Direcionais e dois botões é tudo que uma luta precisa
A ideia de Gals’ Fighters é reunir várias personagens femininas das franquias da SNK em um torneio crossover estilo King of Fighters. Participando da competição Q.O.F (Queen of Fighters), temos Mai, Yuri, Athena, Leona, Nakoruru, Shermie, Shiki, Akari, Yuki, Whip e Ms. X (que na verdade é o Iori vestido de mulher). Vale destacar que as três últimas precisam ser desbloqueadas jogando o modo que equivaleria ao Arcade, chamado de Q.O.F. Mode.
Chega a ser impressionante como cada personagem tem sua própria forma única de jogar, considerando a limitação original de estar em um sistema de apenas dois botões. Com A, B e os direcionais, o jogador pode executar vários golpes, incluindo throws (até mesmo no ar), teleportes, dashes e golpes especiais.
A diversidade não está só na mudança cosmética. Cada golpe tem uma área de efeito específica e as personagens têm certas especialidades. Shermie, por exemplo, é uma lutadora cujos melhores golpes prendem o inimigo e o arremessam para algum lugar. Já Akari pode se teleportar para fora da tela e ser arremessada como uma bola de volta ao jogo.
Todas as personagens têm seus próprios supers, que dependem de uma barra no canto inferior da tela. Bater ou apanhar das inimigas enchem um pouco essa barra, sendo inclusive maior o ganho quando se toma dano diretamente, o que também oferece ao jogador a possibilidade de contra-atacar.
Além da variedade, todos os ataques são bem exagerados e reforçam um tom de zoeira bem específico. Athena, por exemplo, tem um especial em que vira cantora, outro em que se veste de coelhinha e um ataque específico em que usa um rapaz como se fosse um escudo. Já Leona usa bombas e ataca de forma exageradamente selvagem as suas inimigas.
Por fim, vale destacar que, conforme o jogador participa do Q.O.F, ele ganha itens. Esses objetos podem ser equipados antes de começar o torneio para ganhar vantagens, como o aumento da barra de especial.
Em termos visuais e sonoros, o jogo representa a maior qualidade técnica que o Neo Geo Pocket era capaz de reproduzir. Desenvolvido no fim do ciclo de vida do portátil, a pixel art extremamente colorida conta com cenários bem detalhados (e até um pouco animados) e personagens muito bem animados, cujos golpes são graciosos de ver. A trilha sonora é um chiptune cheio de energia que reforça a diversão das batalhas, gruda na cabeça e não enjoa.
O que a nova versão oferece
De modo geral, não houve mudanças significativas na nova versão, mas ela traz alguns pequenos benefícios de qualidade de vida. Primeiramente, é possível remapear os botões A e B do Neo Geo para X, Y, A ou B do Switch. Não dá para colocar outros botões nem remapear o botão Option (que funciona como Start), mas continua tendo utilidade.
Outra possibilidade é mudar o aspecto visual do jogo. Novamente, são apenas opções simples, mas interessantes. Os jogos são apresentados dentro de um Neo Geo Pocket virtual e é possível mudar a cor dessa moldura ou até mesmo eliminá-la, deixando apenas as bordas pretas. Também é possível dar zoom na imagem, mantendo a sua proporção, além de ativar/desativar um filtro de scanlines.
O jogo também conta com o manual original em versão digital, explicando o seu funcionamento com belas ilustrações, incluindo um perfil das personagens com a lista dos seus golpes especiais e os comandos para ativá-los. É possível dar zoom no manual para ler melhor, caso necessário, e é francamente uma adição que vale a pena dar uma olhada.
Caso o jogador falhe durante as batalhas, também existe uma opção de rewind. Ao contrário de um sistema de save state, por exemplo, ela permite voltar o gameplay em apenas alguns frames, de uma forma em que o jogador não precisa parar o jogo e criar um save para utilizá-lo. Por fim, vale destacar que, ao escolher a opção de versus, é aberto um segundo Neo Geo Pocket, com o Joy-Con também mudando a configuração de controle para que os dois jogadores possam utilizar cada um a sua metade.
Prós
- Personagens bem distintas entre si, com golpes variados e cômicos;
- Pixel art charmosa e colorida;
- Trilha sonora em estilo chiptune e cheia de energia;
- Possibilidade de jogar versus local com apenas um Joy-Con;
- Manual digital é uma pequena adição que vale a pena conferir.
Contras
- Poucas são as novidades do relançamento.
SNK Gals’ Fighters — Switch — Nota: 8.5
Análise produzida com cópia digital cedida pela SNK
Revisão: João Pedro Boaventura
Revisão: João Pedro Boaventura