Desde que entrei no Blast eu sigo repetindo, se dermos um epíteto ao Switch deve ser: o console dos ports! Pois não tem um singelo jogo já lançado que não esteja na mira de chegar ao console híbrido da Nintendo e o caso não é diferente para esta análise.
The Outer Worlds é um jogo de aventura, com grandes ares de RPG, que foi lançado em outubro do ano passado para os outros consoles. Depois de alguns meses o jogo finalmente chegou ao Nintendo Switch, trazendo uma divertida aventura para os nintendistas.
Ele comenta que não há suprimentos suficientes para tratar todas as outras pessoas em hibernação e que o protagonista deve ajudá-lo nessa missão e, de quebra, juntar-se à insurgência contra “O Conselho”, um conjunto de mega-corporações que manda nas galáxias e o aparente responsável pela nave em que o protagonista hibernava estar perdida na órbita da galáxia Bonança.
Bonança é um sistema solar colonizado por seres humanos. Pelo nome, era para ser um espaço que traria… bonança, tranquilidade e felicidade aos colonos. Bem, não é exatamente assim. Phineas irá mostrar que a má gestão do Conselho não traz nada além de problemas para a vida dos colonos e dinheiro para o bolso de poucos.
Pouco depois de um rápido bate-papo com o cientista e a obrigação de ajudá-lo nesse perrengue que ele nos colocou, o jogador é enviado para a Terra 2, local onde começaremos a nos aventurar pelo mundo de The Outer Worlds.
Em poucos minutos podemos testemunhar uma coisa: esse jogo se empenhou demais em sua própria literatura. Tudo respira esse novo mundo criado, desde as primeiras interações, nas quais temos panoramas históricos, políticos e socioeconômicos do mundo no qual estamos inseridos, assim como o cuidado de cada comunicação, seja fala ou texto, nos apresentar cada vez mais novidades sobre o mundo em que a história se situa.
É impressionante como a narrativa vai se desenrolando suavemente pelos nossos olhos enquanto realizamos as missões, pois além de ajudar Phineas em sua revolução, precisamos completar missões menores, que compõem subtramas de cada um dos planetas que existem em Bonança.
Durante o acompanhamento das tramas, somos bombardeados por informação vinda de todos os lados, pelas diversas mídias que o jogo apresenta, tornando a experiência dinâmica a cada interação. Por exemplo: não é incomum encontrar cartas, diários, livros, e-mails e gravações jogadas pelos cenários e nos trajetos das missões. Muitas delas trazem nuances sobre a história que está sendo contada, ajudando você a ter mais base para formar a sua opinião, e a do seu personagem, sobre tudo o que está acontecendo ao seu redor.
O jogo tem sua cultura e estruturas sociais bem definidos, o que torna as nossas tomadas de decisão bastante sensíveis, pois não estamos em um mundo maniqueísta que se divide entre os bonzinhos e os malvados. Você pode optar por ajudar os grupos que estão no poder e, pelas beiradas, dar força para os trabalhadores que são explorados pelas grandes empresas ou encarnar o espírito revolucionário e apenas focar em derrubar O Conselho.
Algumas são distinções de personalidade, nas quais você pode ter uma fala mais gentil, despojada, mal-educada e até mesmo babaca. Já em outros casos, são formas de amaciar o seu discurso antes e chegar ao que você realmente busca; um exemplo é: em sua primeira missão, você precisa chegar até uma certa nave e durante o caminho encontrará funcionários das Premissas Espaciais, uma empresa de segurança que faz parte d’O Conselho. Durante essas comunicações você poderá usar da persuasão, mentiras e de bolas curvas na comunicação para não acabar morto.
O mesmo vale para quando for realizar as suas outras missões e quando for se comunicar com seus companheiros, que vão se juntando ao seu time ao passo que você evolui na trama. Todos os personagens apresentam histórias e personalidades completas e bem estabelecidas e se você for sacando as pistas que o jogo vai te dando, fica claro como deverá conduzir os diálogos para conseguir o que quer.
E saiba que mesmo que você busque ajudar a tudo e a todos não dará um resultado muito bom; há missões cujos objetivos ajudam de forma unilateral, o que compromete a sua reputação com os grupos sociais de cada planeta. Ajudar somente aos grupos insurgentes pode de trazer problemas com a administração e com O Conselho, enquanto só ajudá-lo pode dificultar negociações e tornar a sua recepção cada vez mais hostil em certos lugares. A palavra de ordem é diplomacia, mas nem sempre isso é possível.
Nesse jogo ser bom em batalha ajuda (e muito) nas missões, mas não se esqueça de exercitar o cérebro do seu personagem, pois ter mais do que músculos ajuda a prosseguir viagem. Muitas vezes o seu conhecimento em outras áreas facilitam a comunicação com certos NPCs, e da mesma forma é preciso aprimorar as suas técnicas argumentativas, pois se você não tiver um nível alto de persuasão, mentira, etc., você não conseguirá habilitar caminhos mais fáceis para a sua jornada.
E o mais legal é que nem sempre usar desses artifícios ajudam na comunicação; há vezes em que a mentira, mesmo que você tenha experiência para tal, não cola pois o interlocutor já sabe da verdade, mas você poderá contornar a situação usando outras artimanhas e esperteza. Esteja sempre atento às conversas.
Focar em ter um arsenal bem definido é uma prerrogativa do jogo, pois o personagem não tem a capacidade de carregar tudo consigo, então você deve buscar fazer as melhores escolhas ao pegar uma arma de algum inimigo. Pode ser que você, assim como eu, seja daqueles que pegam tudo o que vê pela frente e depois decide o que fazer, mas é uma pena que o jogo não tem essa possibilidade; ao invés de ter um limite de armas que você pode carregar, o seu personagem fica lento e sem a possibilidade de correr, o que pode comprometer e muito a sua sobrevivência.
Os seus companheiros também podem ter o arsenal atualizado, então não se esqueça de tunar o armamento e armaduras deles, assim você não irá carregá-los nas costas. Pode ser uma opção ir sozinho nas aventuras também, mas isso vai depender de como você quer montar a sua estratégia, pois os companheiros podem te ajudar a matar inimigos mais rapidamente e servir como distração para uma horda de inimigos grande.
Além das habilidades, há os pontos do tipo Talento, que são upgrades mais específicos, como aumentar a sua velocidade ao correr, tornar a sua mira mais assertiva e tornar o seu HP ainda maior. Esses upgrades ocorrem a cada dois níveis alcançados e você tem sempre um ponto por vez.
Porém, nem tudo são flores. Como uma das estratégias para tornar o jogo cada vez mais “humano”, o nosso protagonista pode adotar o que o jogo chama de Defeitos, que são transtornos causados pelos problemas que ele passar em batalha. Por exemplo: se levar muitos ataques de um Raption – um tipo de animal do jogo – o seu personagem vai criar medo desses animais, causando uma queda na sua performance ao lutar contra essas criaturas. Mesmo com essa situação, o jogo te dá um ponto de Talento como apoio para que você consiga balancear essa nova desvantagem adquirida.
Num geral, o modo de batalha é bem competente; temos bastante ação e toda a diversidade de armas e customização do personagem torna o processo bem divertido e dinâmico. A única coisa que devo pontuar sobre ela é que não foi capaz de sobressair à experiência da história. Ainda é muito boa, mas sai ofuscada.
Claro que é impossível comparar a competência gráfica desses dois consoles com o Switch e eu não sou do tipo de jogador que teve ojeriza ao olhar o resultado que chegou ao console híbrido. Mas devo dizer que há aspectos da performance que mostram alguns problemas na realização desse port no ponto de vista gráfico.
O primeiro é um problema que parece se repetir em todas as versões do jogo: algumas texturas têm um curto delay para aparecerem, o que resulta em um objeto em baixa resolução aparecendo na tela e depois as texturas se atualizando; há momentos em que é preciso grudar em um cenário para as texturas atualizarem por completo. E isso ocorre até mesmo nos diálogos entre personagens, quando um aparece na tela, as texturas da roupa e pele atualizam depois que ele começa a falar. Uma experiência peculiar, no mínimo.
Em outro caso é que todo o downgrade realizado não fez questão de manter o todo do jogo, pois poderíamos ter modelos com qualidade menor, mas mantendo o conjunto original. Ao vermos imagens comparativas, há elementos inteiros de cenários retirados do produto final. Esse ponto é um tanto incômodo, pois é como se a versão do Switch perdesse parte da ambientação, além dos gráficos inferiores.
O que é uma espada de dois gumes, pois a imagem fica melhor no modo portátil, mas a forma mais prazerosa de jogar é utilizando o Pro Controller com o Switch no dock. O Switch não é a melhor opção para um FPS em termos de controle, mesmo que os Joy-Con estejam em suas mãos, como um controle convencional.
Mais cedo eu cheguei a comentar que a abertura do jogo era bem bonita, mas isso pois era um arquivo de vídeo e não uma cena rendenizada pelo console. Segundos depois, começamos a jogar que a qualidade gráfica muda drasticamente.
Outra coisa que quebra o clima são as telas de loading um tanto presentes e longas demais. Não é incomum precisar entrar em um cenário e ter que esperar ele carregar, o problema é que isso ocorre de forma recorrente quase sempre que trocamos de ambiente e o que mais complica é o tempo que demora, uns bons 5 segundos cada vez que isso ocorre. Então se você esqueceu de pedir aquela informação para o NPC, já sabe.
Por fim, apesar dos gráficos, o jogo ainda é uma experiência muito divertida e acredito que esse port conseguiu trazer os pontos fortes dessa aventura: a história bem amarrada aliada à mecânica de batalha que não decepciona.
Não podemos nos esquecer também: qual dos outros consoles podem ser levados para cima e para baixo? Nenhum deles, então pense que está trocando os gráficos pela praticidade de jogar em praticamente qualquer lugar. A experiência de jogar no modo portátil é mais prazerosa do que jogar diretamente na televisão, acredite se quiser, pois os gráficos se adequam melhor a uma tela menor e não vemos as imperfeições com tanta evidência.
Antes de chegar aos finalmentes, devo acrescentar que a trilha sonora deste jogo é um deleite e casa com a história de tal forma que você nem percebe que ela existe, só nota quando parar para pensar no jogo. Como já é de praxe, vou deixar a amostra do Spotify:
Caso você esteja pensando em comprar o título, aconselho a refletir se você faz questão em ter os melhores gráficos, se prefere jogar a qualquer momento, seja no quarto, na sala, no intervalo do trabalho ou prefere ter uma TV, como nos consoles tradicionais. Pense bem antes de escolher qual versão jogar.
A minha dica é: se prefere praticidade e não se importa tanto com gráficos, Switch; não se importa com a portabilidade e prefere os gráficos antes de qualquer outra coisa, outras versões. De qualquer forma, esse jogo possui vários pontos fortes e poucos pontos fracos para você deixar ele passar batido.
The Outer Worlds é um jogo de aventura, com grandes ares de RPG, que foi lançado em outubro do ano passado para os outros consoles. Depois de alguns meses o jogo finalmente chegou ao Nintendo Switch, trazendo uma divertida aventura para os nintendistas.
Um outro mundo
Não poderia começar a falar de jogo sem envolver a sua jóia mais preciosa: a história. Começamos com uma bela cutscene (e mais para frente você vai entender o porquê dela ser bela), do cientista Phineas Welles reanimando o protagonista da história que estava em uma cápsula de hibernação na espaçonave Esperança.
Ele comenta que não há suprimentos suficientes para tratar todas as outras pessoas em hibernação e que o protagonista deve ajudá-lo nessa missão e, de quebra, juntar-se à insurgência contra “O Conselho”, um conjunto de mega-corporações que manda nas galáxias e o aparente responsável pela nave em que o protagonista hibernava estar perdida na órbita da galáxia Bonança.
Bonança é um sistema solar colonizado por seres humanos. Pelo nome, era para ser um espaço que traria… bonança, tranquilidade e felicidade aos colonos. Bem, não é exatamente assim. Phineas irá mostrar que a má gestão do Conselho não traz nada além de problemas para a vida dos colonos e dinheiro para o bolso de poucos.
Pouco depois de um rápido bate-papo com o cientista e a obrigação de ajudá-lo nesse perrengue que ele nos colocou, o jogador é enviado para a Terra 2, local onde começaremos a nos aventurar pelo mundo de The Outer Worlds.
Em poucos minutos podemos testemunhar uma coisa: esse jogo se empenhou demais em sua própria literatura. Tudo respira esse novo mundo criado, desde as primeiras interações, nas quais temos panoramas históricos, políticos e socioeconômicos do mundo no qual estamos inseridos, assim como o cuidado de cada comunicação, seja fala ou texto, nos apresentar cada vez mais novidades sobre o mundo em que a história se situa.
É impressionante como a narrativa vai se desenrolando suavemente pelos nossos olhos enquanto realizamos as missões, pois além de ajudar Phineas em sua revolução, precisamos completar missões menores, que compõem subtramas de cada um dos planetas que existem em Bonança.
Durante o acompanhamento das tramas, somos bombardeados por informação vinda de todos os lados, pelas diversas mídias que o jogo apresenta, tornando a experiência dinâmica a cada interação. Por exemplo: não é incomum encontrar cartas, diários, livros, e-mails e gravações jogadas pelos cenários e nos trajetos das missões. Muitas delas trazem nuances sobre a história que está sendo contada, ajudando você a ter mais base para formar a sua opinião, e a do seu personagem, sobre tudo o que está acontecendo ao seu redor.
O jogo tem sua cultura e estruturas sociais bem definidos, o que torna as nossas tomadas de decisão bastante sensíveis, pois não estamos em um mundo maniqueísta que se divide entre os bonzinhos e os malvados. Você pode optar por ajudar os grupos que estão no poder e, pelas beiradas, dar força para os trabalhadores que são explorados pelas grandes empresas ou encarnar o espírito revolucionário e apenas focar em derrubar O Conselho.
Mais customizável do que a vida
Literalmente o que rege nesse jogo são as suas escolhas e isso não se limita a decidir quem ajudar em uma certa missão ou qual arma você pretende usar para fuzilar seus inimigos. Todos os diálogos apresentam de 2 a 4 variáveis de respostas para a comunicação entre o protagonista e o interlocutor.Algumas são distinções de personalidade, nas quais você pode ter uma fala mais gentil, despojada, mal-educada e até mesmo babaca. Já em outros casos, são formas de amaciar o seu discurso antes e chegar ao que você realmente busca; um exemplo é: em sua primeira missão, você precisa chegar até uma certa nave e durante o caminho encontrará funcionários das Premissas Espaciais, uma empresa de segurança que faz parte d’O Conselho. Durante essas comunicações você poderá usar da persuasão, mentiras e de bolas curvas na comunicação para não acabar morto.
Imagem da versão para PC, PS4 e XBO do jogo. |
E saiba que mesmo que você busque ajudar a tudo e a todos não dará um resultado muito bom; há missões cujos objetivos ajudam de forma unilateral, o que compromete a sua reputação com os grupos sociais de cada planeta. Ajudar somente aos grupos insurgentes pode de trazer problemas com a administração e com O Conselho, enquanto só ajudá-lo pode dificultar negociações e tornar a sua recepção cada vez mais hostil em certos lugares. A palavra de ordem é diplomacia, mas nem sempre isso é possível.
Conversar dá XP
Acredite ou não, não são somente as missões e batalhas que dão experiência nesse jogo. O desenvolvimento nas interações sociais também ajuda para que seu personagem se torne cada vez mais experiente, o que pode te dar maiores habilidades físicas e comunicativas.
Nesse jogo ser bom em batalha ajuda (e muito) nas missões, mas não se esqueça de exercitar o cérebro do seu personagem, pois ter mais do que músculos ajuda a prosseguir viagem. Muitas vezes o seu conhecimento em outras áreas facilitam a comunicação com certos NPCs, e da mesma forma é preciso aprimorar as suas técnicas argumentativas, pois se você não tiver um nível alto de persuasão, mentira, etc., você não conseguirá habilitar caminhos mais fáceis para a sua jornada.
E o mais legal é que nem sempre usar desses artifícios ajudam na comunicação; há vezes em que a mentira, mesmo que você tenha experiência para tal, não cola pois o interlocutor já sabe da verdade, mas você poderá contornar a situação usando outras artimanhas e esperteza. Esteja sempre atento às conversas.
Batalhar também dá XP
E se você pensou que não há espaço para lutar, saiba que você se enganou. Não vão faltar oportunidades para utilizar toda a gama de armas, armaduras e capacetes que o jogo apresenta e não tem pouca opção para você pôr a sua estratégia em dia.Focar em ter um arsenal bem definido é uma prerrogativa do jogo, pois o personagem não tem a capacidade de carregar tudo consigo, então você deve buscar fazer as melhores escolhas ao pegar uma arma de algum inimigo. Pode ser que você, assim como eu, seja daqueles que pegam tudo o que vê pela frente e depois decide o que fazer, mas é uma pena que o jogo não tem essa possibilidade; ao invés de ter um limite de armas que você pode carregar, o seu personagem fica lento e sem a possibilidade de correr, o que pode comprometer e muito a sua sobrevivência.
Os seus companheiros também podem ter o arsenal atualizado, então não se esqueça de tunar o armamento e armaduras deles, assim você não irá carregá-los nas costas. Pode ser uma opção ir sozinho nas aventuras também, mas isso vai depender de como você quer montar a sua estratégia, pois os companheiros podem te ajudar a matar inimigos mais rapidamente e servir como distração para uma horda de inimigos grande.
É preciso talento
Mais acima eu falei das habilidades comunicativas e intelectuais do personagem, mas também é possível atualizar as suas habilidades físicas; estas focam em combate e você vai se tornando mais forte e resistente, assim como aumenta o seu acesso a armas mais potentes.
Além das habilidades, há os pontos do tipo Talento, que são upgrades mais específicos, como aumentar a sua velocidade ao correr, tornar a sua mira mais assertiva e tornar o seu HP ainda maior. Esses upgrades ocorrem a cada dois níveis alcançados e você tem sempre um ponto por vez.
Porém, nem tudo são flores. Como uma das estratégias para tornar o jogo cada vez mais “humano”, o nosso protagonista pode adotar o que o jogo chama de Defeitos, que são transtornos causados pelos problemas que ele passar em batalha. Por exemplo: se levar muitos ataques de um Raption – um tipo de animal do jogo – o seu personagem vai criar medo desses animais, causando uma queda na sua performance ao lutar contra essas criaturas. Mesmo com essa situação, o jogo te dá um ponto de Talento como apoio para que você consiga balancear essa nova desvantagem adquirida.
Num geral, o modo de batalha é bem competente; temos bastante ação e toda a diversidade de armas e customização do personagem torna o processo bem divertido e dinâmico. A única coisa que devo pontuar sobre ela é que não foi capaz de sobressair à experiência da história. Ainda é muito boa, mas sai ofuscada.
O elefante branco nos gráficos
Uma hora ou outra eu entraria nesse assunto. De forma resumida: os gráficos do jogo são decepcionantes. Não há muito o que fazer, a qualidade artística do jogo não chega aos pés do que foi projetado para o PS4 e XBO.
Claro que é impossível comparar a competência gráfica desses dois consoles com o Switch e eu não sou do tipo de jogador que teve ojeriza ao olhar o resultado que chegou ao console híbrido. Mas devo dizer que há aspectos da performance que mostram alguns problemas na realização desse port no ponto de vista gráfico.
O primeiro é um problema que parece se repetir em todas as versões do jogo: algumas texturas têm um curto delay para aparecerem, o que resulta em um objeto em baixa resolução aparecendo na tela e depois as texturas se atualizando; há momentos em que é preciso grudar em um cenário para as texturas atualizarem por completo. E isso ocorre até mesmo nos diálogos entre personagens, quando um aparece na tela, as texturas da roupa e pele atualizam depois que ele começa a falar. Uma experiência peculiar, no mínimo.
Comparação de gráficos do XBO e do Switch. |
O que é uma espada de dois gumes, pois a imagem fica melhor no modo portátil, mas a forma mais prazerosa de jogar é utilizando o Pro Controller com o Switch no dock. O Switch não é a melhor opção para um FPS em termos de controle, mesmo que os Joy-Con estejam em suas mãos, como um controle convencional.
Mais cedo eu cheguei a comentar que a abertura do jogo era bem bonita, mas isso pois era um arquivo de vídeo e não uma cena rendenizada pelo console. Segundos depois, começamos a jogar que a qualidade gráfica muda drasticamente.
Era de se esperar algo assim? Certamente, pois sabemos como funciona fazer certos ports para o Switch, porém penso que talvez com um pouco mais de tempo e dedicação, se o jogo não viria com um downgrade mais discreto e otimizado, não fazendo a versão do Switch se tornar o irmão feio do conjunto.
Uma história ótima, mas feia
Um ponto que devo trazer é como as cutscenes são travadas: temos pouquíssima ação por parte dos personagens enquanto conversam. Faltou uma atenção à animação dos diálogos, nem que fosse a possibilidade de mexermos a câmera, pois mesmo em meio a um pandemônio a tela segue paradinha. Isso quebra um pouco o clima.
Outra coisa que quebra o clima são as telas de loading um tanto presentes e longas demais. Não é incomum precisar entrar em um cenário e ter que esperar ele carregar, o problema é que isso ocorre de forma recorrente quase sempre que trocamos de ambiente e o que mais complica é o tempo que demora, uns bons 5 segundos cada vez que isso ocorre. Então se você esqueceu de pedir aquela informação para o NPC, já sabe.
Uma das várias telas de loading mostrando fatos curiosos sobre as criaturas do jogo. |
Por fim, apesar dos gráficos, o jogo ainda é uma experiência muito divertida e acredito que esse port conseguiu trazer os pontos fortes dessa aventura: a história bem amarrada aliada à mecânica de batalha que não decepciona.
Não podemos nos esquecer também: qual dos outros consoles podem ser levados para cima e para baixo? Nenhum deles, então pense que está trocando os gráficos pela praticidade de jogar em praticamente qualquer lugar. A experiência de jogar no modo portátil é mais prazerosa do que jogar diretamente na televisão, acredite se quiser, pois os gráficos se adequam melhor a uma tela menor e não vemos as imperfeições com tanta evidência.
Antes de chegar aos finalmentes, devo acrescentar que a trilha sonora deste jogo é um deleite e casa com a história de tal forma que você nem percebe que ela existe, só nota quando parar para pensar no jogo. Como já é de praxe, vou deixar a amostra do Spotify:
Caso você esteja pensando em comprar o título, aconselho a refletir se você faz questão em ter os melhores gráficos, se prefere jogar a qualquer momento, seja no quarto, na sala, no intervalo do trabalho ou prefere ter uma TV, como nos consoles tradicionais. Pense bem antes de escolher qual versão jogar.
A minha dica é: se prefere praticidade e não se importa tanto com gráficos, Switch; não se importa com a portabilidade e prefere os gráficos antes de qualquer outra coisa, outras versões. De qualquer forma, esse jogo possui vários pontos fortes e poucos pontos fracos para você deixar ele passar batido.
Prós
- História bem escrita e extensa;
- Experiência de RPG envolvente;
- Mecânica de batalhas aprofundada;
- Trilha sonora impecável;
- Disponível com localização em português.
Contras
- Qualidade gráfica bem inferior às demais versões;
- Constantes telas de loading quebram a dinâmica do jogo.
The Outer Worlds — PS4/XBO/PC/Switch — Nota: 8.0
Versão utilizada para análise: Switch
Revisão: José Carlos Alves
Análise realizada com cópia digital cedida pela Private Division
The Outer Worlds está disponível para compra na Loja Nintendo
Imagens
ArsTechnica / ProjectN
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