Listamos as franquias que fizeram sua estreia em consoles Nintendo no Switch

O Switch trouxe clássicos de todas as gerações pela primeira vez para o universo Nintendo.

em 07/04/2021


Apesar da certeza de jogos exclusivos de qualidade, o relacionamento da Nintendo com desenvolvedoras third-parties sempre foi um assunto central no lançamento de qualquer console da empresa. Após uma grande quantidade de jogos de terceiros na época do SNES, a entrada de competidores no mercado tornou as plataformas da Nintendo cada vez menos atraentes para esses estúdios.


Essa relação azedou principalmente na época do Nintendo 64, quando a empresa de Quioto cobrava taxas de licenciamento altas e também valores considerados exorbitantes pelos cartuchos vendidos (a Nintendo era a única empresa que os fabricava). Aliado a isso, a escolha da mídia de armazenamento exigiu um trabalho extra de compressão dos dados, o que fez com que grandes jogos de franquias como Final Fantasy e Street Fighter nunca chegassem ao console.

A lacuna no catálogo que esses jogos deixavam foi percebida pela Nintendo, que acenou positivamente às thirds na época do GameCube, facilitando o desenvolvimento e gerando acordos de exclusividade que resultaram em jogos como Metal Gear Solid: The Twin Snakes (GC), trazendo Snake pela primeira vez para o universo Nintendo. Outro exemplo de suporte foi o Wii, que mesmo não recebendo todos os jogos que iam para os consoles HD, não ficou de fora de nenhum lançamento das populares séries Call of Duty, Guitar Hero e FIFA.

A maré ruim voltou após o lançamento do Wii U, em que o suporte third-party propagandeado pela Big N existiu somente durante o primeiro ano de vida do console. Nessa época, listamos as franquias que gostaríamos de ver no Wii U ou 3DS.

Atualmente, o sucesso comercial do Switch e os excelentes números de vendas de jogos fizeram com que grandes títulos e personagens chegassem ao console pela primeira vez, mostrando um horizonte cada vez mais saudável para essa relação. 

Veja na lista abaixo quais as principais séries que estrearam nos consoles da Big N no Nintendo Switch.
O critério de seleção utilizado foi franquias que possuem pelo menos dois jogos lançados e que não tinham sido disponibilizadas nem como spin-offs nas plataformas Nintendo.

10 – Bioshock




Lançado originalmente em 2007, o primeiro Bioshock (Switch) é um shooter aclamado pela crítica e pelo público que se passa na década de 1960. No game o protagonista, conhecido como Jack, precisa desvendar os segredos de Rapture, uma cidade “modelo” criada por Andrew Ryan onde não há amarras religiosas, morais e legais.
 
A cidade submersa, que fica nas profundezas do oceano atlântico, esconde uma sociedade complexa composta por humanos geneticamente modificados, garotinhas que parecem indefesas e verdadeiras aberrações conhecidas como Big Daddy. Tanto o primeiro quanto o segundo jogo, Bioshock 2 (Switch), exploram o colapso dessa sociedade.
 
O terceiro jogo, Bioshock: Infinite (Switch) nos apresenta Columbia, uma cidade sob as nuvens que é o extremo oposto de Rapture. Enquanto no primeiro jogo a cidade buscava ser um exemplo de liberdade, Columbia mostra a consolidação de um modelo nacionalista extremo, recheado de xenofobia e intolerância. É nesse ambiente que o protagonista Booker DeWitt chega para resgatar a misteriosa Elizabeth e trazê-la de volta para Nova Iorque utilizando dos Vigores, versões evoluídas do ADAM do primeiro game.
 
Os três jogos estão disponíveis para o Nintendo Switch em Bioshock: The Collection, com todas as DLCs lançadas. Infelizmente, o game não apresenta legendas em português.

9 – Diablo



O primeiro Diablo (Multi) foi lançado em 1996 para PC como um RPG de ação que definiu o gênero roguelike. Após mais de 11 anos de desenvolvimento, o terceiro jogo da série chegou em 2012 para PC, sendo posteriormente levado aos consoles. 
 
Com uma jogabilidade aprimorada e visuais detalhados, Diablo III: Eternal Collection (Switch) chegou ao Nintendo Switch em sua edição completa contendo a expansão Reaper of Souls e o pacote de conteúdo Ascensão do Necromante.
A bela edição especial de Diablo III.
No total, é possível escolher entre sete diferentes classes para eliminar os pesadelos de Nova Tristram, em um jogo com gameplay viciante, ainda mais quando jogado nos modos cooperativos local ou online. Também um sucesso no Switch, o game foi um dos poucos a receber uma edição comemorativa do console e está totalmente localizado para o português.

8 – The Elder Scrolls



The Elder Scrolls V: Skyrim (Switch) foi o jogo do ano de 2011. Produzido pela Bethesda e ambientado em um mundo fantasioso medieval, o RPG de mundo aberto possui um mapa denso e uma grande quantidade de missões.
 
O jogo se passa na província de Skyrim ao norte de Tamriel, mesmo continente dos jogos passados. O protagonista é o último dos Dovahkiin, o que confere ao guerreiro a capacidade de abater os dragões que ameaçam a área.
 
A recepção da mídia ao lançamento do jogo foi excelente, sendo esse o primeiro jogo ocidental a receber a nota máxima (40/40) da revista Famitsu. Após anos de seu lançamento e adaptações para os mais variados consoles, Skyrim chegou ao Nintendo Switch em 2017 em sua edição definitiva, trazendo skins exclusivas da série The Legend of Zelda e os bugs de sempre. A edição para o híbrido está legendada em português.

7 – Devil May Cry



A sexta geração de consoles, com o reinado absoluto do PlayStation 2, foi a consolidação do gênero de ação hack 'n slash. Um dos títulos que mais chamou atenção dentro dessa proposta foi Devil May Cry (Switch), lançado originalmente em 2001.
 
Produzido pela Capcom e idealizado por Hideki Kamiya, atualmente na Platinum Games, o primeiro Devil May Cry (Switch) conta a história de Dante, um caçador de demônios profissional que busca proteger a humanidade e também se vingar pela morte de seus pais e de seu irmão gêmeo. 
 
O que Dante não sabia é que Vergil, seu irmão, continua vivo e se liga cada vez mais às suas raízes demoníacas em busca de poder. Isso faz com que no decorrer da série eles se enfrentem enquanto a ameaça demoníaca de Mundus continua castigando a terra.
 
Os três primeiros jogos da franquia foram relançados para a geração atual e a passada como uma coletânea, porém no Nintendo Switch os três jogos chegaram separadamente e à conta-gotas, sendo posteriormente lançados como uma trilogia somente para o mercado oriental.  Da coletânea, somente Devil May Cry 3: Special Edition (Switch) teve mudanças, com a adição de um modo freestyle e co-op local. 
 
Nenhum dos games está localizado em português e não há previsão para o lançamento de nenhum outro jogo da série como Devil May Cry 4 (Multi) ou DmC (Multi) no momento.

6 – Dark Souls



Demon’s Souls (PS3) estabeleceu um novo gênero conhecido como souls-like. O jogo medieval, desenvolvido pela FromSoftware exclusivamente para o PlayStation 3, mostrou que ainda existia espaço para jogos difíceis em um mercado cada vez mais casual.
 
Publicado pela Namco Bandai, o gênero continuou forte com o lançamento de Dark Souls (Switch), estabelecendo uma franquia que receberia até o momento mais dois títulos muito elogiados pelo level design e o combate viciante.
 
A surpresa foi grande quando, no início de 2018, Dark Souls: Remastered foi anunciado para o híbrido da Nintendo em um Nintendo Direct Mini. Seria a primeira vez que o reino de Lordan poderia ser visitado em uma tela pequena.

O meme que virou amiibo.
A versão remasterizada traz melhoria nas texturas e na performance em relação ao lançamento original e continua permitindo a jogatina online. O jogo apresenta-se totalmente traduzido para nosso idioma e até mesmo ganhou um amiibo, batizado de Solaire of Astora, baseado na famosa pose Praise the Sun! 

5 – Borderlands



Juntamente com Bioshock, uma coletânea do bem humorado loot shooter Borderlands (Switch), nomeado de Bordelands Legendary Collection, foi anunciada para o Nintendo Switch em março de 2020.

O jogo em cel shading com elementos de RPG te coloca na pele de caçadores de Vaults no planeta Pandora. Esse planeta, outrora a galinha de ouro para a busca de armas e tecnologias alienígenas, agora encontra-se abandonado e à mercê de sua própria população, composta de mercenários.
 
Em sua companhia está Claptrap, um simpático e ao mesmo tempo incômodo robô, que rouba a atenção por sua personalidade muito entusiasmada. Recomenda-se jogar a história completa do jogo em co-op online ou localmente para até quatro pessoas.
 
Além do primeiro game, a coletânea tem Borderlands 2 (Switch) e Borderlands: The Pre-Sequel! (Switch). A sequência direta seguiu a receita de sucesso do primeiro jogo, com um vilão que se auto-proclamou ditador de Pandora, enquanto o último título é o mais impressionante visualmente e coloca o jogador para explorar Elpis, uma lua de Pandora, novamente para caçar os Vaults. Infelizmente nenhum dos jogos da coletânea apresenta localização em português.

4 – The Witcher



The Witcher é uma série de RPG tipicamente ocidental completa. Baseado na Idade Média, a franquia foi uma das poucas que conseguiu superar a barreira dos jogos e fazer o mesmo sucesso em outros meios de entretenimento.
 
A melhor entrada da série é, sem sombra de dúvidas, The Witcher 3: Wild Hunt (Switch). Contando a história do bruxo Geralt de Rívia, o jogo tem um mundo aberto extenso e muito detalhado, se tornando um benchmark gráfico para os PCs da época. 
 
O game é um dos mais premiados da história e foi premiado com o jogo do ano de 2015, sendo elogiado principalmente pela grande quantidade e profundidade de suas missões primárias e secundárias, bem como pelos marcantes personagens. De seu sucesso, surgiram uma série de TV e até mesmo um jogo de cartas chamado Gwent, que é amplamente jogado.
 
Apesar dos rumores sobre o lançamento, muitos se preocupavam com a performance de The Witcher 3: Wild Hunt - Complete Edition no Switch. Porém, as desconfianças ficaram para trás na E3 de 2019, quando o anúncio da versão completa trouxe para o console da Nintendo o jogo com as expansões Blood and Wine e Hearts of Stone totalmente localizadas em português com uma taxa de quadros consistente.

3 – XCOM



XCOM: Enemy Unknown (Multi) é um jogo tático em turnos publicado em 2012 pela 2K. Apesar de nunca ter aparecido nos consoles da Big N, muito se falou do game após o lançamento de Mario + Rabbids: Kingdom Battle (Switch) pelo fato do mesmo ter grandes influências do jogo desenvolvido pela Firaxis Games.
 
O jogo de estratégia em turnos com visão isométrica traz um futuro não muito distante, em que alienígenas atacam a Terra. A única forma dos humanos se protegerem é a partir da organização XCOM, uma entidade paramilitar de elite composta por soldados de diferentes países. 
 
Nosso papel no jogo é o de comandar as tropas em missões e no ataque, buscando ampliar e melhorar a base paramilitar com a obtenção de tecnologias alienígenas. O jogo tem dois finais, e o final ruim (em que a guerra é perdida) dá origem aos eventos de XCOM 2 (Switch), que ocorrem 20 anos depois do título original.
 
Em XCOM 2 temos o mesmo estilo de gameplay do título anterior com a adição de mapas procedurais, estendendo a vida útil do game. Curiosamente, somente a segunda edição foi lançada para o Nintendo Switch pela 2K com o título de XCOM 2 Collection, juntamente com todas as expansões disponíveis e sem textos em português. Apesar do primeiro jogo não estar disponível, recentemente XCOM: Chimera Squad, um shooter baseado no universo de XCOM, foi listado para o Nintendo Switch e deve ser lançado esse ano.

2 – Wolfenstein


Wolfenstein é uma série de jogos de tiro ambientada na Segunda Guerra Mundial. Diferente dos clássicos jogos que retratam os dias históricos das batalhas entre os Aliados e o Eixo, a série se passa em um futuro alternativo em que os nazistas conquistaram o mundo.
 
Nesse cenário, seguimos a história do soldado americano William Joseph “BJ” Blazkowicz e sua resistência em confronto para livrar os Estados Unidos do domínio nazista. Após a aquisição da franquia pela Bethesda, a série retornou ao estrelado com Wolfenstein: The New Order (Multi), quando BJ entra em coma após um ataque falho contra uma fortaleza alemã e é dado como incapacitado. 
 
Após conseguir fugir da morte, tem início novamente a saga do protagonista no confronto aos nazistas, que tem seu ápice em Wolfenstein II: The New Colossus (Switch), título lançado para o console híbrido em 2017 que continuou e aprofundou a história com flashbacks da infância de Billy para confrontá-lo com seu presente.
 
Apesar de The New Order não estar disponível para o Switch, os eventos do primeiro jogo são resumidos no início da jogatina de The New Colossus. Um spin-off da série, intitulado Wolfenstein: Youngblood (Switch), traz as filhas de Blazkowicz, Jess e Soph, à procura de seu pai em uma experiência que pode ser jogada totalmente em co-op. Nenhum dos jogos está disponível em português.

1 – Valkyria Chronicles



Valkyria Chronicles (Switch) é uma jogo de RPG tático ambientado na Europa com alusões à Segunda Guerra Mundial. Desenvolvido e publicado pela Sega, o game possui um sistema de combate inédito e muita ação.
 
Como todo início de conflito, a guerra gira em torno de um mineral precioso, aqui conhecido como Ragnite e utilizado como fonte de energia. Apesar do visual em cel shading e dos personagens em estilo anime do jogo, são as dificuldades da guerra que moldam a história do game.
 
O destaque do jogo fica para o profundo sistema de batalhas batizado de BLiTZ, em que o jogador seleciona as estratégias de batalha e determina a posição de seus personagens antes do início do confronto, podendo depois comandar o personagem como se estivesse em um jogo de tiro em terceira pessoa. Apesar de parecer simples, há uma grande quantidade de estratégias a serem consideradas e o jogo está longe ser fácil.
 
Originalmente lançado somente para plataformas PlayStation, o remaster primeiro jogo chegou ao híbrido da Nintendo em 2018 juntamente com Valkyria Chronicles 4 (Switch), um jogo elogiado por voltar às raízes da franquia. Ambos os games possuem somente textos e áudio em inglês e japonês.

O que falta? 

No anúncio do Switch muitas desenvolvedoras prometeram suporte para o console.


Atualmente o mar parece mais calmo na conturbada relação entre a Nintendo e as desenvolvedoras third-parties, de modo que o Switch vem apresentando uma das mais diversas bibliotecas já vistas em consoles da empresa e a perspectiva de ainda mais títulos inéditos. Com o sucesso do Japão, é bem provável que franquias originalmente exclusivas para plataformas da Sony acabem chegando ao console, ao mesmo tempo em que desenvolvedores ocidentais vem o potencial de vendas de jogos antigos para o híbrido. E você, qual franquia você ainda gostaria de ver estrear no Switch? 
 
Revisão: José Carlos Alves

Químico fanático por video-games e futebol. Possui alta experiência em morrer em jogos de plataforma e de passar raiva em jogos de esporte. Seu primeiro console foi um Game Boy com Super Mario Land.
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