Análise: Vera Blanc: Full Moon (Switch) — acerta na história mas peca nos detalhes

Embarque em uma aventura cheia de mistérios e lendas, mas com sérios problemas de jogabilidade.

em 16/12/2020


Em Vera Blanc: Full Moon você joga como Vera Blanc, uma jovem que possui um dom especial: a capacidade de ler a mente de outras pessoas. Vera é filha de uma das pessoas mais ricas do mundo, Emmanuel Blanc; contudo, decidiu deixar o estilo de vida luxuoso e ir em busca da utilização de seus poderes únicos para trabalhar com o detetive paranormal Brandon Mackey.

O enredo gira em torno de um serial killer à solta, cabendo a Vera descobrir quem é o culpado antes que mais pessoas morram. Entretanto, não se trata de um criminoso comum, mas de um lobisomem, que está causando todas essas mortes.

O jogo é semelhante aos romances visuais no sentido de que há muito diálogo e escolhas a serem feitas ao longo da história. No caso de Vera Blanc: Full Moon, você escolhe mais para onde quer ir, pois há vários lugares que podem ser visitados em praticamente qualquer ordem, ativando as conversas e algumas decisões que influenciam diretamente no fluxo da narrativa.

Lido como um livro

O diferencial do game é a habilidade de leitura de mentes que Vera possui. Dentre as escolhas a serem feitas na história, é possível ler a mente dos personagens e descobrir pistas sobre eles ou um evento/local específico. Se você optar pela leitura mental, ela será feita por meio de um quebra-cabeça de palavras simples, parecido com o famoso jogo da forca.



O que os personagens estão pensando só pode ser desvendado clicando nas letras certas, que então preenchem as lacunas. Se a frase inteira estiver preenchida, você segue em frente; entretanto, ao errar três vezes, o minigame acaba e Vera não lerá a mente daquele personagem. Existem outros minigames, como encontrar diferenças entre os cenários e um jogo de memória, que adicionam um pouco de variedade ao processo.

Diferentemente da maioria dos romances visuais, Vera Blanc: Full Moon não é completamente linear, dando a você a opção de retornar a uma área previamente visitada, como a câmara municipal ou a floresta. A campanha do game é dividida em 7 dias e você pode salvar a qualquer momento. Há também mais de um final para a história, o que incentiva o jogador a se aventurar novamente para saber como teria acabado a investigação se outras decisões fossem tomadas.

Utilize marca páginas

É possível morrer em vários pontos do jogo, de modo que a sensação de pavor ao se encontrar em uma situação difícil e saber que a escolha errada resultará em sua morte torna a aventura bastante interessante. Há casos em que durante a história, em virtude das suas escolhas, ramificações pequenas são criadas e resultam na morte da personagem sem aviso prévio.

Ainda assim, é possível jogar a aventura sem a presença dos minigames, direcionando a experiência mais para a história em si do que para os desafios. E por falar neles, é realmente desafiador chegar ao final de cada dia de investigação tentando ler a mente das pessoas para adquirir pistas sobre o caso. Por diversas vezes tive que refazer um dia inteiro de investigação por conta de um pequeno erro em um minigame, que resultou na morte de Vera.

 

Por isso, salvar seu progresso regularmente é fundamental para que você não tenha que passar pelas mesmas cenas até chegar no ponto onde estava. Há uma opção que volta os diálogos, mas em alguns casos o retorno é feito logo após a decisão já ter sido tomada. Talvez um autosave após o final de cada capítulo fosse uma ferramenta interessante para evitar a frustração do jogador ao ter que voltar do último ponto salvo.

O enredo e os diálogos podem parecer meio fora de moda, pois remetem às histórias em quadrinhos dos anos 1970/1980. Porém, o game é competente o suficiente para te manter imerso; afinal, você quer saber como a história termina. Embora a escolha de opções e os minigames sejam intuitivos e fáceis de se compreender, mover-se pelo mapa é mais chato do que deveria por conta dos controles imprecisos.

O fim justifica os meios

Vera Blanc: Full Moon tem um excelente estilo de quadrinhos e é bem detalhado. Os minigames podem até ser de épocas passadas, mas são bons para o que é necessário. Há alguns finais diferentes que dão ao game um pouco mais de longevidade, mas ambos são baseados em uma decisão tardia da história. A jogabilidade, ainda que simplória, peca na movimentação entre os cenários e praticamente obriga o jogador a salvar antes de cada decisão para não ter que refazer a história toda. Mesmo com essas falhas, o game é uma boa pedida para intercalar entre seus jogos favoritos e com certeza irá te prender por algumas horas.

Prós

  • História envolvente;
  • Bom desenvolvimento dos personagens;
  • Múltiplos finais incentivam o fator replay;
  • Minigames simples e eficazes;
  • Aprimoramento de língua estrangeira.

Contras

  • Jogabilidade imprecisa que dificulta a navegação;
  • A ausência de autosave compromete a fluidez da história;
  • Não localização para o português brasileiro.

Vera Blanc: Full Moon — Switch/PC/PS4/XBO — Nota: 7.0
Versão utilizada para análise: Switch 
Revisão: Davi Sousa
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Fã de carteirinha da franquia Pokémon desde os oito anos de idade, teve seu primeiro contato com os monstrinhos de bolso no Game Boy Color e de lá para cá, são mais de 25 anos de alegria. Fanático por vídeo-games, gostaria de poder jogar mais tempo do que trabalha.
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