super Mario Maker (Wii U) esteve presente em duas edições da E3: 2014 e 2015. Enquanto, no primeiro ano, o título foi revelado ao público, acredito que foi no segundo que ele realmente apresentou seu diferencial.

No melhor exemplo de que imagens falam mais do que palavras, a Nintendo resolveu colocar o jogo ainda não lançado no campeonato Nintendo World Championships 2015, que foi ao ar antes de seu evento virtual para a feira. Os finalistas do torneio competiram em uma corrida por três níveis criados pela equipe da Treehouse.

Essa foi a melhor estratégia de marketing para o título. Usando uma competição empolgante como contexto, os desenvolvedores puderam apresentar muitos dos recursos de criação de levels presentes no game. Canhões que disparam moedas, cascos que podem servir como capacetes, inimigos gigantes, o Koopa Clown Car, a possibilidade de esconder inimigos em blocos e muito mais foram mostrados na prática, com dois jogadores profissionais nos controles.

O resultado foi uma disputa não só divertida de se assistir, mas também muito informativa sobre o game em si. Confesso que esse torneio foi um dos fatores determinantes que me fez adquirir o jogo.

6. Super Smash Bros. Melee (GC) - E3 2001

Você consegue imaginar um mundo em que debates sobre novos lutadores em Super Smash Bros. não existam? Há 20 anos, essa era a realidade no universo Nintendo. O game de Nintendo 64 havia sido lançado faz dois anos e não existiam muitos sinais de que o game de luta se tornaria uma grande franquia… até a E3 2001.

Naquele ano, o evento foi utilizado para apresentar os primeiros títulos do mais novo console, o GameCube. Shigeru Miyamoto, ao anunciar o primeiro jogo, disse que houve muitos debates sobre quais personagens deveriam estar presentes no lançamento da nova plataforma. A solução? Colocar todas as suas franquias de volta ao campo de batalha em Super Smash Bros. Melee (GC).

Em meio a muitos gritos entusiasmados, a Big N apresentou um vídeo pré-renderizado que se tornaria a abertura do game final. Logo depois, cenas in-engine do título foram exibidas, demonstrando o salto de qualidade gráfica do novo hardware e introduzindo lutadores como Peach, Bowser, Ice Climbers e Sheik. Era o início de um game que muitos consideram até hoje como o melhor da série.

5. The Legend of Zelda: Breath of the Wild (Wii U/Switch) - E3 2016

Em 2016, a Nintendo encontrava-se em uma situação, no mínimo, peculiar. O Wii U já demonstrava sinais de que não conseguiria se recuperar de suas baixas vendas e rumores sobre o Nintendo Switch, conhecido então com o codinome NX, estavam se espalhando rapidamente. Era óbvio para o público que a empresa usaria a E3 daquele ano para focar no novo console. No entanto, a Big N tomou um caminho diferente e arriscado, mas que trouxe muitos bons resultados.

Ao anunciar seus planos, a gigante japonesa revelou que o único jogo que apresentaria no evento seria The Legend of Zelda: Breath of the Wild (Wii U/Switch). A apresentação virtual cheia de anúncios seria substituída pela divulgação do primeiro trailer do game. Praticamente toda a live com integrantes da Treehouse mostraria somente diferentes aspectos da aventura. Todas as estações de jogo no estande físico rodariam este único título. Além disso, em nenhum momento seria comentado sobre o NX.

Com isso, houve um certo receio da comunidade. Afinal, usar um evento como a E3 para mostrar só um game significava que a Nintendo não tinha muito a mostrar, certo? Errado. Na verdade, ela tinha muito a apresentar.

Assim que o trailer foi transmitido, deu para perceber que este Zelda realmente não era convencional. Link corria por um mundo aberto, escalava superfícies, caçava, cozinhava, usava itens tecnológicos e fazia coisas nunca antes vistas em títulos da franquia. Na Treehouse Live, mais aspectos inéditos, como dublagem para certos personagens, a remoção do sistema de Pieces of Heart, a introdução dos Shrines e uso de armas quebráveis, foram explicados.

No final das contas, a Nintendo sabia que Breath of the Wild possuía tantas grandes novidades que merecia uma experiência aprofundada no maior evento de games do mundo. E essa estratégia deu certo. O receio pré-E3 se tornou em hype e fez com que a Big N ganhasse muitos prêmios de melhor produto da feira em 2016.

4. Todo o encerramento da E3 2019

Em sua mais recente participação na E3 antes da pandemia de Covid-19, a Nintendo realizou um Direct que, no geral, foi respeitável, contendo notícias sobre Fire Emblem: Three Houses (Switch), Animal Crossing: New Horizons (Switch), Pokémon Sword/Shield (Switch) e outros títulos. Porém, o final dessa apresentação online a elevou para um outro patamar.

Começando pelo anúncio de Banjo & Kazooie como personagens DLC em Super Smash Bros. Ultimate (Switch). Após a revelação de Hero como o segundo lutador extra no início do Direct, ninguém aguardava por mais novidades sobre o Fighters Pass na mesma transmissão. No entanto, não só mais um desafiante foi mostrado, como era a dupla urso/pássaro pela qual jogadores ocidentais esperavam há anos.

Com toda uma história com a Nintendo nos anos 90, Banjo e Kazooie chegaram ao jogo por meio de uma parceria com a Microsoft, atual detentora dos personagens. Mesmo com Phil Spencer, chefe do segmento Xbox, dizendo que seria legal ver a IP da Rare no game, todos achavam que um acordo entre as duas empresas dificilmente aconteceria. Porém, aconteceu e deixou os fãs boquiabertos.

Esse anúncio já era suficientemente grande para encerrar o show no seu ápice. Porém, logo após, a Big N resolveu mostrar o primeiro teaser da sequência de The Legend of Zelda: Breath of the Wild. Completamente inesperada, essa prévia apresentou Link e Zelda investigando juntos uma espécie de caverna e uma figura esquelética misteriosa. O vídeo de pouco mais de um minuto jogou toda a empolgação a níveis ainda maiores. Vamos torcer para que na E3 de 2021, mais informações sobre esse game sejam mostradas.

3. Revelação do Nintendo DS - E3 2004

Se hoje praticamente toda a comunidade de fãs da Big N ama o ex-presidente da Nintendo of America, Reggie Fils-Aimé, temos a E3 de 2004 para agradecer. O então vice-presidente de vendas e marketing da filial americana fez sua primeira aparição pública representando a gigante japonesa no evento. Ele ganhou o público com seu estilo enfático e mais agressivo, que também foi usado na hora de revelar o novo portátil da empresa: o Nintendo DS.

Após um vídeo com depoimentos de pessoas que esperavam saber mais sobre a plataforma, o executivo simplesmente a tirou do bolso de seu paletó. Sem grandes situações de suspense, sem efeitos visuais ou algo do tipo. Essa ação passou a impressão de que ele não estava para brincadeira quando o assunto era a qualidade do produto.

O que veio a seguir foi uma enxurrada de informações sobre o portátil. Reggie mostrou que o DS era capaz de rodar gráficos em 3D, inclusive um novo Metroid em primeira pessoa; revelou que o hardware era compatível com cartuchos de Game Boy Advance; falou sobre a tela sensível ao toque e sobre o microfone embutido e confirmou que jogos online via Wi-Fi seriam uma realidade no sistema. À medida que esses recursos eram divulgados, a euforia das pessoas aumentava.

Hoje, o Nintendo DS é o console mais vendido da história da Nintendo, com 154,02 milhões de unidades comercializadas.

2. Apresentação do Revolution, protótipo do Wii - E3 2005

Tirar o Nintendo DS de dentro do paletó para revelá-lo foi uma atitude audaz, mas fácil de ser prevista por causa de sua natureza portátil. Porém, tirar do bolso um console de mesa inteiro era algo inconcebível e foi exatamente isso que o então presidente da Nintendo, Satoru Iwata, fez durante a E3 2005.

Na conferência daquele ano, a imprensa estava na expectativa de que a Nintendo falasse mais sobre o Revolution, codinome do seu próximo console que viria a se tornar o Wii. Até então, a empresa somente tinha uma vaga promessa de que esse hardware mudaria os paradigmas estabelecidos para plataformas de games. Agora, era a hora de ela provar que conseguia tornar esse corajoso desejo em realidade.

O mundo pôde ver a aparência do Revolution pela primeira vez quando Iwata inesperadamente o removeu de seu paletó e o levantou orgulhosamente para a plateia. Tudo isso para mostrar o quão pequeno era o console, com a largura de três caixas de DVD empilhadas, segundo ele.

Embora o Wii Remote não tenha sido apresentado no evento, o presidente da Big N empolgou o público com a confirmação de que a versão de Super Smash Bros. para o videogame teria compatibilidade com a internet, permitindo batalhas online.

Mas a maior salva de palmas e gritos aconteceu quando ele apresentou o conceito do Virtual Console, em que usuários poderiam baixar jogos clássicos de plataformas passadas. O relançamento de títulos antigos, principalmente os da Nintendo, não era tão comum naquela época. Portanto, a ideia de um sistema que agregaria games de diversas gerações era muito atrativa para os jogadores mais entusiastas.

1. The Legend of Zelda: Twilight Princess (GC/Wii) - E3 2004

No topo desta lista, não podia deixar de estar o momento que, sem dúvida, foi um dos maiores na história não só da Nintendo, mas da E3 como um todo: a revelação das primeiras imagens de The Legend of Zelda: Twilight Princess (GC/Wii) em 2004.

Naquela época, The Legend of Zelda: The Wind Waker (GC) já estava há aproximadamente um ano e meio no mercado. Apesar do choque inicial devido a seu estilo gráfico em cel shading, o game foi muito bem recebido pela crítica, ganhando notas perfeitas e prêmios de jogo do ano de vários portais e publicações especializadas.

Porém, a direção de arte mais cartunesca não ressoou bem com alguns jogadores, especialmente com aqueles que haviam assistido à demonstração técnica do GameCube em 2000 — que mostra Link e Ganondorf lutando em um estilo mais realista — e esperavam por um game mais maduro.

Qual não foi a surpresa dessas pessoas quando, mesmo depois de revelar o Nintendo DS e ter de tudo para encerrar a conferência de 2004 por cima, Reggie Fils-Aimé retornou ao palco e convidou todos a entrar em mais um novo mundo para o GameCube. As imagens de um Link mais amadurecido, cavalgando e batalhando contra monstros em um trailer que remetia a The Legend of Zelda: Ocarina of Time (N64), fez a plateia se encher de gritos e aplausos entusiasmados dignos de uma torcida.

Para fechar o anúncio com chave de ouro, Shigeru Miyamoto apareceu portando uma Master Sword e um Hylian Shield de tamanhos reais e deu uma explicação curta sobre o que os jogadores podiam esperar desse novo jogo. Só assista ao vídeo acima e emocione-se com a gente.
O que você acha? Quais outros anúncios da Nintendo na E3 foram tão emocionantes quanto? Deixe nos comentários!

Revisão: Diogo Mendes 


Jornalista, analista de mídias, PcD e entusiasta de games desde que jogou Pokémon Azul no Game Boy Color nos anos 90. De lá para cá, tenta aproveitar ao máximo todos os consoles no pouco tempo que a vida adulta permite. Se não está escrevendo para o Blast ou demorando anos para zerar um jogo, está no Twitter (@DanielMorbi) e no Instagram (@danielmorbi_)
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