Hyrule Warriors: Age of Calamity (Switch) — o que será da linha do tempo da série após os eventos do jogo?

Abordamos diversos pontos sobre como o novo musou poderá influenciar os próximos lançamentos da franquia The Legend of Zelda.

em 07/12/2020
Certamente o anúncio de Hyrule Warriors: Age of Calamity (Switch) foi uma surpresa agradável para os fãs da série The Legend of Zelda. O título se comprometeu a trazer todo o universo de Breath of the Wild (Wii U/Switch) com uma jogabilidade diferenciada e uma profundidade narrativa que não foi tão explorada no jogo original. O que alimentou o sonho de muitos fãs que aguardavam uma obra que contasse as origens dos Campeões e como ocorreu a grande calamidade que ocasionou a queda de Hyrule.

É importante deixar avisado que esta matéria possui spoilers da história de Age of Calamity. Se você ainda não jogou o novo musou e não deseja saber o que acontece, recomendo que pare de ler agora. A seguir, vamos abordar alguns acontecimentos da trama do jogo e também como esses eventos poderão influenciar os próximos títulos principais da série The Legend of Zelda.

E se...

Uma enxurrada de questionamentos surgirá na cabeça de quem começar a jogar Breath of the Wild pela primeira vez, afinal, a aventura começa com o reino de Hyrule totalmente devastado pelas forças de Ganon e nada é explicado no início. Obviamente, esse elemento é o grande charme do título, que acaba incentivando o jogador a investigar o que aconteceu por conta própria, tornando a experiência particular e única para cada um que a experimenta. Desta forma, a história é contada em forma de memórias e escrituras que estão espalhadas pelo mapa.

Cem anos antes de Link despertar de um longo sono, Calamity Ganon retornou das profundezas, derrotou os Campeões e quase tirou a vida do herói. Após a grande calamidade ter se iniciado, o último recurso da princesa Zelda era levar Link para o Santuário da Ressurreição o mais rápido possível e selar-se junto com o Rei Demônio até que o herói se recuperasse totalmente. Enquanto Link se curava, os servos de Ganon tomaram o reino, destruíram cidades e arruinaram tudo o que foi construído pela família real ao longo das eras.
Esta viagem no tempo mudou o curso original da história.
Mas e se tudo acontecesse de forma diferente? Se os Campeões derrotassem Calamity Ganon e todos sobrevivessem? Age of Calamity explora o mundo do “se” ao extremo desde o começo da trama. Um pequeno robô guardião desperta junto com os poderes de Zelda e viaja para o passado, com o objetivo de avisar a todos sobre a grande calamidade que virá. Não apenas isso: o pequeno guardião consegue criar portais no futuro, para possibilitar que os descendentes dos Campeões voltem para o passado, a tempo de salvá-los das versões bestiais de Ganon.

Este acontecimento resultou em uma reviravolta na história, não apenas por evitar que os Campeões fossem mortos em batalha, mas também porque foi decisivo para a derrota e selamento de Calamity Ganon. Sendo assim, o mundo que conhecemos em Breath of the Wild nunca existirá para os personagens desta realidade.

O “se” criado pela Nintendo poderia ter sido apenas uma forma de justificar a existência de diversos personagens jogáveis em um título musou, como ocorreu no primeiro Hyrule Warriors (Wii U), entretanto, a própria companhia já deixou a entender que os eventos de Age of Calamity são canônicos e de fato ocorreram cem anos antes de Breath of the Wild. Devido a essa declaração, podemos considerar que houve uma alteração no decorrer natural da história, criando assim uma realidade alternativa onde o futuro não será o mesmo que vimos no início de Breath of the Wild, com um mundo devastado por uma grande calamidade.
Hyrule é salva no final de Hyrule Warriors: Age of Calamity.

Uma nova linha do tempo

Muita gente torceu o nariz para os acontecimentos de Hyrule Warriors: Age of Calamity, e isso é totalmente compreensível, já que a história não cumpriu a premissa de ser uma prequel de Breath of the Wild, devido às viagens no tempo e alterações do futuro. Porém, alguns dos fãs mais antigos da franquia não acharam os acontecimentos tão absurdos, pois não é a primeira vez que a Nintendo apela para o recurso em The Legend of Zelda.

Ocarina of Time (N64) foi o primeiro título da série a trabalhar com viagens no tempo. As mudanças ocorridas durante o gameplay influenciaram não apenas o mundo do próprio jogo, como também o destino de toda a saga. O “se” foi usado com maestria neste game, dando origens a três futuros totalmente diferentes: uma linha do tempo na qual Link é derrotado e duas em que ele derrota Ganon, sendo que em uma delas ele volta ao seu tempo de criança e na outra ele some.
Este momento dividiu a linha do tempo da série pela primeira vez.
Desta forma, não é nenhuma novidade que a Nintendo insira viagens temporais em Zelda. O que pode ter deixado a desejar em Age of Calamity foi a ausência de explicações para tais viagens, mas é esperado que sejam lançados DLCs que contem com mais detalhes as coisas que não foram esclarecidas. Porém, o ponto aqui é: uma nova linha do tempo surgiu após o lançamento do musou, na qual Link e os Campeões não sofreram o mesmo destino que originou Breath of the Wild.

Existem inúmeras possibilidades de agora em diante. Inclusive a Nintendo possui a chance de lançar outros jogos envolvendo os Campeões, com diferentes estilos de arte e jogabilidade. Particularmente, um multiplayer cooperativo no estilo de Triforce Heroes (3DS), com os quatro Campeões, seria muito bem-vindo! Isso é apenas uma das possibilidades, você já imaginou como serão os próximos lançamentos para esta nova realidade da franquia?

Levando em consideração que, segundo a própria Nintendo, Breath of the Wild nunca esteve em nenhuma linha do tempo, é deduzível que a empresa deseje trilhar um caminho totalmente novo para a série a partir de agora, com spin-offs e títulos canônicos que giram em torno desta nova Hyrule que nos foi apresentada em março de 2017. Deixando os títulos clássicos para trás, limitando-se talvez a apenas refazer ou remasterizar os jogos mais antigos, como ocorreu em The Legend of Zelda: The Wind Waker HD (Wii U) e The Legend of Zelda: Link’s Awakening (Switch).



A sequência de Breath of the Wild

A Nintendo garantiu que está produzindo uma sequência para The Legend of Zelda: Breath of the Wild. Isso significa que é pouco provável que o próximo título tenha relação com Hyrule Warriors: Age of Calamity, afinal, o novo musou originou uma nova realidade, na qual a Hyrule vista em 2017 nunca existirá, logo não faz sentido relacionar o enredo dos dois jogos. No entanto, não seria nada mal que alguns elementos de Age of Calamity apareçam nos próximos lançamentos da série.

Recursos típicos de RPGs com mundo aberto, como ferreiros, guildas de compra e venda de armamentos e novas maneiras para Link evoluir são alguns que poderiam ser aproveitados. Tradicionalmente, o herói só aumentava a quantidade total de vida coletando pedaços de coração, mas a Nintendo substituiu esta convenção por completar santuários Sheikah — o que foi uma mudança bem-vinda, mas que provavelmente não fará tanto sentido em outros jogos.

Talvez o elemento de Age of Calamity mais apreciado pelos jogadores seja a possibilidade de manter a mesma arma durante o jogo inteiro. Por mais que equipamentos destrutíveis incentivem a busca por novos itens, e por consequência mais exploração, a mecânica se torna frustrante após você já ter conhecido a maioria das espadas e escudos. Sem falar da Master Sword com limite de uso; isso precisa ser mudado na sequência de Breath of the Wild.
Calamity Ganon é derrotado por Link, Zelda e os Campeões. Logo, o mundo que conhecemos em Breath of the Wild não existirá para estes personagens.
Certamente a Nintendo aprendeu algo novo durante o desenvolvimento do musou, que deverá ser visto nos próximos títulos da série. Se você gostou das dublagens em Breath of the Wild, seja grato à coragem da Tecmo Koei de colocar vozes nos personagens do primeiro Hyrule Warriors. Em parte, foi devido à grande aceitação deste elemento que Eiji Aonuma considerou dar falas dubladas aos personagens, pois se dependesse apenas da centenária Big N, todos seriam mudos até hoje.

Portanto, espera-se que algum elemento de Hyrule Warriors: Age of Calamity esteja na série principal, nem que seja a possibilidade de explorar uma linha do tempo alternativa. Afinal, a Nintendo é muito sagaz e não dá ponto sem nó. A empresa tem o costume de usar jogos despretensiosos para testar e inovar ainda mais as suas franquias.

Como você acha que será o futuro da série de agora em diante? Qual elemento visto em Age of Calamity deve ser importado para o sucessor de Breath of the Wild? Compartilhe a sua opinião para os outros leitores nos comentários!

Revisão: José Carlos Alves
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