É comum um adulto assistir a um jovem jogando e comentar de forma simples que "aquele game não é para mim". Essa frase pode esconder muitas questões, desde uma resistência aos novos tempos até algo muito pouco comentado: uma condição conhecida como cinetose ou doença do movimento.
Você lia as páginas de aviso do encarte? |
Por décadas, a caixinha dos jogos de videogame veio acompanhada de um encarte. E nas primeiras páginas sempre estiveram presentes avisos de que algumas pessoas poderiam ser afetadas de formas indesejáveis pelos games. A cinetose ou motion sickness pode causar enjoo, tontura, vertigem, dor de cabeça, suor e até ânsia de vômito. Pode parecer estranho, mas segundo estimativas do Hospital Albert Einstein, esse distúrbio atinge todos os anos pelo menos 150 mil pessoas só no Brasil. Nos Estados Unidos, entre 25 e 40% da população é afetada em algum nível.
Mario sob efeito da cinetose. |
Em outras palavras: quando o nosso corpo sente uma movimentação de forma natural, seja pela visão, tato ou qualquer outro sentido, a sensação de equilíbrio ocorre de forma tranquila. Porém, quando o ambiente está em movimento enquanto seu corpo se mantém parado, isso gera um conflito de informações que torna possível que esse bug aconteça.
Doom Eternal pode ser o fim para alguns. |
Jogos em primeira pessoa são uma armadilha para alguns, enquanto outros passam mal simplesmente em viagens de carro mais longas ou tentando ler em um ônibus! O balanço do mar, a paisagem que passa rápido pela janela, a tela do celular ou o livro que não para de balançar enquanto seus olhos tentam focar, o movimento frenético de câmera num shooter ou nos loopings do Sonic - todas essas são possibilidades de afetar o sistema vestibular e ativar a cinetose.
Uma imagem, duas dicas. |
Essas dicas não substituem uma visitinha ao médico, mas já contribuem para melhorar a vida de quem quer continuar curtindo seus games sem ter de enfrentar mais esse desafio extra na vida real.
Revisão: Davi Sousa