Pokémon pode perder relevância dentro de seu próprio nicho?

O lançamento polêmico de Sword and Shield não agradou muitos fãs da franquia que, sem muita esperança das próximas gerações, já buscam alternativas à série de monstrinhos.

em 02/08/2020


Em sua estreia em 2017, o Nintendo Switch entrou na nova geração com os dois pés na porta, apresentando títulos magníficos como Super Mario Odyssey e, principalmente, Breath of the Wild, que mostrou todas as novas possibilidades que o console traria. Tantos avanços com certeza deixaram muitos fãs ansiosos para a nova geração de Pokémon em um console de última geração e, para muitos, as expectativas não foram exatamente correspondidas.


Um começo difícil

A série Let’s Go foi uma entrada que, apesar de morna, foi muito bem-vinda à nova geração. Mas o prato principal era, sem dúvidas, Pokémon Sword & Shield, que marcariam a entrada oficial da 8º geração da franquia. Os novos jogos, com certeza, contavam com altas expectativas do público e acabou tendo uma recepção um tanto quanto… controversa?

Mesmo com inovações extremamente marcantes como a Wild Area, a nova roupagem dos ginásios e Dynamax, por exemplo, os pontos negativos do jogo acabaram chamando muito mais a atenção do público, como, obviamente, o corte na pokédex, as animações bizarras, os modelos reciclados e aquelas malditas árvores (você sabe quais são), para citar alguns dos principais problemas que vieram com a chegada da nova geração. Além disso, as novas versões ainda carregam diversas características que incomodam os fãs desde as últimas gerações. Estamos falando da dificuldade baixíssima da campanha, as poucas oportunidades de exploração e a linearidade dos mapas, que, apesar de todas as críticas, a Game Freak não parece ter a intenção de mudar isso nos futuros lançamentos.

Se fechar os olhos nem parece tão ruim.

Novas alternativas

Provavelmente por conta desses pequenos incômodos que já são recorrentes na franquia e a resistência da desenvolvedora para mudanças, Pokémon sempre teve uma comunidade muito forte de hack-roms, algumas que buscam apenas aumentar a dificuldade dos jogos originais, outras que contam novas histórias dignas de um jogo oficial, mas ainda sim modificações de gerações antigas não são suficientes para satisfazer os vários fãs insatisfeitos com as mais recentes, que buscam alternativas que rivalizem com Pokémon.

As hack-roms de Pokémon podem oferecer ótimas ideias para o futuro da franquia... ou não.

Yokai Watch, em seu lançamento, foi muito panfletado como uma “nova alternativa a Pokémon” devido a sua mecânica de aquisição de monstrinhos, mas as semelhanças terminam basicamente por aí. O gênero “pokémon-like” ainda deve demorar para ser aperfeiçoado por outras produtoras, mas já apresenta alguns candidatos promissores!

Temtem, por exemplo, vem chamando atenção, novamente por ser uma “nova alternativa a Pokémon”, mas, ao contrário do anterior, este é claramente inspirado pela franquia da Nintendo em toda sua estrutura e não tem vergonha de assumir. Trata-se de um MMORPG independente, produzido pela espanhola Creta e atualmente está disponível em Early Access na Steam e deve ser lançado em consoles assim que finalizado.

Por se tratar de um indie ainda em produção, é impossível dizer que é “melhor que Pokémon”, ao contrário do que dizem algumas manchetes, ainda que Temtem faça escolhas ousadas que se destacam em comparação aos jogos que o inspirou. O sistema de batalha prioriza métodos mais estratégicos de combate e remove todas as mecânicas de sorte, ou seja, nada de errar movimentos ou dar golpes críticos. Além disso, as rotas são bem mais longas e difíceis (até irritante em alguns momentos), o que adiciona algumas horas na jogatina da campanha, que até o momento está disponível até o quarto Dojo, o equivalente aos ginásios nesse universo.



Mas a concorrência da Game Freak não é só de indies. A  coreana Pearl Abyss, produtora de Black Desert, anunciou recentemente Dokev, outro MMORPG que também possui claras referências em Pokémon. No momento ainda não temos muitas informações concretas sobre este, mas as primeiras imagens parecem extremamente promissoras.


O futuro dos ‘pokémon-like’

É claro que nenhum dos jogos citados tem a estrutura e a força que uma franquia do tamanho de Pokémon carrega, mas abrem um leque de novas possibilidades e concorrentes do gênero produzidos por outras companhias. Talvez no futuro vejamos jogos similares no Playstation e Xbox, ou até mesmo o retorno de séries como Medabots! Você acha que é possível?

Revisão: João Gabriel Haddad

Estudante de jornalismo, da periferia de São Paulo. Comumente encontrado falando sobre Pokémon no lado escuro da internet, o Twitter (@salineos).
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