Análise: Loot Hero DX (Switch) simplifica demais a jornada de um herói

Combater monstros gigantes e as suas hordas de minions nunca foi tão simples — e repetitivo.

em 31/03/2021

















Na complexa rede de jogos indies que cada vez mais tomam conta da eShop do híbrido da Nintendo, Loot Hero DX (Switch) não deixa de cumprir sua lição de casa em ser apenas mais um entre as dezenas de opções disponíveis. Aos moldes de endless runners famosos como Zombie Tsunami (Mobile), o game se diferencia por trazer cada aventura de seu implacável herói restrita a uma área temática do seu mundo, mesmo que esse roteiro se repita por pelo menos mais 100 vezes.  

Uma aventura infinita

Em poucas palavras, Loot Hero DX tem uma simples proposta: perfurar através de hordas de monstros até chegar ao fim do nível, no estilo de um cavaleiro medieval em competições de lanças ou justas. Essa é praticamente a essência geral de funcionamento do game, em que jogamos como um lanceiro veloz que perfura os inimigos como se não houvesse amanhã.

Embora fácil de jogar e de entender, Loot Hero DX pode parecer incrivelmente sem conteúdo para a maioria das pessoas. No entanto, uma vez que você mata o dragão lendário maligno pela primeira vez, o jogo lentamente atrai ainda mais sua atenção, levando você a uma diversão sem sentido, desafiante e que distrai sem maiores problemas.

No game, você joga como um cavaleiro que tem a tarefa de derrubar um maligno dragão que há muito tempo assola todo o reino.  Entre você e a besta alada, há oito outros chefes para se derrotar. O jogo acontece em estágios 2D e você tem que matar todos os inimigos que aparecerem na sua frente. Bastante simples.  

Porém, ao iniciar o jogo, nosso primeiro instinto certamente será pressionar os botões procurando alguma ação de ataque ou talvez alguma maneira para pular, mas não, esses botões não são usados na jogabilidade, tampouco os botões de ombros e os gatilhos. Em vez disso, se você quiser atacar alguém, você simplesmente corre na direção deles com o analógico esquerdo e o dano será contabilizado no momento do contato. Só isso mesmo.

Mas não se engane; eventualmente, os inimigos que você encontrar serão fortes demais e não será possível apenas espetá-los; é então que entra em cena o nada complexo sistema de upgrades. O jogador pode gastar o ouro — ou melhor,  o loot — obtido ao derrotar os inimigos para aumentar algum atributo do personagem, melhorando assim suas chances de perfurar os monstros.
Os atributos começam com valores baixos, mas vão subindo a cada novo upgrade.


















Dessa forma, cada nível tem seis lojas nas quais você pode parar e em todas elas será possível promover upgrades no atributo desejado — Ataque, Crítico, Defesa e/ou Velocidade — A diferença é basicamente instantânea, principalmente para aumentos em Ataque e Defesa, que já serão o suficiente para finalizar o nível sem problemas. Ao encontrar mais dificuldade em uma fase mais à frente, gaste tudo que você ganhou até esse ponto e continue, sempre assim.

Assim, o único ponto real de resistência, caso você não pule nenhum nível, geralmente é o dragão no nono nível, o final de cada sequência. Para vencê-lo, talvez seja necessário "espetá-lo" por alguns segundos a mais. Todos os inimigos renascem caso você ultrapasse o limite da tela; porém, se você chegar a morrer, basta pressionar A para reviver e depois correr para a esquerda e para a direita pelo nível até que você possa pagar um par de atualizações. Aumente o atributo desejado, ganhe o nível e vá novamente — sempre o mesmo roteiro.

Minas e dragões — você já ouviu essa história

Cada vez que derrota o dragão, você libera um mineiro — de mineração mesmo — que, enquanto você está desbravando os níveis do game, estará conseguindo mais ouro para auxiliar nos upgrades seguintes. Deste modo, quanto mais vezes derrotar o dragão, mais mineiros você terá e assim mais rápido conseguirá o máximo de moedas (99999). O interessante é que essa mecânica de tempo de mineração aparentemente se baseia no relógio do Switch; assim, mesmo fora do game ele continuará minerando por mais ouro.


Os gráficos são todos baseados em pixel art, se ajustando ao cenário do terreno da fase em si. A trilha sonora também define o tom da ambientação, e é provavelmente o melhor aspecto do game, mas nunca é possível realmente desfrutá-la, já que você não fica em um nível por tempo o suficiente para realmente escutá-la.

Além disso, há também a possibilidade de verificar quantas vezes você eliminou cada tipo de inimigo disponível no jogo pelo Bestiário, e uma lista de conquistas na aba "Feats", na qual apenas a última, de chegar até o nível 100, apresenta de fato algum grau de dificuldade.

O resumo da obra é que Loot Hero DX (Switch) é um jogo bacana caso você não tenha nada para jogar e esteja apenas entediado. É um título que traz uma sensação de inutilidade, como se tudo o que você estiver fazendo fosse bastante sem sentido, e ele não promove maiores incentivos para voltar a apunhalar os inimigos com a lança.

Prós

  • O replay do game é basicamente infinito;
  • Controles e mecânica totalmente intuitivos;
  • Trilha sonora muito boa, que ajuda a imergir na aventura.

Contras

  • O jogo é basicamente a repetição das mesmas exatas mecânicas durante toda a jogatina;
  • Falta de uma história que melhor justifique a necessidade de se rejogar tudo a todo momento;
  • Ausência de mais opções para mudar a repetitiva mecânica do game.
Loot Hero DX — Switch/PS4/XBO — Nota: 6.0
Versão utilizada para análise: Switch

Revisão: Davi Sousa
Análise produzida com cópia digital cedida pela Ratalaika Games


Curioso, empolgado e positivo: os ingredientes ideais para criar o Felipe perfeito...ou quase! Estudante de Engenharia no crachá, programador aos fins de semana e designer às quintas-feiras. Na dúvida, viajar pelos mundos de Kingdom Hearts ou caçar monstros em Hyrule são sem dúvidas uma boa aposta! Conheçam-me! @felipe_lemos12
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