O meu 2020
Além da imprevisibilidade da pandemia de COVID-19, o ano também se mostrou inesperado quando falamos de videogame, com o Nintendo Switch fazendo parte dessa conjuntura. Embora já tivéssemos algumas garantias de diversão na telinha do console, como o aguardado Animal Crossing: New Horizons, o período marcou-me principalmente pelas surpresas positivas de todos os tipos, com anúncios de peso como Hyrule Warriors: Age of Calamity e a chegada de indies frescos tais quais Crown Trick e Carto. Tendo isso em vista, separei alguns títulos que recomendo a todos, seja para encerrar o ano positivamente ou para relaxar durante as férias de verão.
Todos os jogos que serão listados contam com matérias especiais no Nintendo Blast, como prévias, compilados de dicas e, claro, análises exclusivas feitas pela redação. Não deixem de clicar nos links disponibilizados ao longo do especial para saber mais sobre os games. Dito isso, vamos lá!
Animal Crossing: New Horizons (Switch)
Se a maneira mais tradicional de iniciar uma retrospectiva se dá por ordem de importância dos destaques anuais, então Animal Crossing: New Horizons tem o dever de liderar a lista. Inicialmente programado para 2019, o título só veio a ser lançado em 20 de março de 2020, mas no fim a espera valeu a pena.
Nele cuidamos de uma ilha e podemos formar nossa própria comunidade, recebendo estabelecimentos, moradores e outros atrativos. New Horizons é extremamente viciante e oferece muito conteúdo de customização e exploração, sendo capaz de somar centenas de horas de jogatina e de pura alegria. Além do mais, o jogo ganha frequentemente novos conteúdos em atualizações, deixando a diversão praticamente infinita.
Também pode se dizer que seu lançamento veio na hora certa, pois, por fazer parte de uma franquia conhecida por suas mecânicas de interação e recheada de personagens calorosos, ele foi capaz de nos ajudar a esquecer dos assombros do mundo real e do isolamento. Seja jogando sozinho, em multiplayer local ou online, Animal Crossing: New Horizons encanta e cria um escape da realidade, o que me faz recomendá-lo a todos, sendo definitivamente o meu passatempo preferido do ano.
Carto (Switch)
Carto será o responsável por iniciar o segmento da lista formado pelos inesperados, sendo parte daquelas surpresas boas que amamos receber, como um presente natalino surpreendente. O título mistura aventura com puzzles em uma criativa temática cartográfica, na qual temos que coletar e manejar pedaços de mapa para trilhar a jornada de uma jovem que se perdeu de sua avó.
Além de muito inventivo, Carto é altamente agradável em sua estética, contando com uma trilha sonora aconchegante e um visual muito atraente. Com tudo isso, ele se tornou um dos meus queridinhos do ano, sendo a nota mais alta das análises que fiz no período, somando impressionantes 9.5. Muitíssimo recomendável, gosto de dizer que Carto foi a minha grande surpresa indie de 2020.
Crown Trick (Switch)
Para seguir exaltando a arte da criatividade trago Crown Trick, o melhor dos roguelikes que joguei no período. Creio que isso se deva à magnífica combinação do estilo mencionado com elementos RPG, apresentando batalhas por turnos imensamente estratégicas e desafiadoras. A aventura de Elle e da coroa falante é a entrada mais difícil de se zerar presente na lista, mas a recompensa é satisfatória. Diversificado e desafiador, Crown Trick é outra jóia do ano, uma coroa reluzente decorada por muitas possibilidades de combates, armamentos, habilidades, explorações, táticas e upgrades.
Monster Sanctuary (Switch)
Nos minutos finais do ano, eis que surge um metroidvania Pokémon – sim, isso existe! Intercalando batalhas por turnos com zonas de exploração lateral, Monster Sanctuary traz aquilo que amamos muito: uma narrativa sobre o laço entre monstrinhos e treinadores. O título é muito envolvente, contando com muitos pontos positivos quando tratamos de variedade, como sua multiplicidade de famílias de skills, formas e evoluções.
Todavia, o principal quilate fica para a presença de mais de uma centena de monstrinhos singulares, que assim como nos jogos da série Pokémon, também podem ser capturados e contam com seus poderes e particularidades. Com isso, o fator “temos que pegar” volta com força ao Switch, estando amável como sempre, mas renovado como nunca. Vale a pena conferir!
Alwa’s Legacy (Switch)
Com mais ação que os títulos anteriores da lista, Alwa’s Legacy me surpreendeu por sua simpatia e consistência. Trata-se de um metroidvania com um estilo visual pixel art exuberante, apresentando cenários no formato de plataforma lateral onde controlamos a bruxinha Zoe por diferentes ambiências para impedir o avanço do vilão Vicar. Com puzzles engenhosos e muito a ser explorado em sua não linearidade, ele apresenta uma campanha de dificuldade interessante, além de contar com coletáveis para aumentar o fator replay.
Desse modo, investigar, saltar e batalhar contra inimigos na terra mágica de Alwa é muito divertido, com uma narrativa bacana e combates contra chefes marcantes. Temos aqui outra experiência excelente e confortável, recomendável principalmente para quem curte um jogo de plataforma 2D tradicional e com muita ação.
Hyrule Warriors: Age of Calamity (Switch)
Em setembro fomos golpeados certeiramente pelos poderes da Master Sword com o anúncio de Hyrule Warriors: Age of Calamity. Além dos atrativos clássicos do gênero musou, o jogo prometia a oportunidade de viver o universo de The Legend of Zelda: Breath of the Wild, se passando 100 anos antes dos seus acontecimentos. Assim, ele se tornaria muito mais que apenas uma continuação de Hyrule Warriors, lançado para Wii U em 2014, e passaria a integrar a timeline oficial da franquia nintendista.
Após muita expectativa, que foi devidamente registrada em uma edição ilustríssima da Revista Nintendo Blast, o jogo se mostrou magnífico e nos trouxe um mundo repleto de ação e vigor. Embora apresente algumas falhas, a ideia inesperada de viver a franquia Zelda de uma maneira distinta acabou superando qualquer pormenor. Com isso, não vejo a hora de finalizar minha campanha neste verdadeiro presente que recebemos em 2020, capaz de evidenciar que qualquer oportunidade de viver o mundo de Hyrule é sempre muito bem-vinda.
Readaptação da franquia dos monstrinhos: um novo Pokémon GO e conteúdo extra em Sword/Shield
Com uma essência que exige sair pelas ruas em caçadas aventureiras e outros elementos de interação social, Pokémon GO (Mobile) tinha tudo para ser o jogo que mais iria sofrer com a pandemia. Entretanto, a Niantic se virou para evitar o esquecimento do game, abrindo exceções e incorporando novidades, como a possibilidade de realizar reides à distância e festejos que permitiam capturar monstrinhos mesmo dentro de casa. Isso tudo adaptou Pokémon GO ao novo normal e merece nosso reconhecimento.
No Switch, destaque para o Expansion Pass de Pokémon Sword/Shield (Switch), responsável por introduzir o formato DLC na franquia. Constituído de duas entradas muito interessantes, intituladas The Isle of Armor e The Crown Tundra, o pacote reintegrou velhos monstrinhos esquecidos na Dex de Galar, como Dragonite e a família de Walrein, e nos apresentou novidades, tais quais Urshifu e as versões Galarian de Articuno, Zapdos e Moltres. Com os dois lançamentos virtuais a oitava geração se tornou ainda mais divertida e um pouco mais completa, nos deixando na expectativa por muitos outros pacotes de expansão, por favor!
Os momentos ainda mais retrôs da retrospectiva com o Nintendo Switch Online
Embora o Nintendo Switch Online tenha continuado um tanto esquecido ao longo de mais um ano, tivemos três bons motivos para festejar: Donkey Kong Country 1, 2 e 3 foram incluídos na biblioteca do serviço. O primeiro título da saga já era meu velho conhecido, responsável por memórias nostálgicas principalmente por seus desafios e sua trilha sonora cativante, a qual fiquei muito feliz de relembrar na coluna Game Music.
Mas quero ressaltar que fiquei maravilhado por finalmente conhecer Donkey Kong Country 2 propriamente. A companhia incrível de Diddy e Dixie Kong me fez perceber que a continuação é tão boa quanto o princípio da série, por isso recomendo a todos essa sessão nostalgia. Quanto ao terceiro título, que irá estrear ainda neste mês de dezembro, não preciso nem dizer que estou contando as horas para poder encará-lo.
Por fim, inexplicavelmente um dos meus títulos que mais curti vem lá de 1991 - The Legend of Zelda: A Link to the Past. O game se mostrou incrivelmente atual e se tornou uma das minhas aventuras no estilo top-view preferidas, muito desafiadora e fascinante. Se fomos presenteados em 2019 com uma remasterização belíssima de The Legend of Zelda: Link’s Awakening, não custa sonhar alto com um lançamento renovado do jogo que fez tanto sucesso no Super Nintendo. Ah, um aviso de amigo: evite encarar essa jornada se seu joy-con estiver com problema de drift; as maravilhas de Hyrule infelizmente podem se tornar muito frustrantes em tais condições.
Adeus ano velho, feliz ano novo
Esperamos que estas dicas tenham sido interessantes, seja para você conhecer e encarar uma aventura nova ou para relembrar os grandes momentos do ano. Infelizmente 2020 se encerra ainda turbulento, mas certamente seus lançamentos podem renovar nossas forças e nos trazer esperanças por um novo ano mais agradável. Fiquem em casa e tenham boas festas. Feliz 2021 a todos!
Revisão: Icaro Sousa