Análise: Pianista: The Legendary Virtuoso (Switch) combina simplicidade e música com maestria

Realize seu sonho de tocar piano e aprenda muito sobre compositores neste charmoso jogo de ritmo.

em 26/07/2020
Pessoas elegantes em trajes de gala murmuram e acomodam-se nas confortáveis e luxuosas cadeiras da sala de concertos. Ao centro do palco o destaque é o piano de cauda, negro e reluzente, à espera da estrela da noite. Aplausos ecoam pela plateia: é a sua vez de brilhar.



Pianista pode ser resumido como um Guitar Hero que troca guitarra e rock por um piano e música erudita. Barras caem em trilhos verticais e você precisa pressionar os botões correspondentes às notas no momento correto. Erros diminuem uma “barra de vida” no topo da tela e, ao chegar a esgotá-la, a sessão termina com derrota para o jogador.

Simples para todos os públicos

Esse modelo consagrado de gameplay se adaptou perfeitamente à temática do piano, e as notas a serem tocadas têm correlação com as posições das teclas em um piano real. Pode-se escolher entre o modo de quatro teclas, mais simples, e o de seis teclas, mais realista.

Tal qual um piano de verdade, Pianista requer muitos reflexos, habilidade com o uso simultâneo das duas mãos, senso de ritmo e muito, mas muito treino. O jogo conta com três modos: Matinée, arcade com três estágios; Concours, sequências com quatro estágios; e Ensemble, multiplayer local.

O último, além de permitir partidas locais com dois jogadores em modo cooperativo, cada um com um Joy-Con, ainda possibilita configurar dificuldade, velocidade e aparência do piano individualmente para cada jogador. A barra de vida é compartilhada e, quanto mais sinergia você tiver com seu parceiro, mais longe vocês irão. Ensemble é um modo exclusivo do Switch, não estando disponível nas versões para smartphones

Modo Ensemble Duo

Não há modo multiplayer online, entretanto é possível jogar partidas ranqueadas e comparar seus resultados com jogadores do mundo todo.

Toccata sem toque

A imersão só não é melhor porque não há suporte algum à tela de toque. Joga-se com os polegares nos controles laterais do Switch, algo nada parecido com o teclado de um piano. O modo que melhor simula um instrumento de verdade consiste em deitar o console em uma mesa e apoiar três dedos de cada mão sobre cada um dos Joy-Con. É possível, também, jogar com o Pro Controller, mas na minha experiência essa não foi a melhor opção.

Pianista é um dos poucos jogos do Switch que se beneficia do fato do Joy-Con possuir botões individuais para as direções, com espaçamento suficiente para você pousar um dedo sobre cada botão e controlar os toques individualmente, algo impossível no Pro Controller. Seria muito melhor se fosse possível utilizar a tela sensível ao toque como um teclado virtual, o que é possível nas versões para Android e iOS, mas inexplicavelmente não existe como opção no híbrido da Nintendo. É uma pena, também, que não seja compatível com o módulo de piano do Nintendo Labo e nem possua suporte a qualquer tipo de acessório de teclado.

Tela de resultado do modo Matinée

No modo Ensemble Duo (multiplayer local), o único modo de controle possível é por meio dos Joy-Con, já que o Pro Controller não é aceito. Ou seja, é necessário paciência e treino para se acostumar com o controle nativo do Switch.

As opções de idioma não incluem português, mas isso não chega a atrapalhar de modo algum a jogabilidade. Pianista é um jogo de ritmo no qual não há modo história, enredo ou narrativa, e talvez a única barreira, caso o jogador não tenha um mínimo de conhecimento em uma das línguas disponíveis, é deixar de apreciar as biografias dos compositores presentes na seção Library.

Aula de música

O jogo possui um acervo excelente, com 77 músicas de 23 compositores, cobrindo as eras barroca, clássica e romântica. Até o momento da publicação desta análise, não existe possibilidade de expandir o jogo acrescentando novas músicas, nem mesmo por DLC.

Mesmo assim, o acervo é mais que suficiente para uma experiência rica e diversificada com obras imortais como As Quatro Estações (Vivaldi), Carmen (Bizet) e Danúbio Azul (Strauss), entre outras. Pianista possui uma biblioteca (Library) na qual é possível acessar as biografias de cada compositor e ouvir as músicas destravadas nos modos Matinée e Course. Explorar a biblioteca com certeza ampliará seus conhecimentos sobre música erudita, seja apreciando as peças ou estudando as biografias. 

Biografia de Bach na biblioteca

Pianista só peca pelos controles, que tiram a imersão e poderiam ser muito melhor aproveitados na tela touchscreen do Switch. Por outro lado, seus bonitos gráficos, a riqueza de sua biblioteca e seu vasto acervo musical fazem com que seja um título interessante para amantes de jogos de ritmo e de música erudita.

Prós

  • Excelente seleção de músicas;
  • Ambientação muito bem construída;
  • Partidas curtas, ótimas para jogatinas casuais;
  • Boa fonte de conhecimento sobre compositores e suas obras;
  • Modo Ensemble exclusivo para a versão de Switch.

Contras

  • Muito treino e repetição para dominar os níveis mais difíceis;
  • Não compatível com a tela de toque;
  • Sem modo de treinamento individual para cada música.
Pianista: The Legendary Virtuoso – Android/iOS/Switch – Nota 7.0
Versão utilizada para análise: Switch
Análise produzida com cópia adquirida pela redatora
Revisão: Vladimir Machado
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Também conhecida como Lilac, é jornalista e atualmente trabalha com assessoria de imprensa. Fã de jogos de plataforma no geral, especialmente os da era 16-bits, com gosto adquirido por RPGs e visual novels ao longo dos anos. Fora os games, não dispensa livros e quadrinhos. Prefere ser chamada por Ju e não consegue viver sem música. Sempre de olho nas redes sociais, mas raramente postando nelas.
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