Dez jogos com representatividade LGBT+ no Switch

Confira alguns representantes do movimento nos títulos do console da Nintendo.

em 28/06/2020

Em comemoração ao Dia do Orgulho LGBT+, escolhemos alguns representantes do movimento presentes nos games de Nintendo Switch. Protagonistas de suas próprias histórias, personagens customizáveis pelo(a) jogador(a), NPCs com diálogos e ações relevantes para a narrativas dos jogos… Todos colaboram para agregar mais valor e diversidade às obras de que participam.



Antes de começar, vale ressaltar que na elaboração desta lista não houve nenhum critério específico para estabelecer a ordem dos jogos escolhidos. Porém, para agregar mais diversidade à matéria, foram selecionados títulos de vários gêneros, orçamentos e personagens diferentes. Caso vocês sintam a falta de um jogo importante que se encaixe na lista ou apenas quiserem complementá-la com alguma sugestão, sintam-se à vontade para mencionar estas obras nos comentários.

Stardew Valley

Vamos começar com Stardew Valley, o popular RPG de simulação agrícola que chegou ao Switch em 2017. O jogo conta com uma opção que, apesar de ser bem simples, já esteve de fora de muitos outros games com relacionamentos entre personagens: a possibilidade de se casar com pessoas do mesmo gênero. Entre os 12 NPCs com os quais é possível se relacionar romanticamente, seis são homens e a outra meia dúzia são mulheres.



Sendo assim, independente do gênero escolhido pelo avatar do(a) jogador, todos esses personagens podem desenvolver uma relação amorosa com o(a) protagonista. Além disso, para casais homoafetivos, há a opção da adoção de até dois filhos como alternativa para aumentar a família.

Dream Daddy - Dadrector’s Cut

Seguindo essa pegada de núcleos familiares não tradicionais, Dream Daddy - Dadrector’s Cut é muito mais do que um simples dating sim entre homens adultos. Com a opção de se relacionar com um dos sete pais disponíveis no game, o protagonista deve conciliar um possível novo romance com a responsabilidade de cuidar de sua filha adolescente.



O jogo possui um toque descontraído porém emocionante, além de ser uma verdadeira aula de paternidade direcionada principalmente para modelos de família que fogem do padrão heterossexual. 

Arcade Spirits

Imagine um mundo futurista em que os fliperamas ainda fazem sucesso como uma das principais formas de entretenimento da sociedade. Pois bem, este é o contexto em que se passa a narrativa de Arcade Spirits, outro dating sim com sistema de criação de personagem e escolha de um(a) parceiro(a) romântico entre as diversas opções disponíveis.



Durante a customização inicial do(a) protagonista, uma das primeiras questões é referente ao pronome que o(a) jogador(a) prefere que seja utilizado nos diálogos: he (ele), she (ela) ou they (pronome neutro). Dessa forma, além de possibilitar relacionamentos amorosos com várias combinações diferentes, a obra explora bem o conceito de identidade de gênero ao modificar o texto de todos os diálogos a fim de representar de forma ideal quem estiver jogando. 

Overwatch

Fugindo um pouco do romance dos jogos anteriores e partindo para um lado mais frenético dos games, Overwatch é um multiplayer de tiro em primeira pessoa que possui alguns representantes do movimentos LGBT+ em seu elenco: Tracer e Soldado 76. A primeira personagem, cujo verdadeiro nome é Lena Oxton, teve sua namorada apresentada em uma história em quadrinhos com temática de festas de fim de ano. 



A outra revelação surgiu posteriormente no conto “Bastet”, em que um ex-namorado de Jack Morrison (nome real do Soldado 76) foi mencionado em um diálogo com Ana enquanto ambos relembravam seus passados amorosos. Mesmo que tais informações não contribuam diretamente para a jogabilidade do FPS, é interessante quebrar o paradigma de que a coragem de personagens “durões” esteja  relacionada à sua orientação sexual. 

Fire Emblem: Three Houses

Representando os jogos first-party da Nintendo, Fire Emblem: Three Houses é bem restrito no quesito romances entre personagens do mesmo gênero, mas isso não significa que tais relacionamentos sejam impossíveis de se conquistar.



Além das inúmeras restrições relacionadas à casa selecionada pelo(a) jogador(a), há um desequilíbrio entre a quantidade de possíveis parceiros homoafetivos de acordo com qual gênero é selecionado para Byleth no início do jogo. Enquanto a versão feminina pode se relacionar com Dorothea, Edelgard, Mercedes, Rhea e Sothis, sua contraparte masculina possui apenas uma opção: Linhardt (isso sem considerar as DLCs). 

Assassin's Creed Odyssey

Ainda seguindo a linha de jogos AAA, Assassin's Creed Odyssey possibilita a escolha entre dois personagens para protagonizar a aventura do jogo: Alexios ou Kassandra. No game, que está disponível no Switch apenas no Japão via streaming na nuvem, é possível manter relações amorosas com NPCs de ambos os gêneros independentemente da escolha inicial.



Infelizmente, na segunda parte da DLC esta liberdade de escolha é retirada do(a) jogador(a), visto que agora o(a) protagonista inevitavelmente se envolve em uma relação heterossexual para continuar a linhagem da família. Após muita polêmica por conta da indignação da comunidade, a Ubisoft tentou corrigir a situação com um patch de atualização. Nele é oferecido a opção de remover a parte romântica deste relacionamento, mas de qualquer forma, Alexios ou Kassandra continua tendo um filho e vivendo com um parceiro do sexo oposto.

Steven Universe: Save the Light 

A animação Steven Universe é extremamente popular entre a comunidade LGBT+ por retratar através de diversas metáforas algumas das lutas e situações enfrentadas por essas pessoas. As relações amorosas entre algumas Crystal Gems, alienígenas humanoides que possuem traços femininos, são um exemplo perfeito da representatividade que o desenho transmite para o público.



E em Save the Light isso não poderia ser diferente, afinal é possível controlar estas personagens nas constantes batalhas contra outras criaturas e também ao explorar o colorido cenário em que a jornada de Steven e suas companheiras extraterrestres se passa.

The Missing: J.J. Macfield and the Island of Memories

Ao contrário dos jogos anteriores, “The Missing” é uma experiência sombria, repleta de momentos agonizantes. Este game combina elementos narrativos do terror com uma jogabilidade baseada em plataformas e puzzles.



Para evitar spoilers do enredo, não iremos revelar a relação do game com o movimento LGBT+. Podemos apenas dizer que a combinação que mencionamos no parágrafo anterior resulta em uma traumática representação de um assunto bastante recorrente entre a comunidade, mas que não possui tanta visibilidade na mídia. 

Gone Home

Este jogo de exploração em primeira pessoa conta a história de uma mulher que retorna para a casa de sua família após um tempo fora, mas não encontra ninguém no local. Ao interagir com objetos, examinar itens e ler algumas mensagens encontradas na casa, é possível descobrir mais sobre os acontecimentos que levaram a irmã da personagem a fugir de casa.



Novamente, é impossível estabelecer a relação com o movimento LGBT+ sem revelar uma parte fundamental do enredo. Mas de qualquer forma, vale mencionar que Gone Home é uma experiência tensa, porém muito cativante. 

Night in the Woods

E, para finalizar a lista, selecionamos um jogo em que a representatividade em questão não está unicamente em um personagem, mas sim em todo o conjunto do jogo. Apesar da protagonista do jogo, Mae, ser confirmada como panssexual, isso mal é abordado durante o enredo.



O interessante aqui está na ambientação e no modo como a comunidade LGBT+ é representada: de uma forma autêntica e espontânea. A humanização dos animais colabora para uma melhor expressão da diversidade, mas o que realmente se destaca na obra é como a narrativa aborda tais questões de uma maneira tão natural, ou seja, sem fazer alarde ou tratar como algo incomum, mas ainda assim estabelecendo relações com os vários obstáculos que o movimento enfrenta cotidianamente.

Menções honrosas: Celeste, Heart of the Woods, 2064: Read Only Memories INTEGRAL, My Time at Portia, A Normal Lost Phone, The Elder Scrolls V: Skyrim.

Revisão: Jorge Neto

Estudante de publicidade que saiu do interior de Goiás para viver na cidade grande. Apaixonado por jogos, musicais e animações, passa bastante tempo no Twitter comentando sobre esses assuntos.
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