Análise: #Funtime (Switch) — explosões e muita cor em um divertido jogo de tiro

Inspirado em clássicos, este título desenvolvido por um único desenvolvedor é competente, mas falha ao ser raso demais.

em 27/07/2020
Em #Funtime, controlamos uma nave e precisamos destruir tudo o que aparece pelo caminho, em um jogo de tiro com duas alavancas. Em uma primeira olhada, ele parece mais um shoot ‘em up de arena, porém conta com um diferencial: uma mecânica que permite mudar as cores das fases para conseguir vantagens. O jogo diverte com sua ação acelerada e visual colorido e brilhante, no entanto carece de complexidade para entreter por mais que algumas horas.

Atirando e colorindo

#Funtime é um representante do gênero twin stick shooter, ou seja, uma alavanca controla a nave e a outra define a direção dos tiros. Fora isso, outros recursos estão disponíveis, como uma investida invencível para escapar de perigos e bombas que destroem todos os inimigos da tela. O conceito é bem intuitivo e rapidamente já estamos explodindo oponentes com facilidade.

Para deixar as coisas mais interessantes, #Funtime conta com um sistema de troca de cor. Com o toque de um botão, a nave muda de coloração, o que a torna invulnerável a perigos daquela cor — um laser azul, por exemplo, é completamente inofensivo quando a nave está da mesma cor. Além disso, quando se movimenta, o veículo deixa um rastro colorido no chão que destrói inimigos da mesma cor (e, de quebra, ainda dá o triplo de pontos). A nave pode assumir quatro diferentes cores (azul, vermelho, amarelo e verde) e alternar entre elas é essencial para sobreviver.


Na teoria, a mecânica de troca de cor parece ser bem interessante, mas na prática ela não é tão elegante. O maior problema vem do fato de que quatro cores estão disponíveis e não é intuitivo saber qual botão ativa cada uma delas. Como não há indicação na tela, decorar é a única maneira de dominar a configuração, porém é muito fácil se confundir no calor da batalha (e morrer ao ativar o tom incorreto). O recurso de colorir o chão e derrotar inimigos é criativo, no entanto a ação é tão caótica que é difícil usá-lo de maneira consciente. Por causa desses detalhes, eu só troquei de cor quando estritamente necessário. Talvez usar somente duas cores deixasse o sistema mais simples e funcional.

O universo de #Funtime é representado com modelos geométricos simples e cores brilhantes, além da música eletrônica, sendo praticamente impossível não lembrar da série de jogos Geometry Wars por causa da similaridade. Mesmo assim, o resultado é bom e empolgante por causa da presença constante de explosões, raios e projéteis. Às vezes, existem elementos demais na tela e a confusão visual é inevitável — morri bastante por não conseguir entender o que estava acontecendo.


Boas opções na hora de jogar

#Funtime explora estes conceitos em dois modos distintos. O Challenge conta com mais de 50 fases com desafios distintos. Nas missões mais básicas, a tarefa é alcançar uma pontuação específica em um curto espaço de tempo, já outras o desafio é sobreviver com algum tempo. Os momentos mais legais estão nos outros tipos de fases: em algumas delas o objetivo é navegar rapidamente por um labirinto em busca da saída, e em outras precisamos usar as cores corretamente para evitar perigos.

A variedade de situações pela campanha é razoável e alguns dos estágios exigem dedicação para conseguir a classificação máxima. Naturalmente, os conceitos se repetem depois de um tempo, mas não deixa de ser divertido tentar superá-los. Os desafios, em sua maioria, são curtos e ótimos para sessões rápidas, por mais que alguns deles sejam desnecessariamente longos — várias vezes me matei de propósito depois de alcançar a pontuação necessária.


Já o Arcade apresenta oito diferentes desafios. Três deles são arenas de sobrevivência com tamanhos variados, que ficam mais difíceis com o decorrer do tempo. Já os outros são mais experimentais, como um cenário com áreas que só podem ser acessadas por cores específicas ou uma arena em que uma bola de demolição fica amarrada à nave — o item é poderoso, mas também danifica o nosso veículo se não tomarmos cuidado.

No Arcade precisamos comprar equipamentos para a nave, como bombas, mais vidas e módulo de troca de cor, o que funciona como incentivo para jogar continuamente. No começo é até um pouco frustrante tentar enfrentar os desafios com uma nave sem recursos, mas as partidas ágeis amenizam essa sensação. Gostei bastante desses modos, pois é viciante tentar melhorar constantemente a pontuação em batalhas frenéticas.


Um bom passatempo

#Funtime é um bom jogo com pegada arcade para curtir de forma descompromissada. Além das mecânicas básicas de andar e atirar, o título conta com um sistema curioso de troca de cor que, infelizmente, tem pouco impacto nas partidas (e até mesmo atrapalha, em alguns casos). Mesmo assim, há boa variedade de conteúdo espalhada em diversos modos. Claro, a simplicidade pode deixar as coisas um pouco repetitivas com o tempo, mas o jogo é perfeito para partidas curtas e rápidas.

Prós

  • Jogabilidade simples e direta;
  • Boa variedade de situações espalhadas pelas fases e modos;
  • Visual interessante com elementos repletos de cores vibrantes.

Contras

  • Confusão visual dificulta entender a ação nos momentos mais frenéticos;
  • Mecânica de troca de cores mais atrapalha do que ajuda durante as partidas.
#Funtime — Switch/PC/PS4/XBO — Nota: 6.5
Versão utilizada para análise: Switch
Revisão: Felipe Fina Franco
Análise produzida com cópia digital cedida pela Quantum Astrophysicists Guild
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é brasiliense e gosta de explorar games indie e títulos obscuros. Fã de Yoko Shimomura, Yuzo Koshiro e Masashi Hamauzu, é apreciador de roguelikes, game music, fotografia e livros. Pode ser encontrado no seu blog pessoal e nas redes sociais por meio do nick FaruSantos.
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