Não é exagero falar que, de 1996 para cá, a saga Pokémon conquistou praticamente de tudo, contando com jogos consagrados, séries televisivas, filmes de renome e muitos outros tipos de atrações, sendo referência no mercado de entretenimento em todos os cantos do globo. Dessa forma, a franquia, que celebra seus 25 anos de vida neste sábado, 27 de fevereiro, angariou muitos fãs e seguidores que evoluíram juntamente à ela e seus monstrinhos, criando laços tão fortes quanto os que Ash cultiva com Pikachu no anime da série.
Para conhecer melhor essa paixão, entraremos em um itinerário relembrando os momentos mais importantes de Pokémon, passando, ano após ano, por conceitos que não só nos cativaram, como também foram responsáveis por inovar setores em toda a cultura pop. Como a lista geral é grande, tentaremos pegar o que houve de mais importante entre todas as gerações – rumando de Kanto à Galar na companhia dos queridos monstrinhos, estejam eles acomodados em nossos bolsos ou em suas imponentes versões Gigantamax. Prontos?
1996
O começo de tudo se deu em 27 de fevereiro de 1996, quando os jogos Pokémon Red e Green foram lançados no Japão. A premissa consistia em uma aventura pelas terras de Kanto, lar de 151 monstrinhos que, quando capturados, tornavam-se nossos companheiros em batalhas emocionantes. Tudo tinha um grande objetivo: ser um treinador vencedor, capaz de derrotar os oito líderes de ginásio da região e a Elite dos 4, o último dos desafios para os aspirantes ao título de mestre Pokémon no jogo com estilo RPG.
Ao lado dessa progressão havia outra grande atração, que era justamente colecionar todos os monstrinhos disponíveis. Além de estarem espalhados por toda Kanto, eles também variavam entre as duas edições; Growlithe, por exemplo, só poderia ser encontrado na versão vermelha, enquanto Sandshrew só era encontrado na verde. Assim, para completar a Pokédex, os jogadores deveriam trocá-los com o uso do cabo Game Link, que conectava mais de um Game Boy e permitia interações multiplayer – um recurso que se popularizou no portátil.
Os jogos foram concebidos por Satoshi Tajiri, que já planejava o conceito anos antes de formar a Game Freak em 1990. De acordo com ele, até mesmo suas memórias de infância, de quando caçava insetos, girinos e outros animaizinhos, foram fundamentais para a criação da série, fazendo-o querer trazer ao mundo suas próprias criaturas, que também poderiam ser colecionadas e se tornariam muito famosas em vários outros segmentos, como nos jogos de cartas, com Pokémon Trading Card Game lançado ainda em 1996 no Japão.
Não é preciso dizer que a série foi um sucesso instantâneo, provando que os monstrinhos iriam muito além das fronteiras nos próximos anos. Dessa forma, Pokémon Red e Green chegariam na América do Norte dois anos depois, mas com algumas pequenas mudança cosmética: os norte-americanos que, naquele 28 de setembro de 1998 corressem para as lojas de videogames, encontrariam nas prateleiras Pokémon Red e Blue. Eram uma revisão dos jogos originais, mudando, além do nome, alguns gráficos, como elementos no cenário e os sprites dos monstrinhos, e outros detalhes, como novas descrições na PokéDex. Todavia, o fascínio era o mesmo.
1997
Embora não tenha sido um ano com novidades no mundo dos jogos, Pokémon ganhou uma de suas interfaces mais famosas em 1997. Era 1º de abril quando o episódio “Pokémon, Eu Escolho Você” foi exibido pela primeira vez na televisão japonesa, dando início ao anime da série. Ele contava a história de Ash Ketchum, um garoto da cidade de Pallet que iniciava, aos dez anos de idade, sua jornada para ser um mestre. Ao seu lado, estava ninguém menos que Pikachu, futuro ícone-mor da franquia que, no começo, não gostava tanto assim de Ash.
Foi nesse mercado audiovisual que Pokémon também conquistou muito de sua fama, recebendo inúmeras temporadas e filmes – como “Pokémon, O Filme: Mewtwo Contra-Ataca”, lançado no ano seguinte. Mas, seria ainda em 1997 que a série também ganharia sua primeira publicação em mangá, com “Pokémon Adventures”, sendo outra mídia encontrada pela franquia para expandir suas virtudes.
1999
Além de ser um ano com uma alta produção de jogos spin-off, como Pokémon Pinball (GBC), Pokémon Snap (N64) e Pokémon Stadium (N64), 1999 se tornou especial por ser o início da segunda geração, com o lançamento de Pokémon Gold e Silver, para o Game Boy Color, em 21 de novembro.
A aventura se passava na região de Johto, que contava com 100 espécies novas de monstrinhos e muitos outros desafios. Tínhamos, também, algumas mudanças e adições, como um sistema de relógio interno, capaz de alternar entre dia e noite, criando uma progressão de tempo que afetava diretamente no gameplay. Da mesma forma, novos itens, estilos de Poké Bolas e os tipos Aço e Sombrio dos monstrinhos ajudariam a incrementar as batalhas e o encontro com outras mecânicas.
Todavia, deve-se ressaltar que algo fundamental não mudou, além do desejo de completar a PokéDex e se tornar um mestre Pokémon. Foi o padrão de qualidade da jogatina, que se manteve o mesmo, ou, quem sabe, até melhor do que o apresentado em Pokémon Red e Green, três anos atrás. Foi, realmente, uma geração de ouro e prata, que receberia, em 2000, uma outra edição chamada Pokémon Crystal – que tinha uma narrativa também ambientada em Johto, mas funcionando como uma continuação da história com alguns upgrades no gameplay e na disponibilização de monstrinhos.
2002
Em 21 de novembro de 2002, exatamente três anos após o lançamento de Pokémon Gold e Silver, a franquia dos monstrinhos partiu para a sua terceira geração, com Pokémon Ruby e Sapphire. A primeira aventura no Game Boy Advance trazia 135 monstrinhos novos, que podiam ser encontrados pelas terras e muitas águas de Hoenn. Nas batalhas, destaque para a introdução das lutas em dupla e a chegada das Habilidades e Naturezas, que incrementaram os desafios e os modos de se escolher e treinar monstrinhos.
Com mais de 16 milhões de unidades vendidas, foi outro sucesso comercial para a saga, figurando como o jogo mais vendido do Game Boy Advance – um dos portáteis mais célebres de toda a história.
2004
29 de janeiro de 2004 não foi, necessariamente, uma data voltada para grandes inovações dentro da franquia, mas sim para renovar as entradas antigas com o lançamento de Pokémon Fire Red e Leaf Green, os primeiros remakes da série. Agora com visuais dignos do Game Boy Advance e mecânicas atualizadas de acordo com a geração vigente, Kanto poderia ser vivenciada em toda sua glória, tanto por quem se aventurou na região anteriormente quanto por quem estava por conhecê-la.
Além de ser o segundo jogo mais vendido da história do portátil, deu-se início a uma nova tradição na série, que era justamente poder reviver jogos antigos em remodelações empolgantes, conectando futuro e passado. Nesse estilo, também teríamos posteriormente: Pokémon HeartGold e SoulSilver (DS), Pokémon Omega Ruby e Alpha Sapphire (3DS) e Pokémon Let's Go! Eevee e Let’s Go! Pikachu (Switch).
2006
Com o lema “console novo, geração nova”, a franquia estreou no Nintendo DS com Pokémon Diamond e Pearl em 28 de setembro de 2006. Apesar de toda magnificência de Sinnoh e as 107 adições de peso ao rol de monstrinhos, com ícones como Arceus, Giratina e Garchomp, boa parte das atenções se voltavam para outra estreia: a conexão de internet via Nintendo Wi-Fi Connection. Com ela passamos a poder batalhar e realizar trocas à distância, o que facilitava muito a vida dos treinadores.
No mesmo ano, esse mesmo sistema também pôde ser encontrado em outro lançamento da franquia: Pokémon Battle Revolution, um spin-off para o Nintendo Wii. Seguia muito o estilo de Pokémon Stadium (N64), também focado no cenário das batalhas, mas, agora, com os monstrinhos das quatro gerações.
2010
Os tempos de glória no DS, felizmente, continuaram. Dessa vez com Pokémon Black e White, lançados em 18 de setembro no Japão. Com eles vieram também gráficos refinados, sprites que se moviam, batalhas triplas e de rotação, estações do ano e, claro, novos monstrinhos – dessa vez, impressionantes 156 Pokémon, batendo o número da primeira geração.
As aventuras pela região de Unova foram tão divertidas que, em 2013, uma sequência "diferente" foi lançada também para o Nintendo DS: Pokémon Black 2 e White 2. Foi a primeira vez que a continuação da aventura em uma região foi dividida também em dois jogos.
2013
A estreia no Nintendo 3DS tinha o grande dever de apresentar ambientes, modelos, personagens e sprites devidamente tridimensionais, certo? Pois foi assim que surgiu a sexta geração, com Pokémon X e Y, contando com todos os artefatos mencionados e sendo a primeira duplinha a ser lançada simultaneamente em todo o mundo, em 12 de outubro de 2013.
Como de praxe, trouxeram uma enxurrada de novidades para a saga, como o tipo Fada e o acompanhamento do Pokémon Bank, um serviço pago que nos permitia armazenar monstrinhos em um sistema de nuvem. Mas, certamente, o destaque ficou para as Mega Evoluções, em que determinados Pokémon incorporaram novas modelagens e poderes durante as batalhas com o uso de pedras combinadas com a Keystone. A nova mecânica causou uma efervescência no cenário competitivo, principalmente se tratando das batalhas online, que foram aprimoradas.
Mas, em se tratando dos mundos da saga, Kalos certamente foi uma das regiões mais charmosas, sendo inspirada na França – tendo a cidade de Lumiose e a Prism Tower como correspondentes à Paris e à Torre Eiffel. Além dessa elegância francesa e das Mega Evoluções, 72 novas espécies foram adicionadas na PokéDex, estrelando monstrinhos badalados como Greninja, Talonflame, Aegislash, Noivern e os lendários Xerneas e Yvetal, astros das capas dos títulos.
2016
Com a jornada se passando no arquipélago de Alola, Pokémon Sun e Moon trouxeram ares tropicais inspirados nas ilhas do Havaí para o Nintendo 3DS. A sétima geração da franquia foi lançada em 18 de novembro de 2016, contando com 81 adições de monstrinhos, os poderosos Z-Moves e as novas formas regionais de Alola – variações de monstrinhos já conhecidos, como Marowak e Raichu, que mudavam até de tipagem. Essa mesma geração também receberia, no ano seguinte, suas continuações: Pokémon Ultra Sun e Ultra Moon, também para o 3DS.
Além disso, o ano de 2016 também entraria para a história com a chegada de Pokémon GO, disponibilizado para dispositivos iOS e Android. O jogo, que é gratuito, foi lançado em 6 de julho, inovou ao usar o sistema de GPS dos celulares e também a tecnologia de realidade aumentada, praticamente trazendo os monstrinhos à vida real. Se popularizou rapidamente, introduzindo aos poucos novas gerações e se renovando com atualizações e eventos constantes.
2019
Com o Nintendo Switch já em cena, tendo inclusive recebido os remakes Pokémon Let’s Go Eevee e Let’s Go Pikachu, em 2018, o caminho estava aberto para a chegada iminente da oitava geração. Afortunadamente, ela veio de maneira majestosa com Pokémon Sword e Shield, na região de Galar, de estilo britânico.
Entre as adições projetadas, algumas das preferidas dos treinadores foram as batalhas em Raids, similares às vistas em Pokémon GO, e o sistema Dynamax e Gigantamax, que incrementaram as batalhas entre treinadores ao permitir que um monstrinho pudesse se agigantar e ganhar novos poderes. Porém, para ser honesto, deixei o acréscimo mais empolgante para o final: a Wild Area, uma região em mundo aberto onde podemos encontrar uma variedade imensa de monstrinhos, com clima variado e com ambientes para serem explorados.
2020
Com muita personalidade, Pokémon Sword e Shield já figuram, conjuntamente, entre os três jogos mais vendidos da série – atrás apenas das duas primeiras gerações. Além do mais, também representaram um marco para a série ao introduzirem o primeiro pacote de expansão da franquia, lançado em 2020, com os DLCs Isle of Armor e Crown Tundra, que nos permitiram imaginar um futuro de múltiplas possibilidades para o universo Pokémon – francamente, o que mais queremos.
2021 e além
Como se estivéssemos diante de uma PokéDex recheada de surpresas, esperamos ansiosamente pelos próximos acontecimentos de Pokémon, que assim como os seus monstrinhos, ainda nos reservam muitas evoluções. Entretanto, enquanto o amanhã não chega, nada mais justo que relembrar os passos dados até agora pelas mais diversas regiões deste universo, que a cada ano ultrapassa fronteiras e descobre novos mundos.
Foram abertas as celebrações dos 25 anos de Pokémon no Nintendo Blast. Portanto, fiquem ligados, pois, ao longo da semana, teremos matérias especiais sobre as aventuras dos monstrinhos de bolso – que, por mais portáteis que pareçam ser, a cada ano se tornam ainda mais gigantes em nossas vidas.
Revisão: José Carlos Alves
Fontes: Bulbapedia e Serebii