Pokémon — Indícios do remake da quarta geração dos monstrinhos de bolso

Buscamos pistas no universo Pokémon que podem apontar para uma releitura das versões Diamond/Pearl.

em 10/01/2021

A franquia Pokémon possui diversos padrões de comportamento e que, ao longo dos seus 25 anos de existência, tornaram-se uma de suas muitas marcas registradas. A desenvolvedora dos jogos, Game Freak, sempre apresenta em suas produções algumas características das próximas gerações e, normalmente, essas pistas não possuem relação com a geração atual, ou seja, ficamos meio que “no escuro” quanto a algumas sentenças.

O caso mais recente foi em Ultra Sun/Ultra Moon, que apresenta uma frase peculiar da região de Galar, evidenciando que uma determinada localidade de Alola possui uma energia vibrante, parecendo um Power Spot. Hoje, sabemos que essa característica é o que permite os Pokémon passarem pelo processo de Dynamax.

Agora, e quanto aos remakes? Será que a Game Freak também faz referências aos jogos que está refazendo? A resposta é… sim, esse elemento integra também as versões que são relançadas após um certo período de tempo. É natural que os fãs de Pokémon estejam torcendo muito para que o remake da quarta geração seja lançado.

E não é que algumas particularidades das versões Sword/Shield e/ou do universo que engloba os monstrinhos de bolso indicam que teremos o tão aguardado remake de Diamond/Pearl? Ficou curioso? Então ligue seu Nintendo DS e acompanhe com a gente alguns indícios sobre o tema. Boa leitura!

Um, dois, três e estátua!

Uma das brincadeiras de criança mais famosas serve de inspiração para a primeira pista sobre o remake. E o melhor, é um detalhe que não faz diferença na história de Sword/Shield. No quarto de Hop, nosso rival, há uma estátua do Pokémon conhecido como Croagunk, um sapo venenoso de Sinnoh.


Até aqui tudo bem, se não fosse por uma coisa: esse Pokémon em sua região possui um certo destaque, especialmente na cidade de Pastoria, local do quinto ginásio. Próximo ao Centro Pokémon, há uma moldura em formato de um Croagunk, e após posarmos para uma foto um Croagunk passa rapidamente ao lado, uma das cenas mais cômicas de toda a franquia.

Outro ponto curioso sobre esse Pokémon é no balcão do Mart em Pastoria, onde há uma escultura de madeira do Croagunk, exatamente como vemos no quarto de Hop, ou seja, uma referência clara à região de Sinnoh. Ainda, um dos comandantes do Team Galactic, Saturn, utiliza um Toxicroak, que é a evolução do estraga prazeres de Brock.

Mostarda e Mel

Essa combinação provou-se ser uma das melhores opções para aqueles que gostam da culinária gourmet e certamente foi a referência utilizada nessa pista. Dono do dojo na Isle of Armor e ex-campeão de Galar, Mustard era o mentor de Leon, até então campeão. Na Isle of Armor, recebemos um Kubfu para treinar e escolher uma dentre duas torres, cada uma com um estilo diferente de luta.

Assim que evoluímos nosso ursinho para Urshifu e terminamos a história do primeiro DLC, um segundo arco se desenvolve e relaciona o fenômeno Gigantamax com o urso lutador. É sabido que todos os Pokémon (com exceção de Zacian e Zamazenta) podem passar pelo processo de Dynamax e que alguns poucos vão além, se tornando Gigantamax, caso do Urshifu. Para que isso seja possível, o Pokémon precisa tomar uma sopa especial de cogumelos, habilitando a transformação.


O problema todo é que o Urshifu não gosta dessa sopa e para que ele tome, há um ingrediente especial, Max Honey, que precisamos coletar a fim de que o ursão saboreie essa iguaria. Tradicionalmente, os ursos são conhecidos por adorarem o mel produzido pelas abelhas e adivinhe qual Pokémon, em toda Galar, é responsável por produzir essa substância? Seu nome é Vespiquen e olha a coincidência: a abelha rainha é um Pokémon da região de Sinnoh!

Ainda, as árvores de mel são uma das características introduzidas em Diamond/Pearl e eram peça chave para encontrarmos o comilão Munchlax, embora fosse muito difícil encontrá-lo, pois ele aparecia em apenas quatro árvores escolhidas aleatoriamente a cada começo de jogo. Para sacramentar essa evidência, o Urshifu é baseado no urso negro asiático, encontrado em Honshu, localizado no sul da ilha de Hokaido no Japão, a base da região de Sinnoh.

Honey Tree em Diamond/Pearl

Conflito entre o passado e o futuro

Um dos padrões da franquia é resgatar Pokémon extintos de eras passadas. Embora nem todas as gerações tenham Pokémon fósseis, dois deles chamaram atenção quando o DLC Crown Thundra foi lançado. Há algum tempo, apresentamos uma lista dos possíveis Pokémon que poderiam dar as caras e dentre eles, estão os fósseis de todas as gerações, menos da região de Sinnoh.

Cranidos e Shieldon possuem um grande papel em sua região, já que ambos são Pokémon  de líderes de ginásio em Sinnoh, no caso, Roark (ROCK) e seu pai Byron (STEEL). Ainda, as mascotes das versões Sword/Shield representam literalmente uma espada e um escudo. Repare que o segundo Pokémon supracitado, Shieldon, possui o termo Shield em seu nome enquanto que sua evolução, Bastiodon possui o termo Bastion ou em tradução livre, Baluarte, uma arquitetura militar que simboliza o mais alto nível de defesa.


Em outras palavras, a dupla de fósseis de Sinnoh é a única ausente no jogo. Seria essa uma coincidência ou foram deixados de lado intencionalmente para poderem figurar em suas gerações de origem?

108 Espíritos

Essa próxima amostra não está à vista logo de cara e demandou uma certa análise para que fosse integrada à essa lista. Em Sinnoh, temos um Pokémon chamado Spiritomb, que é a concentração de 108 espíritos em um único túmulo (Spirit + Tomb). Tudo nesse Pokémon é associado ao número 108: suas bases de defesa, número da Pokédex, seu peso, rota de encontro em Omega Ruby e Alpha Sapphire...tudo gira em torno desse número.

Adicionado no pacote da Crown Tundra, o Spiritomb possui uma mecânica única para ser encontrado. Através do Y-Comm, temos que falar com 32 pessoas quando estivermos online para que a pedra que simboliza a Odd Keystone de Sinnoh exiba o Spiritomb no mapa.

 

Agora, um fato curioso sobre os números (lá vem os números de novo) é que se dividirmos o número 32 por oito (geração atual) temos o número quatro, geração de origem do Spiritomb. Intencional ou não, é curioso ver que um Pokémon tão característico de uma região tenha um diferencial como esse presente nos jogos.

Pokédex

Houve muita polêmica quando a Game Freak anunciou que em Sword/Shield não teríamos todos os Pokémon presentes na National Dex. O tema foi discutido pelos fãs, que não gostaram nada de saber que seus Pokémon favoritos não estariam presentes. O tempo passou, e na tentativa de remediar essa situação os DLCs foram lançados e com eles, alguns Pokémon puderam regressar ao elenco, embora alguns rostos ainda estejam ausentes.


Dentre as oito gerações presentes nos jogos, há uma clara dominância de Kanto e Unova, que cederam 77,5% (117/151) e 80,12% (125/156) respectivamente de suas Pokédex para a região de Galar. Ainda que a região de Alola conte com 95% (77/81) de sua Pokédex, a região de Sinnoh está em penúltimo lugar com 58,87% (63/107) registros presentes de sua Pokédex, ganhando apenas de Johto com 56% (56/100).

O fato é que, Pokémon que simbolizam fortemente essa geração não estão presentes, como o trio de iniciais e as linhas evolutivas de Staraptor, Mismagius e Honchkrow. E após os dois pacotes de atualização, cada geração resgatou, ao menos, um Pokémon mítico, menos Sinnoh. Isso mesmo, Darkrai, Manaphy, Shaymin e o deus Pokémon, Arceus, não foram adicionados. Mais uma evidência de que a Game Freak pode ou está preparando o terreno para um possível remake e/ou novos pacotes de DLC contendo esses quatro Pokémon.

Coroas e reis

Seguindo o fluxo de evidências presentes nos jogos temos uma que, se não for intencional, nada mais pode ser. O tema do segundo DLC da franquia é da Crown Tundra, que conta a história de Calyrex, um antigo rei da região de Galar que foi esquecido pela população com o passar do tempo. Nossa primeira missão é restaurar a estátua de Calyrex, no caso, temos que coroá-la com um pedaço de madeira talhada, presente na base da equipe de Peony.

Tudo casa muito bem com a proposta, afinal, o Pokémon rei é baseado nas joias da coroa britânica, especialmente da Coroa Imperial do Estado. Agora, o ponto que despertou a relação com a quarta geração está na estrutura física da coroa. Composta essencialmente por pedras preciosas, duas delas estão em maioria esmagadora. Já sabe de quais delas estamos falando? Claro que são diamantes e pérolas. Em sua composição temos uma presença esmagadora de diamantes com 2.868 deles e 273 pérolas, dentre outras joias.

Mt. Coronet em DPPt

Como nós não damos ponto sem nó, há mais uma referência. Em Sinnoh, há uma montanha (um de seus cartões postais mais famosos) que é praticamente o símbolo dessa região: o Mt. Coronet. Em uma tradução livre do termo Coronet, temos a palavra “diadema”, que é um adorno usado na cabeça por reis e rainhas e são enfeitados com pedras preciosas, ou como conhecemos, as coroas. Sim, você não leu errado. A montanha mais famosa de Sinnoh possui uma relação direta com o DLC.

Arceus e a Joia da Vida

O 12º filme da franquia conta a história de Arceus, o deus do universo Pokémon, que possui todos os tipos devido às suas placas elementais. Nos jogos da quarta geração, temos 17 delas espalhadas por Sinnoh e cada uma, quando encontrada, revela um pouco sobre o mito que envolve esse Pokémon.

Arceus e suas 17 placas no 12º filme da série Pokémon

Como todos sabem, na sexta geração o tipo FAIRY foi descoberto, com isso, tivemos a criação da Pixie Plate, responsável por transformar Arceus em um Pokémon desse tipo. Entretanto, quando o deus Pokémon foi apresentado a nós jogadores, esse tipo ainda não existia, logo, algumas adaptações nos jogos posteriores à quarta geração foram necessárias.

Em Pokémon Sword/Shield, é possível obter apenas a Pixie Plate. Inclusive, não há limite como nos jogos anteriores. A quantidade em si não é o que intriga, mas o porque é a única Plate acessível nesse jogo. Logo, entendemos que as demais 17 estão em sua região de origem e que haverá uma forma de transportar a Pixie Plate para que seja possível transformar Arceus em um Pokémon do tipo FAIRY em Sinnoh.

E aí, convencido de que estamos mais próximos de um remake da quarta geração do que de um jogo novo? Possui alguma teoria e gostaria de compartilhá-la conosco? Manda aí nos comentários e vamos debater sobre o tema.

Revisão: Felipe Fina Franco

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Fã de carteirinha da franquia Pokémon desde os oito anos de idade, teve seu primeiro contato com os monstrinhos de bolso no Game Boy Color e de lá para cá, são mais de 25 anos de alegria. Fanático por vídeo-games, gostaria de poder jogar mais tempo do que trabalha.
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