O Atlas de Hyrule: Death Mountain ao longo dos anos

As dores e as belezas da Montanha da Morte de Hyrule.

em 14/03/2021

Depois de décadas morando na mesma localidade, é possível dizer que você conhece sua cidade como a palma de sua mão? Essa nossa série sobre Hyrule está esquadrinhando cada canto desse lugar fantástico, onde Link se aventura há 35 anos. E, ao nos acompanhar, talvez você descubra algumas informações que não sabia sobre os cenários de The Legend of Zelda.


Um dos locais que mais aparece nos jogos da franquia certamente é Death Mountain, uma montanha com um nome nada convidativo, mas com desafios geralmente inevitáveis. Para tornar o cenário ainda mais perigoso, na maioria das vezes o vulcão que a compõe está ativo. E, assim como em uma localidade real, com o passar dos anos a geografia da montanha e de seus arredores foi se modificando.

The Legend of Zelda (NES)

Já no primeiro título, Death Mountain aparece majestosa. Ocupando a região norte de Hyrule, a cordilheira é o lar de alguns dos inimigos mais fortes do game, como os Lynels, tidos como os guardiões da montanha. Além disso, ocasionalmente pedregulhos cairão das colinas, dificultando a subida. Seus riachos e lagoas também abrigam Zoras.

Em nossa primeira visita, Death Mountain tem duas passagens bem marcantes. A primeira é Lost Hills, um labirinto que se contrapõe àquele encontrado em Lost Woods. A segunda é a Spectacle Rock, que abriga o nível 9 e a localização de Ganon. Essa dungeon é a maior do jogo, formando um labirinto sob a própria montanha. É ali, em meio às poças de lava e aos inimigos, que a princesa Zelda está sendo mantida em cativeiro – até que Link a resgate.



The Adventure of Link (NES)

Em sua segunda aparição, Death Mountain está em um local diferente, agora ao sul de Western Hyrule. É uma área composta por muitos túneis, que por vezes levam a becos sem saída. Com pontes suspensas acima de poças de lava e perigosos inimigos como os Dairas, apenas alguns caminhos levam à região sul de Hyrule. Somente ali Link pode encontrar o Hammer escondido, em uma caverna abaixo da Spectacle Rock.

A Link to the Past (SNES)

De volta à região norte de Hyrule, aqui a montanha contém inúmeras cavernas e é habitada por Deadrocks, Keese e Mini-Moldorms. Uma novidade é que, além da Spectacle Rock, agora em seu topo encontra-se a Torre de Hera. Porém, Link não é capaz de escalar este pico sem viajar para o Dark World. Alcançar essa dungeon é importante para conquistar o último Pendant of Virtue. É aqui também que o herói encontra o Lost Old Man: salvá-lo permite iniciar o jogo em seu esconderijo na caverna da montanha. No decorrer da jornada, ele é capaz de obter o Ether Medallion e ganhar acesso à loja da Death Mountain.

Se no Light World o topo é ocupado pela Spectacle Rock e a Torre de Hera, o Dark World apresenta em seu lugar a Turtle Rock e a Torre de Ganon. Esta contraparte sombria está em plena atividade vulcânica, com rochas gotejando magma. Guardada por Lynels, esta área possui cavernas que escondem a Cane of Byrna.

Ocarina of Time (N64)

Em um dos games mais celebrados da franquia, a montanha não poderia ficar de fora. Contudo, a situação aqui não poderia ser mais distinta. Alcançada somente por um portão em Kakariko Village, a Death Mountain é o lar dos Gorons, uma raça pacífica que come pedras e é excepcionalmente boa em forjar lâminas. Se nas outras encarnações eram os perigos que impediam Link de tentar subir a montanha, aqui a única exigência é ter a permissão do rei para passar.

Seus moradores dizem que esses tempos pacíficos se refletem no céu: se as nuvens parecem normais, então a Death Mountain está em paz. Sinal de que Volvagia, o antigo dragão que vivia em suas profundezas e era essencialmente o espírito da montanha, está calmo. Isso, claro, até Ganondorf reviver o dragão para proteger o Templo do Fogo e obrigar Link a enfrentá-lo.



Four Swords (GBA/DS) e Four Swords Adventures (GC)

Na aventura portátil, Death Mountain aparece como um dos quatro estágios iniciais. O chefe aqui é um monstro de fogo chamado Gouen, e derrotá-lo concede acesso a uma chave da Great Fairy. A chave a ser recebida, porém, depende de quantos rupees foram coletados.

Já na aventura do GameCube, Death Mountain aparece como o terceiro nível do jogo e está dividida em três fases: Death Mountain Foothills (local de uma casa móvel), The Mountain Path (que tem parte do seu terreno bloqueado por chamas criadas pelo Shadow Link) e Tower of Flames (dungeon em que Shadow Link e um Ball and Chain Soldier mantém a donzela do Green Shrine como refém).



Twilight Princess (GC/Wii)

Assim como nos tempos pacíficos de Ocarina of Time, aqui o local também é lar dos Goron. Ferreiros altamente qualificados, eles ergueram estruturas de metal que fornecem acesso a áreas que, de outra forma, seriam inacessíveis. A tribo também possui uma mina no interior vulcânico da montanha, de onde extraem materiais. Devido à esta natureza vulcânica, Death Mountain também possui gêiseres e fontes termais ricas em minerais.

Protegendo seu lar, os Goron seguem a ordem do ancião da tribo, chamado Gor Coron. Por isso, atacam Link e o derrubam quando ele tenta escalar a Montanha da Morte. Para subir com sucesso, o valente guerreiro deve usar as Iron Boots; só assim para resistir aos ataques de rolagem dos membros da tribo. Depois de escapar com sucesso dos Goron e usá-los para se lançar mais alto na montanha, Link finalmente chega na casa deles. Gor Coron, porém, informa que não permitirá que o guerreiro passe para entrar nas Minas Goron, pois são sagradas para a tribo. O único meio de passar é derrotando o Ancião em uma partida de sumô. Vencer significa não só ter acesso às Minas e obter a segunda Fused Shadow, mas também obter o respeito dos Goron.



A Link Between Worlds (3DS)

Nesta nova iteração, Death Mountain apresenta plena atividade vulcânica, fazendo com que pedras caiam nas áreas mais baixas da montanha. Spectacle Rock desta vez está perto da Torre de Hera, não sendo mais necessário passar pelo Dark World para chegar ao local. O sistema de cavernas no lado leste é complexo, contendo várias plataformas móveis para que Link encontre as saídas.

Uma destas saídas leva à Mina de Rosso, que contém um portal para Lorule. Esta nova localidade possui sua própria versão da Death Mountain, que não é um vulcão ativo; pelo contrário, está coberta de neve e os inimigos possuem poderes de gelo. Seu sistema de cavernas possui um quebra-cabeça semelhante ao da versão de Hyrule. Além disso, aqui a montanha encontra-se dividida em duas grandes áreas: uma com a Torre Traiçoeira e a outra com as Ruínas de Gelo.





Breath of the Wild (Wii U/Switch)

Em sua aparição mais recente, Death Mountain é uma enorme formação vulcânica a leste de Eldin. É cercada por um grande fosso de lava conhecido como Caldeira da Morte, que flui como rios para outras partes de Eldin e forma pequenos corpos de lava. O único meio de cruzar o fosso e chegar ao lugar é pela Ponte de Eldin.

Devido à temperatura, muito mais alta do que na vizinhança, Link precisa de dois níveis de Flame Guard para que suas roupas e equipamentos não entrem em combustão. É possível adquirir proteção suficiente usando pelo menos duas peças de Flamebreaker Armor ou então vestindo uma peça e usando um Fireproof Elixir.

Aumentando ainda mais as altas temperaturas, os passos da Divine Beast Vah Rudania contribuem para as erupções vulcânicas. Um Goron chamado Bludo, com a ajuda de Yunobo, usa canhões para tentar afastar Vah Rudania, mas ele sempre retorna. Bludo também levantou a Ponte de Eldin, para evitar que a Divine Beast cruzasse para a cidade. Isso tornou a Death Mountain inacessível, obrigando Link a derrotar Ganon Fireblight e libertar Vah Rudania.





Sem esquecer das origens

A música ouvida em Death Mountain durante a jogatina em Breath of the Wild tem a mesma melodia da música que toca no nível 9 do primeiro The Legend of Zelda, onde a montanha apareceu originalmente. É uma singela referência e o fechamento de um ciclo de mais de três décadas.
E então, conhecia tão bem este lugar icônico de Hyrule? Sabia de todos esses detalhes? Esquecemos de algum? Conte para a gente nos comentários. E não deixe de conferir outras matérias sensacionais sobre The Legend of Zelda, como a história por trás da franquia e algumas das pessoas que ajudaram a construir o legado de Link e Zelda nestes 35 anos.

O Atlas de Hyrule

Revisão: José Carlos Alves
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Nascido no mesmo dia que Manoel Bandeira (mas com alguns anos de distância), perdido em Angra dos Reis (dos pobres e dos bobos da corte também), sob a influência da MPB, do rock e de coisas esquisitas como a Björk. Professor de história, acostumado a estar à margem de tudo e de todos por ser fora de moda. Gamer velho de guerra, comecei no Atari e até hoje não largo os mascotes - antes rivais - Mario e Sonic.
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