Análise: Stick Fight: The Game (Switch) é um convite para o clube da luta

Um jogo de luta simples e eficiente em tudo o que pretende fazer.

em 15/04/2021

Stick Fight: The Game foi lançado originalmente em 2017 e chega agora ao Switch com o mesmo conteúdo e nível de diversão. Com personagens minimalistas e estrutura de combate baseada na física, o game entrega tudo o que promete, mas poderia oferecer um pouco mais.

Briga de rua

Stick Fight: The Game não possui uma história ou narrativa. Na verdade, a tela inicial já é o primeiro ambiente de combate. Ao entrar nela o jogador terá a opção de iniciar uma partida local ou avançar para uma disputa online.

Essencial dizer que não existe a opção de singleplayer. É necessário, portanto, ter mais pessoas para jogar localmente ou procurar adversários pela internet. Felizmente, o modo online é extremamente simples e funcional, sem lags ou interrupções indesejadas. Aliás, diante de muitos títulos no Switch, em que o online é o grande calcanhar de Aquiles, é um alento perceber como Stick Fight: The Game consegue organizar as partidas de maneira rápida e sem complicações.



Parte disso, claro, tem relação com o fato de que o game publicado pela Landfall utiliza bem sua proposta minimalista. Os personagens são bonecos de palito, todos idênticos, exceto pelas cores. As partidas podem ter de dois a quatro competidores, e os controles oferecem pouquíssimas opções. Um botão para pulo, outro para ataque, um para defesa e um último para se livrar de alguma arma, a qual o jogador esteja carregando. Ao acionar a defesa, o jogador adquire um escudo que fica ativo por alguns segundos, precisando ser recarregado em seguida. Já o ataque funciona tanto para os socos quanto para a utilização de armas.

Assim como em outros brawlers, as armas aparecem nos cenários de maneira aleatória e para pegar uma delas basta passar encostar no item (mas é possível alterar essa opção nas configurações). O uso das armas é, talvez, o maior problema da jogabilidade. Como o movimento dos personagens é muito rápido e frenético, é difícil se posicionar para mirar.

É comum, por exemplo, tentar atirar para um lado e acabar disparando para o outro, o que pode ser um pouco frustrante. No entanto, depois de algumas partidas, fica claro que o objetivo é gerar diversão também com a aleatoriedade dos golpes, tiros e dos elementos dos cenários.

A beleza da física

O ponto alto de Stick Fight: The Game é a maneira como ele lida com a física, tanto através dos objetos e mecanismos que aparecem nos estágios, como na potência e diversidade das armas (que são muitas, muitas mesmo).

Conhecer cada arma ajuda a entender se ela é capaz de jogá-lo para trás ou se oferece algum tipo de risco a quem a utiliza, como bombas que podem se espalhar por todo o cenário ou um vórtice que suga tudo ao seu redor.

O game oferece também uma boa diversidade de estágios que vão se alternando. Existem temas específicos, como inverno, lava, western, halloween etc. E em cada um deles há elementos que podem ser utilizados para gerar pontos de defesa ou armadilhas, como plataformas que se movem, blocos de gelo que podem ser destruídos ou objetos pontiagudos que podem decretar a morte de algum jogador.



Como não existe a visualização de uma barra de vida, fica difícil saber se os ataques que estamos desferindo estão fazendo efeito. Algumas armas são mais potentes e a falta dessa sinalização atrapalha um pouco a organização de uma estratégia. Até por isso, o melhor caminho parece ser tentar derrubar os adversários da plataforma, mesmo com o risco de se ver caindo também.

Apesar da diversão e do senso de humor do game (que mostra de tempos em tempos relatórios detalhados com o desempenho dos lutadores), a experiência é repetitiva e com pouco fator de replay. Ainda que seja possível criar partidas personalizadas, com aumento da vida, escolha de estágios e armas específicas, frequência do aparecimento das armas etc., o jogo rapidamente se torna mais do mesmo.



Luta casual

Stick Fight: The Game é muito bom em tudo o que faz, mas poderia ir um pouco mais longe. A ausência de um modo singleplayer e mais opções de personalização, diminuem o interesse gradualmente. No entanto, apesar da repetição e pouco estímulo a uma sequência contínua de partidas, o jogo se mostra como um companheiro perfeito para aquele momento no qual você quer desafiar os familiares para uma luta rápida e divertida, sempre gratificante. Afinal, ser casual não significa ser simplório, e esse título mostra isso muito bem.

Prós

  • Partidas rápidas e divertidas;
  • Modo online funcional e sem lags;
  • Bom uso da física nos estágios e armas.

Contras

  • Experiência repetitiva diminui a longevidade do jogo.
Stick Fight: The Game — Switch/PC — Nota: 9.0
Versão utilizada para análise: Switch
Revisão: Felipe Fina Franco
Análise produzida com cópia digital cedida pela Landfall Games


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Pesquisador nas áreas de estética e cibercultura com Mestrado em Cultura e Sociedade (UFMA) e Doutorado em Comunicação (UnB). Além de escrever sobre jogos, produz o Podcast Ficções e tem um blog sobre literatura, filosofia e cotidiano.
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