Faz 35 anos desde que o primeiro game da franquia The Legend of Zelda chegou aos consoles. O primeiro jogo foi lançado em 21 de fevereiro de 1986 para o Famicom, ou, como conhecemos por aqui, o NES/Nintendinho. Desde então, jogadores foram desafiados a salvar Hyrule em jornadas que passaram pelo ar, pelo mar, por portais interdimensionais e até pelas paredes.
Mais do que apenas uma jogatina, Zelda é uma experiência repleta de memórias afetivas e que marcam a trajetória gamer de quem se aventura pelas terras de Hyrule. Celebrando essa jornada, parte da nossa equipe se juntou para contar um pouco sobre suas experiências com a franquia e como ela os marcou de alguma forma.
Marcelo Delgado
Lembro-me do primeiro game Zelda que joguei. Foi no Super Nintendo, jogando A Link to the Past (SNES). E que maravilhoso começar por um dos melhores jogos da franquia! Joguei esse jogo com meu irmão durante tanto tempo... até o serviço da Power Line da Nintendo no Brasil na época testei por causa desse jogo. E definiu um gosto pessoal de jogos que amo até hoje jogar, que é o RPG.
E a minha evolução nos games acompanhou a evolução da franquia Zelda. Jogar Ocarina of Time (N64) e Majora's Mask (N64) num mundo 3D totalmente inovador foi espetacular! Daí veio Wind Waker (GC) e Twilight Princess (GC/Wii), com as inovações que foram de cair o queixo. E, quando penso que não podia melhorar, veio Skyward Sword (Wii) e sua história de origem, dando mais sentido à linha do tempo da franquia, respondendo questões (e colocando novas dúvidas) que nós sempre tínhamos na cabeça.
Mas o mais maravilhoso de tudo isso foi poder compartilhar esses momentos com meu irmão. Jogamos juntos a maioria dos jogos, nos divertimos e nos emocionamos com a jornada de Link. Isso é o que eu mais guardo de precioso da franquia Zelda!
Vítor M. Costa
Minha primeira experiência remonta ao meu primeiro console (SNES), e refiro-me a A Link to the Past, cujos gráficos e mecânicas mostraram-me, por excelência, o que era possível se fazer em um mundo 2D. Muitos anos depois, joguei no Virtual Console do 3DS os títulos de GB e GBA; um (ou dois) desses tornando-se meu favorito em 2D, Oracle of Seasons/Ages. Também experimentei o criativo Phantom Hourglass de DS e, ao comprar uma edição especial do 3DS, minha primeira experiência nesse portátil foi o excelente A Link Between Worlds.
Todos esses títulos aumentaram meu nível de exigência para integração hardware-software nos games. Em seguida, joguei pela primeira vez os clássicos (em remake) Ocarina of Time e Majora's Mask, que me impressionaram não só pela inovação em seu tempo, mas por se manterem muito funcionais, e esse último (Majora's Mask) tornou-se meu favorito da série por, entre outras coisas, ter-me feito um gamer mais exigente para a reinvenção de design e mecânica dos jogos em uma franquia.
Por fim, pude jogar no Switch os clássicos do NES, notando o quão influentes foram em action-adventures e action RPGs, e também o melhor título da década passada, Breath of the Wild (Wii U/Switch), que abriu muito minha mente para novas possibilidades de exploração e liberdade narrativa em mundo aberto.
Lucas Dacanal
Minha primeira experiência com Zelda foi no N64. Antes de Ocarina of Time eu nunca tinha ouvido falar da franquia, era tudo muito novo para mim. Encarei o jogo com muita curiosidade e vontade de desvendar aquele mundo tão interessante. Lembro que aluguei o jogo várias vezes para jogar com meus amigos em casa. Passamos horas desbravando as dungeons e tentando solucionar todos os desafios que o jogo nos apresentava.
Depois desse primeiro contato, Zelda se tornou uma das minhas franquias favoritas. A história me encantou de uma forma como nenhum outro jogo tinha conseguido. Também foi Zelda que me fez procurar novos tipos de jogos de aventura e RPG, expandindo minha mente para esses estilos que antes eu não jogava tanto.
Mas acho que a paixão veio mesmo com Skyward Sword no Wii. Tudo no jogo enchia os meus olhos. A direção de arte, a história de origem, a trilha sonora e até mesmo a forma única de combate que deixava os braços bem doloridos depois de horas jogando. Enquanto eu não vi o final do jogo, eu não parei, e ele se tornou um dos meus favoritos da série, ao lado de Twilight Princess, Ocarina of Time e Breath of the Wild.
Zelda é especial para mim porque se tornou um destino que me faz ter vontade de retornar sempre e, como cada jogo é único, permanece aquela sensação de entrar em Hyrule pela primeira vez.
Icaro Sousa
Minha primeira experiência com a franquia foi na época do saudoso Nintendo 64. Nunca tinha ouvido falar de outra aventura de Link, e lembro que foi amor à primeira vista. Tudo naquele jogo era - e ainda é - perfeito: os gráficos, a ambientação, o desafio, a trilha sonora, a história. Horas e horas passadas até alcançar os 100%, e percebi que precisava de mais.
Fui atrás de outros jogos através de emuladores, precisava ter experiências ao menos parecidas. Hoje, 30 anos depois e quase todos os Zeldas terminados, seguimos sedentos pela continuação de Breath of The Wild. Zelda é assim: cada game consegue mesclar perfeitamente nostalgia e inovações, o velho e o novo, sendo mais do que uma franquia, mas um estilo de game. E a fórmula funciona tanto que outros games se inspiram no "estilo Zelda".
Beto Ferreira
Primeiro eu tive uma "não-experiência" com Zelda. Explico: apesar de ser da velha guarda, só fui jogar realmente um jogo da série no Switch! Primeiro houve o desconhecimento total. Tanto no NES, quanto no SNES, as aventuras de Link me escaparam, apesar de ter jogado muita coisa desses consoles.
Depois veio a barreira. Junto com os gráficos poligonais do N64 eu descobri a cinetose, o que limitava muito minha jogatina. Ocarina of Time entrou na minha vida como algo que eu só podia ter pouco contato por vez, o que fez com que eu não embarcasse naquele clima e nem naquela história, e acabei abandonando.
O único jogo de GameCube que joguei foi Super Mario Sunshine (GC) e voltei aos games com o Wii. Já sabia então lidar um pouco melhor com a cinetose, mas na memória ficou a má primeira impressão que tive com Ocarina. Assim, Zelda se tornou uma franquia da qual eu fugia, pois achava que não era para mim.
Até que veio o grande salto. Quando fui comprar meu Switch em 2019, Breath of the Wild já era um clássico instantâneo e obrigatório. Decidi dar um salto de fé e foi simplesmente impossível me afastar desse jogo por meses: Hyrule havia entrado no meu mapa como um destino recorrente.
Daniel Morbi
A primeira vez que tive contato com a série Zelda foi na casa de um amigo. Depois da escola, ia à casa dele para brincar e invejar sua coleção de jogos. Um dia, ligou seu Nintendo 64 e começou a jogar Ocarina of Time. Enquanto eu o assistia, lembro-me de sua mãe falando para ele me deixar jogar também. Mas eu não me importava em ser espectador na aventura. Como eu estava acostumado com jogos 2D mais simples, especialmente no Game Boy, ver aquele mundo vasto, cheio de segredos e perigos para encarar, abriu meu horizonte para novos tipos de jogos.
Demorei para ter meu primeiro console de mesa. Quando meu pai adquiriu um GameCube para mim, sabia que um dos jogos que precisava ter era The Wind Waker. Num momento de sorte, a loja que importou o disco me perguntou se eu também queria o lançamento especial de Ocarina of Time Master Quest. Ter dito sim foi uma das escolhas mais acertadas que fiz e, hoje, o game é um dos títulos mais especiais na minha coleção. Poder experimentar o jogo anos depois assim como eu o lembrava na casa de meu amigo foi muito especial para mim.
Zerei ambos. Pensei muitas vezes em desistir, já que eles eram muito mais complexos que meus games 2D. Mas terminá-los me deu uma sensação de grandiosidade, como se eu fosse o herói. Acho que é esse sentimento que faz Zelda ser diferente por 35 anos.
A próxima jornada
Não há como negar a importância de Zelda e seu impacto no mundo dos games. Alguns jogos da franquia foram grandes influenciadores para o desenvolvimento de novos jogos e redefiniram a forma de narrar uma história em um game. O que nos resta agora é aguardar a próxima jornada e esperar que ela seja tão boa e única quanto as anteriores.
E você, como foi a sua jornada com The Legend of Zelda?
Revisão: Vladimir Machado