Mario Golf (N64) — a reinvenção de Mario nos esportes

Como foi o pontapé inicial da turma do Mario em um grande festejo de golfe pela primeira vez nos consoles de mesa.

em 16/03/2021
Com o anúncio de Mario Golf: Super Rush (Switch) para o console híbrido da Nintendo no último Nintendo Direct, resolvemos revisitar o clássico Mario Golf (N64), segunda entrada na franquia de spin-offs de esportes que carrega o nome do bigodudo em seu título, após o fracasso de Mario's Tennis (VB). Nos dias atuais, agora com 21 anos completos, o game se mostra resistente à prova do tempo, proporcionando uma aventura muito divertida e robusta, colaborando assim com a tese de vários fãs de esse game ser, junto com Mario Golf: Toadstool Tour (GC), um dos melhores games da franquia do esporte escocês mais famoso do mundo.

Preparem os tacos!

O game desenvolvido pela Camelot foi um dos poucos a receber o selo Greatest Hits — assim como Super Smash Bros. (N64) e Mario Party (N64) — e utiliza o mesmo motor desenvolvido para Everybody's Golf (PS), bastante inovador para a época. Em Mario Golf, a empresa  utilizou vários personagens entre os mais famosos da franquia do encanador da Nintendo: Mario, Luigi, Yoshi, Peach, Wario e até mesmo Baby Mario juntamente com alguns jogadores humanos desenhados pela desenvolvedora. O jogo coloca estes personagens uns contra os outros em um dos jogos de golfe mais completos lançados em um console até aquele momento.

Muitas maneiras de se jogar

O game apresenta uma grande variedade de modos de jogo: Tournament, Stroke, Training e Match Play, além de modos exclusivos como Speed Golf, Ring Shot, Skins Match, Club Slots e Get Character. Seu objetivo? Tornar-se um profissional e desafiar Mario, "o melhor golfista que já viveu".

Dentre os modos que se destacam, em Ring Shot você deve realizar uma tacada com a bola passando entre vários anéis suspensos acima do percurso, sendo um real desafio para encontrar a correta angulação da tacada e das variáveis que afetam seu percurso (vento, taco escolhido, etc.). 
 
 No modo Tournament há um torneio entre o jogador humano da Camelot e 29 jogadores CPU em um percurso de 18 buracos. Apesar de existirem apenas 14 personagens jogáveis no game, os demais nomes dos jogadores da CPU variam segundo nomes de personagens de franquias como Star Fox, The Legend of Zelda e o próprio Mario também, servindo como um adorável easter egg. Vence o jogador com o maior número de Course Points acumulados durante a jogatina.

Como o nome já diz, o modo Get Character é aquele no qual você pode competir para garantir a liberação de novos personagens jogáveis para o game como o próprio Mario, Luigi e Bowser. O jogador atua em um Match Game contra o computador, com o jogador com o menor número de tacadas necessárias ganhando um ponto. Além disso, caso após o 18º buraco o jogo esteja empatado, a opção de Sudden Death começa. Ao vencer o confronto, o personagem enfrentado é então desbloqueado.


Os problemas do game começam logo aí, uma vez que todos os jogadores desbloqueados têm stats superiores aos inicialmente disponíveis. Assim, uma vez desbloqueados, não vale a pena voltar a escolher os antigos, a não ser que seja para se colocar propositalmente em desvantagem. Muito por conta dessa falta de desbalanceamento, o game fica bastante difícil às vezes, com a IA não aliviando nem mesmo para o Baby Mario.

Além disso, mesmo completando este modo, haverá ainda espaços disponíveis na tela de seleção de personagens que podem apenas ser desbloqueados com a conexão à sua versão irmã, Mario Golf (GBC). No entanto, as versões disponíveis para Virtual Console não possuem tal opção, mantendo sempre os slots indisponíveis no menu.

Garantindo a tacada perfeita

Os controles do game, assim como a sua interface, foram motivo de preocupação durante o seu desenvolvimento. As opções, apesar de interessantes e agregarem à mecânica do game, podem acabar poluindo demais a tela, ao mesmo tempo que dificultam para crianças e adolescentes mais jovens compreenderem todas as mecânicas e opções disponíveis.

A câmera in-game é posicionada de forma que permite que você veja os vários percursos de praticamente qualquer ângulo, possibilitando planejar a seleção de seu taco e a melhor tacada. Para checar as condições de vento, ao pressionar Z seu personagem jogará uma mão cheia de grama para ver em que direção o vento está soprando. 

Analogamente, apertando A configura-se o balanço do taco, necessitando pressioná-lo novamente no ápice de um medidor de intensidade e mais uma vez no ponto de partida. 

Há a recomendação de melhor taco para cada situação fornecida pelo game, como também facilitadores para os jogadores que não estão familiarizados com as mecânicas do golfe.

Horas de gargalhadas (ou brigas) garantidos

Felizmente, Mario Golf usa as quatro portas de controle do Nintendo 64 para o multiplayer de até quatro jogadores. Você pode usar apenas um controle e jogar um por vez, ou então utilizar mais para a mecânica mais divertida do game: a interação por áudios.

O som de pássaros cantando, o belo zunido da bola rolando, seus amados personagens gritando pelo percurso. Cada partida é uma boa e tranquila rodada feliz de golfe, até começar a zombaria. "Hurry Up!", "Hmmmm" e outras opções são facilmente disponíveis para os demais jogadores executarem e então distrair os adversários. São necessários nervos de aço no multiplayer.
 
Com até três jogadores podendo pressionar os botões de insulto, pode ser bem mais difícil cronometrar suas tacadas, utilizar das mecânicas ou mesmo se concentrar. Tudo fica bem-humorado e divertido quando todos tentam provocar uns aos outros. Talvez, quem sabe de vez em quando, alguém até resolva dizer "Goodshot!", garantindo assim os efeitos sonoros mais engraçados para uma partida com os amigos.

Cadê o Reino do Cogumelo?

Para o hardware do Nintendo 64, os gráficos, bastante coloridos e cartunizados, cumpriam bem o seu papel. Os campos são renderizados sem problemas, com uma taxa de quadros constante, mesmo com alguns pequenos problemas como quando algumas fontes de luz ultrapassam os personagens poligonais e seus arredores. As transições de tela e animações de interface também são bastante únicas, em especial se comparado a outros games do mesmo período. A animação de personagens é muito fluida, e as várias poses quando completa um bogeying ou birdie são bastante engraçadas.

Um outro lado negativo do game é que ele se leva a sério por vezes demais, tentando se aproximar de um game sério de golfe ao invés de uma engraçada jogatina com os personagens meio patetas. 

Tirando do campo final, que tem buracos em forma de personagens da franquia Mario, todos os percursos são realmente bastante normais e não tem obstáculos especiais do universo Mario para se evitar, contendo apenas a skybox temática.


Nada disso tira o brilho desse game, no entanto, sendo aprovado pela crítica e pelo público em vários sites especializados e vendendo mais de 1.5 milhão de cartuchos, além dos seus relançamentos nos serviços do Virtual Console. O título deu a largada em uma série de games de esportes que o nosso encanador bigodudo iria se aventurar, servindo como uma ótima entrada nesse segmento.


E você? Já jogou Mario Golf (N64) ou algum outro da série? Tem alguma memória marcante do tempo gasto no multiplayer? Como conheceu este jogo? Conte para nós nos comentários!

Revisor: Icaro Sousa
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Curioso, empolgado e positivo: os ingredientes ideais para criar o Felipe perfeito...ou quase! Estudante de Engenharia no crachá, programador aos fins de semana e designer às quintas-feiras. Na dúvida, viajar pelos mundos de Kingdom Hearts ou caçar monstros em Hyrule são sem dúvidas uma boa aposta! Conheçam-me! @felipe_lemos12
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