Depois de Super Mario Party (Switch), quais jogos da Nintendo ainda merecem uma atualização?

Já que a Big N está disposta a trazer mais conteúdos para jogos antigos, listamos alguns títulos que também merecem um carinho maior.

em 08/05/2021
Tela de atualização do Nintendo Switch

Recentemente noticiamos que Super Mario Party (Switch) recebeu uma atualização gratuita robusta, mesmo após quatro anos de seu lançamento. Não se trata de um caso isolado de atualização ampla sem nenhum custo adicional. Podemos lembrar, por exemplo, da última atualização de Super Mario Maker 2 (Switch). Contudo, não era esperada uma atualização desse nível tanto depois do lançamento do título.


A distância temporal era tamanha que muitos já especulavam um próximo título da série Mario Party. Em uma situação semelhante estão outros títulos da Nintendo que, por diferentes razões, podem voltar aos holofotes com atualizações gratuitas ou mesmo DLCs em vez de trazerem uma nova entrada para suas séries. Nesta matéria, exploraremos algumas dessas possibilidades.

Clubhouse Games: 51 Worldwide Classics

Clubhouse Games: 51 Worldwide Classics (Switch)

Um título que causou muita repercussão na internet à época de seu lançamento é Clubhouse Games: 51 Worldwide Classics. A coletânea de minigames chegou ao Switch em junho de 2020, um momento em que grande parte das pessoas em isolamento social buscava entretenimento durante a pandemia. Isso, junto com a simplicidade e variedade do título, fez com que ele vendesse 3,14 milhões de cópias em todo mundo até o último mês de março.

Porém, com o passar dos meses, o jogo parece que foi sumindo do imaginário popular. Não que sua base de jogadores o tenha abandonado, afinal, até hoje é fácil encontrar alguém para disputas online. Contudo, a animação ao redor do game definitivamente esfriou, algo que tem a ver com o suporte dado após sua estreia.

De junho para cá, o título foi atualizado quatro vezes, sendo que duas foram patches no dia de lançamento e a mais recente ocorreu em novembro do ano passado. Todos os updates lidaram com bugs e glitches, nunca chegando a adicionar mais recursos ao jogo. Agora que a Nintendo deu sinais de que está disposta a atualizar seus produtos depois de muito tempo, seria o momento certo para melhorar um dos pontos mais críticos de Clubhouse Games: seu multiplayer local para três ou mais jogadores.

Com um único Nintendo Switch, a biblioteca de minijogos disponíveis para três ou quatro pessoas continua limitada a, no máximo, três atividades. Ainda é uma decisão confusa da desenvolvedora NDcube, pois muitos dos 51 games poderiam ser facilmente adaptados para um contexto com mais participantes. Uma nova atualização gratuita poderia adicionar jogos como Boliche, Golfe, Battle Tanks, Shooting Gallery, Dardos e vários outros a essa opção multijogador. Assim, mais pessoas poderiam aproveitar o título ao mesmo tempo, trazendo novas dinâmicas de gameplay.

Captain Toad: Treasure Tracker

Captain Toad: Treasure Tracker (Wii U)

Como todos os ports de jogos de Wii U para Switch, Captain Toad: Treasure Tracker trouxe novidades não encontradas em sua versão original, como um modo co-op para dois jogadores e novos níveis inspirados em reinos de Super Mario Odyssey. Porém, a edição de Wii U continua detentora de um conteúdo exclusivo: fases de Super Mario 3D World (Wii U).

Se o jogador possuísse um arquivo de salvamento de 3D World em seu console, um capítulo bônus era desbloqueado automaticamente na aventura de Captain Toad. Nele, o corajoso desbravador podia explorar quatro níveis diferentes trazidos diretamente do jogo do bigodudo: Super Bell Hill, Conkdor Canyon, Shadow-Play Alley e Clear Pipe Cruise.

Essas fases emulavam perfeitamente as suas correspondentes no título de plataforma. Assim, ao invés de serem parecidas com dioramas, elas eram mais abertas, permitindo uma experiência de jogabilidade diferente. Escadas e canos transparentes eram colocados em pontos estratégicos para possibilitar que Captain Toad alcançasse plataformas mais altas, já que ele não é capaz de pular.

Apesar de não serem essenciais, essas fases extras eram simpáticas e acabavam referenciando o game que originou Treasure Tacker. Porém, no port de Switch, esse conteúdo acabou sendo substituído pelos níveis de Odyssey. Até mesmo o encerramento da versão de Wii U, que interligava o título com 3D World, foi trocado por um final incluindo a aeronave da jornada mais recente de Mario.

Em 2018, ano de lançamento da edição para o console híbrido, essa mudança era compreensível. Super Mario Odyssey era o novo jogo da série e não havia suspeitas de que Super Mario 3D World pudesse chegar à plataforma. No entanto, em fevereiro de 2021, Super Mario 3D World + Bowser’s Fury foi lançado para Switch. Trazer de volta as fases exclusivas de Wii U por meio de uma atualização gratuita nunca fez tanto sentido nesse contexto (apesar de o timing ideal já ter passado).

A Nintendo não precisaria nem realizar tanto trabalho, pois foi descoberto que estes níveis já estão nos arquivos da versão de Switch, mas encontram-se inacessíveis. Basta um patch simples, como o que adicionou um modo VR ao game, para torná-lo a edição definitiva de Captain Toad: Treasure Tracker.

Ring Fit Adventure

Ring Fit Adventure (Switch)

Em 2019, quando a Nintendo lançou Ring Fit Adventure, provavelmente nem a própria empresa imaginava o sucesso que sua inusitada mistura de RPG com exercícios físicos iria fazer. Com a pandemia de Covid-19, muitos buscaram no jogo uma alternativa para manter hábitos saudáveis dentro de casa. A procura pelo título foi tanta que a Big N chegou a sofrer com faltas de estoque. Em março de 2021, o game alcançou a marca de 10,11 milhões de cópias vendidas.

Com uma grande base de usuários e bastante interesse do público, adicionar mais conteúdo ao jogo parecia uma aposta certeira. Em março de 2020, uma atualização gratuita foi lançada, acrescentando opções de corrida livre e um novo modo em que jogadores podem apertar e esticar o Ring-Con no ritmo de várias músicas, inclusive de outros títulos como Splatoon 2 (Switch), The Legend of Zelda: Breath of the Wild (Wii U/Switch) e Super Mario Odyssey (Switch).

Porém, mesmo com as vendas aumentando com o passar dos meses, nada mais foi anunciado para o game até o momento. Tudo bem que a aventura já presente é enorme e pode levar meses ou até anos para ser completada, mas a falta de atualizações parece uma oportunidade perdida para a Nintendo manter o jogo no radar de quem já o possui ou de quem ainda pretende comprá-lo.

A ideia mais clara para um possível conteúdo adicional via DLC pago seria uma história inédita tão extensa quanto a principal, com novos níveis, inimigos, chefões e mecânicas. Porém, novidades mais simples por meio de atualizações gratuitas, como novas músicas no Rhythm Game, novos minigames ou até mesmo a opção de customizar aventuras, misturando as fases já existentes no título, seriam muito bem-vindas.

Arms

Arms (Switch)

Em 2017, com o lançamento do primeiro console híbrido da Nintendo, era um momento propício para o surgimento de alguma IP que mostrasse o potencial de interação hardware-software do sucessor do Wii U e do 3DS. Além do 1-2 Switch , a principal IP para cumprir essa função era Arms. Trata-se de um jogo de luta 3D, com campanha e modo multijogador, que permite que até quatro jogadores controlem uma variedade de lutadores (15 jogáveis, incluindo por download).

Mecanicamente, o jogador é capaz de realizar ações básicas de luta usando armas extensíveis como socos, arremessos, bloqueios e esquivas, todos com foco no uso dos sensores de movimento do par de Joy-Con, embora o título também possa ser jogado de forma tradicional em um Controle Pro.

Apesar de lançado em um ano propício para chamar a atenção para essas características de gameplay, Arms não se popularizou tanto nem naquele ano nem nos seguintes. No começo de 2021, foi divulgado que um de seus lutadores (Min Min) entraria para Super Smash Bros. Ultimate (Switch), o que aumentou um pouco suas vendas por um breve intervalo de tempo.

Atualmente Arms já vendeu cerca de 2,5 milhões de unidades. Um número bastante expressivo, mas que ainda o deixa longe do top 20 de vendas do Switch. E as críticas ao jogo também não foram das melhores, com uma média de 77/78 de 100 nos reviews mundiais.

Algumas das reclamações dos críticos e dos jogadores poderiam, no entanto, ser atendidas por uma atualização gratuita, o que poderia ajudar com as vendas e, quem sabe, preparar terreno para uma continuação mais robusta. Entre essas adições, poderiam constar:
  • Mais conteúdo de modo geral e, de modo particular, para o gameplay solo;
  • Mais objetivos a longo prazo;
  • Mais facilitação para ganhar dinheiro no jogo;
  • Tirar a possibilidade de ganhar arma repetida;
  • Criar batalhas mais diferenciadas, para fugir da rotina;
  • Melhorar o modo online em geral.

Super Mario Odyssey

Super Mario Odyssey (Switch)

Se, porém, Arms foi um título que não saiu tão bem em vendas e em críticas, Super Mario Odyssey (Switch) certamente cumpriu com as expectativas, e talvez até mais. O título conseguiu a façanha de ficar com uma média de 97 de 100 nas avaliações mundiais e já vendeu cerca de 21 milhões de unidades.

Mas, como acreditamos que tudo que está bom pode ainda melhorar, depois de mais de quatro anos de seu lançamento, seria bem-vinda um bom DLC para esse jogo. Em nosso favor, vale lembrar que mesmo um jogo tão completo como The Legend of Zelda: Breath of the Wild (Wii U/Switch) recebeu DLCs e que recentemente o Super Mario Party (Switch) recebeu uma grande atualização gratuita, três anos após seu lançamento.

E o que poderia vir de interessante para esse amado título de Super Mario? Bem… entre as poucas reclamações para esse título, está a falta de um modo co-op com o Luigi, um modo online interessante, um melhor aproveitamento do Luigi, de modo geral, e um melhor aproveitamento das mecânicas de gravidade presentes na Lua (um dos mundos de Super Mario Odyssey).

Pense quão incrível seria se um DLC adicionasse mecânicas de gravidade como da Lua em mais um ou dois mundos novos, talvez até podendo trazer algumas mecânicas do amado Super Mario Galaxy (Wii/Switch).

Uma boa atualização sempre é bem-vinda

Em resumo, alguns dos nossos palpites para títulos que teriam atualização e/ou DLC bem-vindos seriam:
  • Clubhouse Games: 51 Worldwide Classics;
  • Captain Toad: Treasure Tracker;
  • Ring Fit Adventure;
  • Arms;
  • Super Mario Odyssey.
Claro, esta matéria trouxe apenas alguns exemplos de títulos que poderiam receber atualização ou DLC. Alguns dos quais, aliás, já se esperam por reiterações da franquia, como Super Mario Odyssey, mas quem sabe não sejamos surpreendidos… E você, acrescentaria mais algum título a esta lista? Concorda com nossos apontamentos? Gostaria de ver outros acréscimos no gameplay destes ou de outros jogos da Big N? Compartilhe com a gente seus desejos e ideias nos comentários.

Colaboração: Vitor M. Costa
Revisão: José Carlos Alves

Jornalista, analista de mídias, PcD e entusiasta de games desde que jogou Pokémon Azul no Game Boy Color nos anos 90. De lá para cá, tenta aproveitar ao máximo todos os consoles no pouco tempo que a vida adulta permite. Se não está escrevendo para o Blast ou demorando anos para zerar um jogo, está no Twitter (@DanielMorbi) e no Instagram (@danielmorbi_)
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