Análise: Mortal Kombat 11 Ultimate (Switch) é uma versão definitiva exemplar para a indústria dos games

O pacote final traz conteúdos não obrigatórios, mas excelentes, para o jogo original.

em 09/12/2020


Quase um ano e meio após seu lançamento original, o pacote final e definitivo de Mortal Kombat 11 (Switch) chegou com o nome Ultimate, dando uma sobrevida ao título e reunindo todo o conteúdo adicional já lançado para um dos melhores jogos de luta disponíveis no mercado. Aqui no Nintendo Blast você já pode conferir a análise do título original, mas há ainda vários detalhes para conferir neste lançamento.

Em MK11 Ultimate, com a adição do arco de história adicional The Aftermath, o já excelente enredo ganha uma nova reviravolta, e a adição de personagens — alguns, inclusive, inusitados — deixa a experiência multiplayer ainda mais divertida e diversificada. Confira na sequência se esta expansão final merece todo o destaque que almeja. Mas, atenção: o texto contém spoilers leves da trama principal.

O caos temporal e as consequências

Na campanha original de Mortal Kombat 11, a titã Kronika, insatisfeita com o curso dos acontecimentos no mundo, decide reunir os desejosos de uma mudança nos reinos para a criação de uma Nova Era. Sua insatisfação se dá pela ousadia do Deus do Trovão Raiden, que modificou toda a linha do tempo em Mortal Kombat (2011). Em uma união histórica de velhos inimigos, Liu Kang (como Deus do Fogo) derrota a titã e se torna o guardião do tempo. A vitória, porém, é só o começo.

Ao tentar controlar a ampulheta de Kronika e erguer sua nova era, Liu Kang recebe a visita de Fujin, Nightwolf e Shang Tsung, banidos para O Vazio ao discordarem dos planos da vilã. Eles informam o Deus do Fogo que o controle das eras só será possível com a coroa de Kronika, destruída na batalha final, e se dispõem a retornar aos acontecimentos da história principal para roubar a coroa na ilha de Shang Tsung.


Novamente, mais uma possibilidade temporal se abre e todos os acontecimentos são remodelados, com velhos personagens voltando à vida e vitórias das forças “do bem” sendo desmanteladas — tudo para que a recuperação da coroa dê certo. The Aftermath brinca com a manipulação do tempo e serve como uma revisão dos feitos da campanha original em uma nova aventura cinematográfica de qualidade. Os momentos de aflição não são poucos, e o jogador é constantemente colocado em ambos os lados, sem saber qual deles é certo ou errado.

Os protagonistas da história, vindos do Vazio, são a chave para que a trama se desenrole de melhor forma que a original. Mesmo que os benevolentes Fujin e Nightwolf queiram ajudar Liu Kang, ambos precisam de Shang Tsung, conhecido por sua astúcia e maldade. A qualquer momento, o mago das almas pode traí-los.

Reunindo todos os extras

Mesmo beirando a perfeição, a campanha The Aftermath pode ser adquirida separadamente, não justificando a aquisição de todo o conteúdo apenas para vivenciá-la. Por isso, é interessante entender todo o conjunto de novidades que são entregues em MK11 Ultimate. São 13 novos lutadores, vários fatalities, brutalities e os novos friendships (finalizações amigáveis). Aqui, a garantia é de diversão completa no modo multiplayer com a diversidade de personagens e interações, principalmente para os entusiastas de uma partida local, tão tradicional entre os jogadores de Mortal Kombat.


É interessante que, em análise a todos os pacotes de conteúdo extra lançados para Mortal Kombat 11, a experiência do jogador que possui apenas a versão original não é prejudicada. Há apenas uma nova história para os que desejam continuar a trama, alguns novos personagens e melhorias estéticas. Não foram adicionados novos modos de jogo que pudessem servir como chamariz à compra da versão definitiva por todos os jogadores. Em meio a tantos títulos que chegam incompletos no lançamento e exigem a compra de DLCs para uma experiência completa, a NetherRealm tomou decisão precisa (e justa).

Por outro lado, não podemos deixar de lado o desempenho no Nintendo Switch. É visível a diferença do port para o lançamento em outros consoles, e a versão Ultimate não trouxe nenhuma melhoria nesse quesito. Os gráficos continuam com resolução reduzida para que o hardware menos potente do híbrido suporte o processamento. A expectativa de melhora na versão final era real, visto o tempo extra para a busca de otimizações na plataforma da Big N, mas o desempenho final continua, assim como na versão original, aceitável. A diversão — e os banhos de sangue — não serão interrompidos por engasgos.

Ainda, a fim de proporcionar uma diversão fora do universo cânone da franquia, personagens icônicos da cultura pop também aparecem como jogáveis, vindos dos DLCs Kombat Pack 1 e 2. Coringa, Rambo, Exterminador do Futuro e Robocop são os quatro visitantes que prometem lutas divertidas entre amigos e de forma online. Suas expressões faciais são fiéis aos filmes e os golpes correspondem às ações que eles normalmente fariam, sem comprometer e nem quebrar as mecânicas de kombate.


Mortal Kombat 11 Ultimate
é a perfeita edição definitiva que a indústria dos games deveria tomar como padrão. Uma expansão à história de qualidade, treze novos personagens e muito conteúdo estético adicional permitem que a diversão seja prolongada, sem prejudicar os jogadores da versão original. Enfim, se você é entusiasta da franquia de luta dos anos 90, MK11 Ultimate é uma aquisição obrigatória para sua biblioteca.

Prós

  • Expansão da história à altura da trama original;
  • Conteúdo adicional não obrigatório para a diversão na versão original;
  • Adições de personagens icônicos não-cânones.

Contras

  • Não houve melhoria de desempenho em relação à versão original.
Mortal Kombat 11 Ultimate — Switch/PC/PS4/XBO — Nota: 8.5
Versão utilizada para análise: Switch
Revisão: Vladimir Machado
Análise produzida com cópia digital cedida pela Warner Bros. Games
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Fã de games desde pequeno, quando começou sua jornada com Mario e Zelda lá no SNES. É formado na área das engenharias e trabalha com desenvolvimento de software.
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