Evoluindo a cada geração — Pokémon Sword/Shield

Confira quais foram as novidades que vieram de Galar para o mundo com o último grande lançamento da série.

em 17/04/2021
Entre os marcos que enriqueceram os 25 anos da franquia dos monstrinhos de bolso, o lançamento de Pokémon Sword/Shield é o mais próximo de nós: foi em 15 de novembro de 2019 que a oitava geração chegou ao Switch, trazendo uma enxurrada de novidades capazes de evoluir a série de maneira gigantesca. Vamos relembrar o que a região de Galar trouxe para esse universo tão amado? 

A majestosa Wild Area e suas Max Raids

Um dos aspectos mais bacanas de Sword/Shield foi importado diretamente de Pokémon: Let's Go, Pikachu! e Let's Go, Eevee!, sendo bem perceptível logo de início: os monstrinhos podem ser encontrados vagando pelos cenários. É enorme a alegria de poder ficar cara a cara com as criaturinhas que tanto amamos, desde as mais pequenas, como Rookidee e Skwovet, até os mais encorpados, como Drednaw. Desse modo, há um lugar na jornada onde essa adição é ainda mais empolgante: a Wild Area.

Englobando parte do mapa de Galar, a Wild Area é uma região onde podemos caminhar com muita liberdade, sendo quase como uma route nos moldes de mundo aberto. A localidade, que é muito extensa, conta com uma pluralidade de monstrinhos e habitats, que vão de desertos repletos de Sandaconda até lagos gelados com Gyarados e Jellicent. Assim, é muito fácil de se encontrar Pokémon de naturezas completamente distintas sem ter de viajar para outro lugar ou percorrer longas distâncias.

A Wild Area conta com uma jogabilidade singular, que permite-nos controlar os ângulos de câmera livremente com o analógico direito. Ao lado de sua variedade e expansão, ela é um verdadeiro sonho para todo treinador; convenhamos, ao longo desses 25 anos, sempre sonhamos em ter tanta liberdade. Ademais, a localidade também apresenta variações climáticas, NPCs singulares e outras novidades, como os Pokémon Den, que abrigam as Max Raids.

Nesse estilo de batalha, quatro treinadores, conectados em multiplayer online ou adicionados com a ajuda da IA, enfrentam um monstrinho em uma forma gigantesca. Os embates são frenéticos, pois na medida em que o Pokémon se encontra em proporções imensas, seus poderes também estão bem elevados. Como veremos a seguir, essas formas não aparecem por acaso nas Max Raids, visto que trata-se de outra grande novidade introduzida à franquia, conhecida como Dynamax ou Gigantamax.

Gigantes, poderosos e até de cara nova

Se nas regiões de Pokémon Sword/Shield tivemos mudanças significativas, o mesmo pode ser dito sobre as batalhas, que ganharam novas camadas de competitividade com os fenômenos Dynamax e Gigantamax. Eles são de origens praticamente idênticas, mas para explicar propriamente, vamos por partes. 

O Dynamax é uma transformação que todos os Pokémon podem realizar dentro dos combates, estando diretamente ligado com a história de Galar. Acontece que, em um passado distante, o lendário Eternatus foi derrotado por Zacian e Zamazenta e acabou liberando partículas de energia por toda a região, consequentemente afetando os monstrinhos que habitam nela.

Com o passar dos anos e a criação das pulseiras Dynamax Bands, os treinadores passaram a poder controlar o fluxo de energia nos monstrinhos, permitindo ativar tais fenômenos e modificar as batalhas. O Pokémon em transformação torna-se gigante e mais forte com o processo, adquirindo também os Max Moves, que são golpes geralmente mais poderosos e causam efeitos secundários durante as batalhas.

Enquanto o Dynamax pode ser realizado por todos os monstrinhos, o processo Gigantamax é um pouco diferente, pois é exclusivo de 32 espécies do jogo. Quando a transformação energética ocorre, essas espécies não só ficam gigantes, como também modificam sua estética e adquirem novos contornos. Por exemplo, Alcremie deixa de ser um simples creme e vira um bolo com muitas camadas, enquanto Gengar ganha uma boca imensa e assustadora, diferente de seu estágio normal.

Por sua vez, os Gigantamax ganham os G-Max Moves, que são similares aos Max Moves mas exclusivos de cada espécie. Um dos mais divertidos e poderosos é o de Rillaboom, que se chama G-Max Drum Solo. O macaco toca sua bateria com tanta intensidade que ignora as habilidades do oponente e ataca com o golpe do tipo Grama mais poderoso do título. 

Além do aumento na força, eles também ocasionam efeitos secundários ainda mais fortes. Lapras, por exemplo, ao atacar com o G-Max Resonance, cria uma barreira que reduz todo o dano sofrido nos próximos cinco turnos. Já o G-Max Wind Rage de Corviknight pode quebrar a Light Screen e Reflect do oponente. 

Isto significa que, tanto o Dynamax quanto o Gigantamax, não são apenas mudanças de tamanho, mas grandes aliados para as nossas batalhas. Todavia, saiba que há limitações. Os dois processos, que são ativados da mesma maneira, só podem ser realizados em áreas de combate que contenham Power Spots, e por isso, as transformações ficam restritas a locais como ginásios, Battle Tower, Battle Court e lutas online no geral.

A outra restrição é que apenas um monstrinho por batalha pode se transfigurar. Ou seja, há de se escolher um membro da equipe para se “agigantar”. Isso consequentemente adiciona variedade aos duelos na medida em que muitas combinações surgem no horizonte, o que torna as batalhas de Sword/Shield ainda mais engenhosas.

Acampando, virando um chef e outras funcionalidades

Ao longo dos anos, tivemos diversas oportunidades para criar laços com os monstrinhos, tudo graças a elementos como o Pokémon-Amie ou Pokémon Refresh. Contudo, em Sword/Shield, pela primeira vez é possível acampar com os monstrinhos. Funcionando como um espaço de interação, o Pokémon Camp é uma adição sutil e divertida da oitava geração. 

O mecanismo pode ser acessado através do menu do jogo, que prontamente permite armar o acampamento durante as explorações. Assim, o Pokémon Camp é montado e nós podemos interagir com os monstrinhos, sendo um local para brincar, checar o humor e até curar os membros da equipe.

Outra funcionalidade divertida do Camp é a mecânica de cozinhar deliciosos pratos de curry, que acabam funcionando como um minigame. As combinações de ingredientes são múltiplas, e conforme você é bem sucedido na receita, as comidas trazem benefícios que podem aumentar a felicidade e curar o status dos Pokémon. Uma dica: fique atento às naturezas individuais dos monstrinhos, pois eles contam com gostos singulares.

O Pokémon Camp também permite conhecer a equipe e o acampamento de outros jogadores. Isso pode ser feito dentro da Wild Area e com treinadores já adicionados no serviço online do jogo, que agora se conecta através de um sistema chamado Y-Comm. Não há muito mistério no mecanismo, apenas é uma nova interface para facilitar as interações via internet.

Além dele, outras funcionalidades incluídas em Sword/Shield valem a pena ser mencionadas, como o Rotom Phone, que basicamente é a nova Pokedéx, e o Rotomi, que entra no lugar dos PCs onde se armazena os monstrinhos. Entretanto, a adição mais comemorada pelos treinadores provavelmente foi a do PC Box Link. Pela primeira vez na história da franquia, podemos trocar os Pokémon entre a equipe e o serviço de armazenamento sem precisar ir até um Poké Center. Sem dúvidas, essa novidade é mais que uma mão na roda.

As expansões de Galar e eventos

A região de Galar, além de introduzir 81 Pokémon novos e outras 13 formas regionais, também ficou marcada por trazer ares de modernidade à franquia. Digo isso pois, pela primeira vez, conteúdos extras foram adicionados após o lançamento original de Sword/Shield.

Dividido em duas partes, intituladas The Isle of Armor e The Crown Tundra, o Expansion Pass é um DLC que introduziu novas regiões para serem exploradas no universo do jogo. Com elas, alguns monstrinhos ausentes da Pokédex foram adicionados ao mundo de Galar, assim como novos personagens e histórias surgiram em campanhas extras.

Embora o formato de downloadable content não seja novidade no mercado, essa foi a primeira vez que o vimos na franquia. Particularmente, é uma sensação ótima ver essa possibilidade de expansão, o que significa que a vida do título pode ser estendida ao longo dos anos.

Da mesma forma, Sword/Shield introduziu os eventos da Wild Area, que são constantes e ficam intercalando os monstrinhos disponibilizados nas Max Raids. Com a região operando junto ao sistema online, é possível ter essa troca nas batalhas, que tem seus protagonistas atualizados frequentemente pela Game Freak.

Por exemplo, há períodos em que eles seguem datas comemorativas, como a Páscoa, quando tivemos a presença dos coelhos Lopunny e Azumarill nas Max Raids. Foi assim também durante o primeiro de abril deste ano, que teve batalhas com uma versão especial de Magikarp que não podia ser capturado. Ainda que sendo uma pegadinha de mau gosto para celebrar o Dia da Mentira, é bom saber que o futuro nos guarda novas batalhas e outras surpresas quando se trata de conteúdo do jogo.

A oitava geração já marcou época

Mesmo sendo um acontecimento recente, os números não escondem que Pokémon Sword/Shield está fazendo história: o jogo já ultrapassou a marca das 20 milhões de unidades vendidas, ficando atrás apenas de Gold/Silver e Red/Green, que estão no topo da lista dos mais comercializados da franquia. Com muito ainda para trilhar, não seria de se espantar se os títulos de Zacian e Zamazenta quebrarem mais recordes — ainda mais se considerarmos as múltiplas possibilidades com a chegada dos DLCs à série.

Diante de tudo o que apresentamos neste especial no Nintendo Blast, é impressionante ver como a franquia tem suas próprias evoluções e se renova sem perder a essência original; ora, ainda somos os mesmos garotos, prontos para deixar a cidade natal na companhia dos iniciais e com um mundo inteiro para desbravar. Convenhamos, mesmo 25 anos depois, nada é mais empolgante do que isso, e Pokémon Sword/Shield exibe muito bem essa fórmula.

Evoluindo a cada geração

Revisor: Diogo Mendes

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Jornalista, colaborador no Nintendo Blast e doutorando em Comunicação Social.
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