Pokémon Legends: Arceus (Switch) — Análise completa do trailer

Confira os mínimos detalhes do trailer de anúncio da nova série de jogos dos monstrinhos de bolso e o que ela reserva.

em 11/04/2021

Pokémon Legends: Arceus foi anunciado juntamente com os remakes da quarta geração e trouxe um novo conceito para a franquia ao indicar elementos de Action RPG, ou seja, temos um certo controle em relação às ações do personagem, nunca visto na franquia principal.

Seguindo o padrão dessa região, o game despertou diversos mistérios no ar e os dois vídeos mostrados no Pokémon Day deste ano deixaram algumas lacunas para serem preenchidas conforme o passar do tempo. Aliás, se tem uma coisa que a região de Sinnoh conhece bem é o tempo.

Para desvendar o que foi mostrado, novamente recorremos à nossa equipe analítica, a fim de explanar para você leitor do Nintendo Blast o conteúdo exibido nas “entrelinhas”. Boa leitura!

Sinnoh de outrora

Logo de cara somos apresentados a uma região de Sinnoh que não condiz com a atualidade e sim, de muitos anos no passado, com uma civilização mais rudimentar e sem tantas tecnologias. Diferente das demais regiões do universo Pokémon, Sinnoh é conhecida por ter a menor quantidade de rotas que envolvam, exclusivamente, a travessia por meio de Surf. Ou seja, a rota 218 entre a cidade Jubilife e Canalave não pode ser considerada como uma rota aquática.


Essa característica fica bem evidente no trailer quando a narradora fala sobre a cidade que serve de base de operações. Analisando o cenário, há quatro possíveis cidades para a montagem da base: Eterna, Oreburgh, Celestic e, até certo ponto, Veilstone. 

Nas versões Diamond/Pearl (DS), a cidade que mais se aproxima deste cenário é Celestic, até por conta de seu santuário no centro da cidade e da caverna que contém o mural de Arceus junto do trio dos lagos.

Monstrinhos de bolso mochila

Em virtude do tempo que essa aventura se passa e também com base na estrutura apresentada, as Pokébolas não são pequenas cápsulas que guardamos nos bolsos. Essa tecnologia ainda não existia, até porque, nem mesmo a Silph. Co. situada na cidade de Saffron na região de Kanto parecia existir. 

Dessa forma, a concepção dessa ferramenta era outra e pode ser notada claramente pelo material: madeira e vapor, elementos muito comuns no passado.

Note ainda que, no começo dos trailers, as Pokébolas aparecem sobre a mesa em seu tamanho real, ou seja, não é possível às reduzir para guardá-las nos bolsos. Durante o trailer, foi mostrado também que, ao capturarmos um Pokémon, um pequeno thumbs-up é exibido, diferente do sistema que conhecemos tão bem. 

Essa característica também é exibida para o público no filme do Pokémon mítico Celebi - Viajantes do Tempo, quando Sammy (versão do passado do Professor Carvalho) lança seu Charmeleon no que parecia ser um projeto mais avançado de Pokébola, mas ainda, digamos, rudimentar.

Pokémon Breath of the Wild

Essa é a piada mais fácil de se fazer para esse tema. E não é para menos: o game conta com diversas semelhanças em relação ao game da franquia Zelda, Breath of the Wild. O padrão de mundo aberto/vá onde quiser, conhecido no universo gamer como “sandbox” é algo extremamente novo para a franquia, pois mesmo com a Wild Area, não podemos escalar a ponte para chegarmos a cidade de Hulbury.


Uma especulação sobre o estilo de jogo apresentado em Legends: Arceus é que teremos uma espécie de montaria para realizar certas atividades no mapa, como escalada, movimentação e até mesmo voar/planar (similar ao que temos em Omega Ruby/Alpha Sapphire para o Nintendo 3DS). 

Já que o intuito do jogo é explorar a região para a criação da primeira Pokédex, faz total sentido termos este recurso para alcançarmos áreas mais difíceis, como o norte da região que contempla o lago Acuity e a cidade de Snowpoint atualmente.

Mundo aberto x Estilo clássico

Pegando o gancho (sim, a piada com o Hookshot do Link foi intencional) temos a inevitável comparação entre o estilo de jogo clássico da franquia, que permanece (ou quem sabe, permaneceu?) até Sword/Shield, em comparação ao conceito de mundo aberto. Como ainda não temos um jogo da franquia nesse molde, a princípio teremos uma semelhança com a Wild Area, entretanto, o mapa todo nesse padrão é algo que pode gerar um choque nos jogadores.

Pense comigo: no modo clássico, temos as rotas e nelas, um certo grupo de Pokémon pode ser encontrado por meios “normais”, ou seja, no famoso “matinho” ou por meios especiais, como as Honey Trees, que devem voltar nos remakes. 

Agora, em mundo aberto, essa característica é totalmente diferente, pois não há construções em volta das rotas, delimitando assim uma área em que é possível encontrar um Shinx, por exemplo.


Isso vale para os demais Pokémon, pois como vimos, até o Garchomp apareceu em uma paisagem diferente do que estamos acostumados a ver em sua linha evolutiva, que são em cavernas ou cenários montanhosos. 

Ainda sobre o mundo aberto, note que o Garchomp não possui nível ao ser encontrado para batalha, o que pode indicar um nível de dificuldade elevado logo de início, limitando assim a evolução do personagem de maneira exagerada como ocorre nos jogos atuais.

A escolha dos iniciais

Aqui temos um dos pontos mais curiosos do trailer: a presença de três Pokémon de outras regiões despertou um sentimento de estranheza nos espectadores, afinal, todos sabemos que os Pokémon iniciais de Sinnoh são Turtwig, Chimchar e Piplup. Porém, ainda não temos a Pokédex, logo, estes ainda não foram classificados como iniciais, pois não se sabia a incidência do trio na região.

Rowlet

O inicial do tipo GRASS de Alola é uma das escolhas perfeitas para o tema, pois sua forma final, Decidueye, consiste em um arqueiro, e que no Japão feudal eram muito comuns, assim como nas demais culturas antigas;

Cyndaquil

O inicial do tipo FIRE de Johto exigiu uma busca mais aprofundada para identificar o motivo de sua escolha. Claro, tudo no campo da especulação e pela semelhança. Sua forma final, Typhlosion possui um nome diferente no Japão: Bakphoon. Durante o período Tokugawa, a força militar era imensa, e praticamente uma ditadura. Os generais de alto escalão eram chamados de Bakufu, bem próximo ao nome do Typhlosion;

Oshawott

O inicial do tipo WATER de Unova é, sem dúvidas, o mais fácil de relacionar com a era feudal japonesa: sua forma final é Samurott, literalmente sendo uma lontra samurai, uma das principais figuras deste período, além de ser muito famosa no resto do mundo.

Origem do Team Galactic?

Nos uniformes dos personagens, é possível notar um logo amarelo e que se assemelha muito ao de uma organização da região de Sinnoh, o Team Galactic. Tanto é, que os iniciais aparecem dentro de um escritório, o que parece ser uma base, e possível local  da origem desta equipe.


Contudo, há algumas ressalvas: atualmente, esta equipe é uma organização criminosa e que busca criar um novo mundo na visão de seu líder, Cyrus, que podemos classificar como o Thanos do universo Pokémon. Será que Cyrus herdou de certa forma a organização, mas a corrompeu em virtude de seus ideais? Ainda, será que Arceus está de alguma forma relacionado?

O papel de Arceus na aventura

O trailer se encerra com a narradora questionando a importância da maior divindade do universo Pokémon na história. Algo meio redundante, afinal, em 99.9% das vezes o personagem principal ou é o título da obra ou está diretamente ligado aos eventos que se desenrolam com o passar do tempo.

Provavelmente, Arceus será uma peça chave para a resolução da história ou ainda, ouso dizer, que há uma pequena possibilidade do Pokémon Alpha ser o vilão de tudo e teremos que lutar contra ele, a fim de que a lenda seja criada, sendo o ponto de ignição dos mistérios que conhecemos da região de Sinnoh.

Pokémon Legends: Arceus chega ao Nintendo Switch no começo do ano de 2022.

Revisão: Felipe Fina Franco


Fã de carteirinha da franquia Pokémon desde os oito anos de idade, teve seu primeiro contato com os monstrinhos de bolso no Game Boy Color e de lá para cá, são mais de 25 anos de alegria. Fanático por vídeo-games, gostaria de poder jogar mais tempo do que trabalha.
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