Realmente foi uma surpresa ver uma sequência direta no mesmo console. Até então esse feito não havia acontecido com nenhum jogo tridimensional do Mario e vira e mexe o pessoal até mesmo comentava sobre um possível Super Mario Galaxy 3, ainda mais quando estávamos nos aproximando do lançamento do Wii U.
Um retorno, mais simples e mais intenso
SMG2 definitivamente é melhor que seu antecessor, nos traz mais do game anterior, e não confunda isso com 'mais do mesmo’, pois definitivamente não o é. Isso pois a sequência de Mario Galaxy foi originada como uma expansão, algo que iria além dos limites criados originalmente para o jogo, como uma DLC.
Miyamoto diz que eles começaram a adicionar ideias, estrelas novas e pensaram em chamar esse projeto de Super Mario Galaxy 1.5 a um primeiro momento, pois era o jogo anterior, mas cheio de coisas novas. E eram tantas coisas novas que eles pensaram em produzir um jogo inteiramente novo”, sendo o resultado tema deste artigo.
Se comparado com o primeiro jogo, a sequência tem uma pegada mais rápida e focada em aproveitamento das fases que o jogo tem a oferecer. Galaxy 1 tem uma história mais longa, cenas quase cinematográficas e iluminação mais dramática, enquanto o 2 tem uma sensação de livro infantil que em poucos segundos já nos leva à primeira fase.
E o próprio Miyamoto comentou que a história da sequência seria reduzida ao mínimo possível, pois ele mesmo não fazia questão de que os títulos da franquia Mario tivessem muita história. Ele também disse que o jogo seria focado em jogadores mais experientes, pois esperava que a experiência adquirida no game anterior fosse aproveitada para as 240 estrelas da sequência.
Pensando em retrospecto, eu gosto bastante de Super Mario Galaxy 2, por todas as suas fases e horas de ação constante que possui, mas ele realmente soa mais como uma expansão do que uma continuação. Não me leve a mal: eu adoro esse jogo, tanto que estou escrevendo sobre ele, mas o charme dele vem de toda a inovação e originalidade que SMG trouxe.
É uma sequência, mas não é
Pensa comigo: o esperado de uma sequência de um título é uma conexão com o material predecessor, ou alguma relação com o que nos foi apresentado no primeiro título, não? O que Galaxy 2 nos apresenta é um reconto do primeiro jogo, mas desconsiderando tudo o que havia acontecido.O Star Festival - evento que abre Galaxy 1 - ocorre a cada 100 anos, também está acontecendo em Galaxy 2. Se no jogo passado ocorreu o mesmo festival, como ele estava se repetindo? Bem, no manual do jogo é dito que se trata de “uma outra história das estrelas”, o que serve para separar as linhas do tempo.
É algo que faz sentido? Sim, mas é estranho uma sequência se separar tanto da história original, somente para facilitar a inserção naquele mundo novamente. Talvez seja porque a origem do desenvolvimento era apenas focada em criar novas fases, ou porque não é necessário mexer no jogo original. Enfim, não é algo horrível, mas que seria legal uma nova historinha para seguir, seria.
Digo isso pois assim como Galaxy 2, não é incomum pensar que poderíamos ter uma sequência de Super Mario Odyssey (Switch), já que o jogo não apresentou uma única expansão até hoje. E mesmo uma expansão e novas fases sendo muito bem-vindas, acredito que uma continuação com uma nova história, mesmo baseada na original, ou um novo motivo para juntar aquelas mecânicas e personagens seja uma forma de amarrar esse novo conteúdo.
Claro que na época do Wii as DLCs ainda não estavam com tanto peso nos títulos da Nintendo, então seria normal pensar em uma expansão física do jogo, com um outro disco sendo lançado, mas eu cismo em bater nessa tecla não porque o jogo é ruim, mas porque poderia ser ainda melhor, ao meu ponto de vista.
Se desconsiderarmos essa parte, saiba que Super Mario Galaxy 2 deixou seu predecessor no chinelo, pois as suas críticas foram melhores que, ao meu ver, não é uma surpresa, uma vez que o jogo foi muito bem pensado, aproveitou tudo de bom que o título original apresentou, com novidades que só fizeram bem à jogatina.
E é aqui que esse jogo reina, que jogo divertido! Não tem muito como não resumir dessa forma, as fases são cheias de novidades e raramente apresentam repetições em seus designs. Elas aproveitam da jogabilidade bem desenvolvida do primeiro e unem com toda a criatividade do mundo que o tema autoriza explorar.
Isso inclui recriar a Whomp’s Fortress de Super Mario 64 (N64) e fazer todos os jogadores regozijarem com essa ideia. Ademais, tivemos a chegada de um amado ser que fez falta no primeiro jogo - o querido Yoshi. O dinossaurinho trouxe muito do que foi comentado acima: sua participação não deu somente a possibilidade de aproveitar os poderes da língua e do pulo alto, mas também abrir espaço para mecânicas nos power-ups exclusivos dele.
Sem contar que o jogo continua lindíssimo, ainda mais colorido e recheado das músicas orquestradas que dão um efeito de aventura épica única dos dois jogos desse arco.
Enfim, Super Mario Galaxy 2 nada mais é do que uma sequência que, mesmo com uma leve ressalva na parte de storytelling, não perde em nada para o seu jogo de origem e está na mente dos fãs até hoje. Não seria uma má ideia a sequência aparecer nos rumores da coletânea de remakes que seria uma forma de comemoração dos 35 anos da série Mario, não é mesmo?
Já é mágico imaginar todos esses jogos clássicos em 3D recriados em alta definição e retrabalhados para um console mais potente, mas os rumores não apontaram a presença de Galaxy 2 no pacote. Quem sabe ele faça parte junto do primeiro título da série… não custa sonhar.
Revisão: Icaro Sousa
