Análise: Clash Force (Switch) é um platformer de ação bastante curto e demasiadamente simples

O jogo oferece ação moderada e dificuldade acentuada em cenários cheios de armadilhas através de jogabilidade simples e progressão linear.

em 13/07/2020

Clash Force é só mais um indie de ação em plataformas que chega à biblioteca do Switch. Neste título precisamos atravessar estágios desafiadores, cheios de inimigos, armadilhas e balas por todos os lados. É preciso sobreviver a tudo isso ao mesmo tempo em que tentamos não cair em poços sem fundo, tudo com o objetivo de destruir os planos de Crackman e suas forças do mal. A repetição de fórmulas de clássicos do gênero da era 8-bits não está somente na história clichê, mas mas também na jogabilidade e na super simplicidade dos aspectos gerais do jogo.


Ação e monotonia até o fim

Clash Force se apresenta como um platformer de ação 2D, composto pela combinação de estilo e jogabilidade retrô com a dificuldade acentuada de suas fases. O problema é que o jogo peca ao não oferecer nada além disso e se mostra simples demais.

Ao longo dos pouco mais de 20 estágios presentes na campanha, atravessamos cenários variados, com muitos inimigos, poços sem fundo, projéteis vindo de várias direções e armadilhas. No controle de Voom, Escorpido ou Echid, progredimos até o fim de cada fase, sempre da esquerda pra direita, fazendo as mesmas coisas em todas elas: atirando em inimigos e esquivando dos perigos do cenário.


As mecânicas presentes no jogo lembram as de títulos como os da série Contra (Konami), mas bem menos elaboradas, sem nenhuma abertura para exploração das fases, resolução de puzzles ou a coleta de colecionáveis. A variedade de tiros possíveis de se obter é muito baixa e tais habilidades são perdidas quando seu personagem recebe algum dano, tornando-se irrelevantes em muitas situações. Há também o fato de que esses powerups se tornam cada vez mais escassos, chegando ao ponto de nem aparecerem mais nos estágios finais do jogo.


No início da partida, após selecionar seu arquivo de dados, é possível escolher um dos três personagens mencionados acima, mas isso também não traz nenhuma diferença além da aparência de cada um deles. Pular e atirar pela tela serão suas únicas ações até o fim da campanha. Existem ainda fases bônus ao fim de de cada estágio comum, mas novamente não há nada de especial aqui; você só precisa pular para coletar um novo tiro em uma espécie de roleta horizontal. É isso.


A baixa quantidade de fases presentes em Clash Force faz com que sua campanha não chegue a durar nem 1 hora nas mãos de alguém mais experiente. O jogo não possui desbloqueáveis, extras pela conclusão de todas as fases ou qualquer incentivo que estimule o jogador a continuar a ação após finalizá-lo. O único fator que poderá extender em alguns minutos a sua permanência são os picos de dificuldade presentes em algumas fases, te levando a repetir o mesmo nível várias vezes até conseguir passar daquele ponto específico.


A variação de cenários é bacana, fazendo com que cada área tenha uma aparência característica e nos faça sentir que estamos chegando mais e mais perto do covil do vilão do jogo. Mas essa mesma variação não é generosa quanto aos inimigos e muito menos em relação às músicas chiptune que embalam a ação.

Nada memorável

Clash Force é um daqueles joguinhos baratos que você pode adquirir caso tenha algumas moedas douradas sobrando em sua conta. Com ele você poderá se divertir por alguns minutos graças à sua jogabilidade descomplicada, mas que, infelizmente, deixa de ser relevante assim que finalizada. A narrativa do jogo é apresentada em uma cutscene que dura menos de 10 segundos, sua trilha sonora é totalmente abafada pelo barulho irritante de cada projétil que sai de suas armas e os chefes são muito fáceis e irrelevantes.

Trata-se de mais um indie pixelado que tenta beber da fonte da nostalgia, mas acaba entregando uma experiência incompleta e esquecível ao jogador. Acredito que por mais simples que alguns jogos possam ser, todos têm o potencial de trazer alguma inovação ou contribuição mínima para o gênero a que pertencem, mas esse definitivamente não é o caso de Clash Force.

Prós

  • Jogabilidade simples;
  • Desafio acentuado em estágios mais avançados;
  • Visualmente interessante e nostálgico.

Contras

  • Extremamente curto;
  • Sem qualquer tipo de exploração ou aprofundamento nas fases;
  • Campanha completamente linear e monótona;
  • Barulhos e efeitos sonoros irritantes;
  • Personagens sem diferenciação em suas habilidades;
  • Completa ausência de mecânicas mais elaboradas ou inovação.
Clash Force — Switch/PS4/Xbox One — Nota: 5.0 
  Versão utilizada para análise: Switch
Análise produzida com cópia digital cedida pela Ratalaika Games
Revisão: Davi Sousa
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Estudante de Letras, apaixonado por vídeo-games e música. Gosta de conversar sobre hobbies em comum, receber dicas e recomendações e de capturar monstrinhos de bolso enquanto explora Hyrule.
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